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Gloob consegue 11 milhões de assinantes em um ano de existência

16 jun 2013 - 10h34
(atualizado às 10h37)
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O lançamento do Gloob, em 15 de junho do ano passado, surgiu com ares de "medida compensatória". Na mesma época em que a Globosat anunciava a novidade para o público infantil, a Globo sentenciava o fim de sua única faixa diária dedicada às crianças, com o TV Globinho dando lugar ao Encontro com Fátima Bernardes na grade diária.

Hoje, o canal soma 11 milhões de assinantes e se orgulha por exibir cerca de 40 produções, entre as nacionais e as internacionais. Já investe até em um novo projeto de dramaturgia infantil, a série Gaby Estrella, enquanto segue com as gravações da terceira temporada do "carro-chefe" Detetives do Prédio Azul. O seriado volta a ter episódios inéditos a partir desta segunda, dia 15, e foi o programa escolhido para inaugurar a emissora em 2012. "Pretendemos ampliar a oferta de produções nacionais e nossa atuação no ambiente digital", destaca Paulo Marinho, diretor-geral do Gloob. 

Para conquistar isso, o canal investe em parcerias de peso. Como a firmada com a Conspiração Filmes, que assina com o Gloob a produção de Detetives do Prédio Azul. Por ser protagonizado por três alunos do ensino fundamental, o seriado não conta com externas. É todo gravado no estúdio montado no bairro de São Cristóvão, na Zona Norte do Rio. O que facilita – e muito – a logística de quem trabalha com crianças que dividem seu tempo entre a carreira na tevê e a escola.

"Só temos disponibilidade para começar as atividades à tarde. E não podemos esquecer um detalhe: Caio, Letícia e Cauê chegam depois de uma manhã de estudos intensa. Parte da energia deles já é gasta no colégio, não dá para sobrecarregá-los aqui", explica André Pellenz, diretor do projeto, que lança neste fim de semana o longa de comédia Minha Mãe É Uma Peça – O Filme e dirige também a série 220 Volts, do Multishow, protagonizada por Paulo Gustavo.

A filosofia seguida pelo canal, na teoria, é se dedicar a todas faixas etárias. Mas, na prática, Paulo Marinho não esconde o interesse em atrair as crianças que deixam a fase pré-escolar. Uma estratégia tomada a partir de pesquisas qualitativas realizadas tanto com pais quanto com crianças antes do lançamento do Gloob. "Ficou claro que temos um nicho a ser trabalhado de crianças que estão saindo da pré-escola. Elas acabam assistindo a programas que são para um grupo pré-escolar ou para crianças mais crescidas", aponta.

Imaginar um dia de gravação com atores pré-adolescentes pode até parecer complicado. Mas Letícia Pedro, Cauê Campos e Caio Manhente afastam qualquer clima infantojuvenil depois do "gravando" de André Pellenz. Com isso, um dia de trabalho em Detetives do Prédio Azul se torna semelhante a qualquer outro de estúdio em novela. Exceto pelo número reduzido de atores que circula por ali. "Brinco muito com eles. Mas também cobro. Não deixo de criticar e nem elogio em excesso, como se fossem bobocas. A criança hoje tem consciência de mundo e detesta ser tratada como bobinha", avalia André.

Na história, o trio interpreta os curiosos Tom, Mila e Capim, amigos inseparáveis que tentam desvendar mistérios no prédio onde moram. Como acontecem sempre no mesmo lugar e horário, as gravações seguem uma rotina. As crianças chegam, almoçam e descansam na sala de elenco. Vestem o figurino – quase não são feitas trocas de roupa e, normalmente, grava-se um episódio por diária – e começam a gravar entre 14h30 e 15h.

No fim da tarde, outra parada estratégica para descansar e lanchar por cerca de 30 minutos. "Vou aproveitar para pegar uma fruta", fala Letícia, totalmente desinibida e feliz por ter conseguido o que o diretor queria em cena. A menina entendeu duas expressões de um jeito diferente do que o roteiro pedia. E, além disso, se confundiu com a posição das duas câmaras que são utilizadas nas gravações. "Letícia, olha para o corredor. Viu? É do lado esquerdo que você tem de ficar e vir andando na direção da gente", explica André, com paciência e carinho semelhantes a de um pai.

É nos intervalos longos que o trio revela as idades entre 11 e 13 anos. A afinidade deles é nítida, interagindo o tempo todo. E arrancando gargalhadas de toda a equipe. Como ao fim de uma sequência, com Cauê e Caio se divertindo a ponto da lente de Caio cair. O diretor poderia até chamar a atenção da dupla, já que isso paralisa o grupo durante a troca.

Mas André sabe que esse tipo de imprevisto é normal. E até proveitoso. "Preciso que eles tenham essa parceria. Transparece em cena", justifica ele, que lamenta não ter concorrência no segmento de séries de dramaturgia nacionais desenvolvidas especificamente para crianças. "Temos novela no SBT, mas é adaptação de texto estrangeiro. Temos autores brilhantes e condições de produzir grandes sucessos. Só precisam enxergar isso", aponta. 

Fonte: TV Press
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