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‘Star Trek: Picard’ para uma noob em Jornada das Estrelas

Trama instigante e universo futurista compensam o conhecimento raso deste universo que começou em 1966, com seu primeiro filme

24 jan 2020 - 11h01
(atualizado às 17h56)
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Uma busca rápida no IMDb (a base de dados online de informação sobre música, filmes, programas e comerciais para televisão) sobre Jornada das Estrelas e temos 16 resultados diferentes, entre séries e filmes, lançados desde 1966 — e dos quais não assisti nenhum. O meu conhecimento raso sobre esse universo pode ser resumido a uma personagem, o Spock e a sua “saudação dos vulcanianos” (que é quando ele mostra a palma de suas mãos para saudar alguém, e separa os dedos anelar e médio um do outro — mas você deve saber melhor que eu). 

Nova série Star Trek continua história de Picard, o capitão aposentada da Frota Estelar
Nova série Star Trek continua história de Picard, o capitão aposentada da Frota Estelar
Foto: IMDB / Reprodução

A revista Super Interessante conta que o gesto foi uma invenção do próprio ator Leonardo Nimoy. De ascendência judaica, o astro viu o sinal com as mãos feito pela primeira vez por seu rabino. Era uma maneira de dar a benção e fazer alusão à letra “shin” do hebraico, que, nesse contexto, significava divindade. Curioso, não é? Mas a importância do Spock mesmo eu não sei, assim como seu arco narrativo e desenvolvimento da personagem na história toda. 

Assistir a 17ª produção desse universo sem ter contexto ou base alguma pode ser desafiador, mas imagino que para quem produz esse material o desafio também exista. Afinal, é necessário contar uma história relevante que atraia tanto os fãs de carteirinha quanto os consumidores despretensiosos. E, como noob em Jornada das Estrelas, posso dizer que fui conquistada (e já quero assistir tudo desse universo). 

Em Star Trek: Picard, 14 anos se passaram desde que Jean-Luc Picard, papel de Sir Patrick Stewart, tira a sua aposentadoria da Frota Estelar. Estamos no fim do século 24 e o capitão vive uma vida tranquila em seu vinhedo, o Chateau Picard. Isso muda com a chegada de uma jovem misteriosa, Dahj, que é interpretada por Isa Briones. Ela aparece pedindo por ajuda e Picard descobre uma conexão entre a vida dessa jovem com o próprio passado. 

Picard começa a investigar Dahj, assim como o significado de sua existência para a Federação, pesquisa essa que também interessa os inimigos do capitão. Sem a Frota Estelar, Picard depende da boa vontade de outras pessoas para ajudá-lo, a Dr. Agnes Jurati, interpretada por Alison Pill, e a antiga colega Raffi Musiker, papel de Michelle Hurd. Picard está enfim de volta à ativa. 

Vida longa e próspera para ‘Star Trek: Picard’

Assistir a nova série me fez lembrar de Os Jetsons, Tom Cruise em Minority Report, com suas luvas que manuseavam imagens projetadas no ar, e as aulas de semiótica do Professor Fernando Salinas, da Universidade Presbiteriana Mackenzie

Salinas costumava dizer que as ideias dos filmes futuristas eram baseadas em projeções que cientistas faziam sobre o que era possível ou não. E então mostrou que a sonoplastia usada para o fechar de portas automáticas de um filme antigo, cujo título eu não lembro, era o mesmo que o toque de mensagens de um smartphone famoso (esse que você está pensando em já em uso em minha época de universitária). A tecnologia dos filmes futuristas cativa. Pra mim, Star Trek: Picard é viabilização de Os Jetsons, e não tem como não gostar dos dois. 

Igualmente envolvente é a narrativa. É claro que para um “cliente fiel”, há referências que tornam a ligação com o espectador ainda mais consistente. Mas ainda é possível assistir sem maiores danos para a narrativa. Filmes do gênero costumam abusar da polarização de lados. E, é claro, para quem não conhece a história, às vezes não é tão fácil entender quem é o inimigo. Mas há artifícios que ajudam, como o bom balanço sobre “flashbacks” nas próprias falas das personagens, que retomam fatos importantes que já aconteceram em filmes e séries anteriores e que ajudam a contar esta nova história. Ou seja, um convite para ambas categorias de fãs: os já conquistados e os que ainda precisam ser apresentados à Jornada das Estrelas. 

Com estreia para esta sexta-feira, dia 24, e transmissão pela Amazon Prime Video, Star Trek: Picard terá 10 episódios e, de acordo com o Deadline, a segunda temporada já foi confirmada

Dica em off-line: se você faz muita questão de estar melhor ambientado nesse universo, sugiro pesquisar (naquele site de buscas mesmo) os termos ‘episódios+antigos+entender+nova+serie+Picard’. 

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Fonte: Redação Terra
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