Bolsonaro xingou de "idiota" repórter crítica ao golpe de 64
O então deputado disse que uma jornalista da RedeTV! era "analfabeta" por questioná-lo a respeito da ação do Exército
Nesta quinta-feira, 31 de março, a imprensa destaca o aniversário do Golpe de 64, quando os militares depuseram o presidente João Goulart e mantiveram o Brasil sob o regime autoritário por 21 anos.
A data traz à memória da crônica jornalística um episódio polêmico ocorrido em 1º de abril de 2014 na entrada da Câmara, em Brasília. O então deputado Jair Bolsonaro parou para atender às equipes de TV.
A repórter Manuela Borges, da RedeTV!, contestou a ação do Exército e a defesa do golpe pelo parlamentar. “A história toda está contra o que diz (o senhor)”, comentou a jornalista.
“Você é uma idiota. Aprendeu onde isso daí?”, disparou Bolsonaro, aos gritos. “Você quer forçar a barra, é uma analfabeta. Não atrapalhe seus colegas (jornalistas). Você está censurada.”
Outro momento sempre lembrado também pelo posicionamento enérgico do político a favor do golpe aconteceu em 28 de agosto de 2018, quando ele foi sabatinado ao vivo na bancada do ‘Jornal Nacional’.
“Eu fico com Roberto Marinho, porque ele declarou no dia 7 de outubro de 1984, vou repetir aqui”, disse. “O senhor vai repetir?”, interrompeu William Bonner.
“Vou repetir: ‘Participamos da revolução democrática de 1964, identificados com os anseios nacionais de preservação das instituições democráticas, ameaçadas pela radicalização ideológica, distúrbios sociais, greves e corrupção generalizada’. Repito a pergunta aqui: ‘Roberto Marinho foi um ditador ou um democrata?’”
O apresentador se posicionou. “Já houve editorial sobre isso, o senhor certamente está informado. Nós vamos encerrar agora por causa do tempo.” Em 2013, dez anos após a morte do fundador da Globo, o grupo de comunicação da família Marinho afirmou que o apoio ao golpe foi “um erro”.
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