PUBLICIDADE

‘Angel’ mostra uma senadora num mundo de vaidade e luxúria

Peça discute relações de poder em um agitado cabaré de strippers

19 out 2017 - 12h02
(atualizado às 12h04)
Compartilhar
Exibir comentários

Está em cartaz desde o dia 12 deste mês, no Teatro Itália, em São Paulo, o espetáculo ‘Angel’, com texto de Vitor de Oliveira e Carlos Fernando Barrros, sob a direção de Eduardo Martini.

Na peça, o Cabaré Apocalipse tem ‘anjos’ (strippers) dispostos a realizar as fantasias mais inconfessáveis dos frequentadores. Entre eles, uma influente senadora, papel de Cléo Ventura.

Guilherme Chelucci, Cléo Ventura, Pedro Fabrini e Bruno Pacheco: três ‘anjos’ e a poderosa senadora
Guilherme Chelucci, Cléo Ventura, Pedro Fabrini e Bruno Pacheco: três ‘anjos’ e a poderosa senadora
Foto: Erik Almeida / Divulgação

A trama mostra a rivalidade entre os rapazes na disputa pela atenção da poderosa cliente, numa discussão sobre poder, ética, luxúria e aparências.

O blog conversou com três atores do elenco.

Cléo Ventura em cena do espetáculo: o preconceito contra o relacionamento entre uma mulher experiente e um homem jovem
Cléo Ventura em cena do espetáculo: o preconceito contra o relacionamento entre uma mulher experiente e um homem jovem
Foto: Fabiana Silva / Divulgação

Cléo Ventura é conhecida dos noveleiros pela atuação em produções como ‘Cúmplices de um Resgate’ (SBT), ‘Viver a Vida’ (Globo) e ‘Água na Boca’ (Band).

Como é ser a única atriz contracenando com nove atores?

Somos dez atores tentando nos relacionar da melhor forma possível, trocando informações, gentilezas e observações que só podem nos fazer crescer. São todos muito gentis, lindos, com seus corpos sarados e bronzeados. É bom ver isso. Mas também veria com muito prazer nove garotas lindas trabalhando comigo. A beleza é sempre bem-vinda.

Sua personagem é uma mulher poderosa que paga por prazer; acha que as mulheres estão mais liberais em relação a isso?

As mulheres são, hoje, muito mais liberais, sexualmente falando, do que há algum tempo. São mais liberais também em relação aos filhos, ao trabalho e às relações conjugais.

Atrizes são mais cobradas do que os atores para se manterem sempre jovens e belas. Qual sua análise sobre essa pressão?

Os atores, aos seus sessenta anos, relacionam-se, nas novelas, teatro e TV, com garotas de 18 anos e o relacionamento é considerado normal, sem críticas e estranhamentos. Já uma mulher, quando se relaciona com um homem mais jovem, nesses mesmos veículos, é colocada numa posição de inferioridade, com o jovem interessado em usufruir de sua posição social, sua conta bancária e seus presentes. Por que não pela sua experiência, pela sua facilidade de lidar com a vida, pelo seu conhecimento e habilidade em lidar com os contratempos da vida? Mas, lentamente, esses obstáculos vão sendo vencidos. Lentamente demais!

Guilherme Chelucci, um dos ‘angels’: sucesso na pele do Tarzan de ‘Haja Coração’
Guilherme Chelucci, um dos ‘angels’: sucesso na pele do Tarzan de ‘Haja Coração’
Foto: Fabiana Silva / Divulgação

No ano passado, Guilherme Chelucci se destacou numa participação especial em ‘Haja Coração’. Na comédia exibida na faixa das 19h da Globo, o ator interpretou uma hilária versão do Tarzan.

O personagem mudou sua rotina?

Minha vida continua a mesma. Como entrei nos últimos capítulos, quando as pessoas começaram a me identificar na rua a novela acabou e as pessoas esquecem. Hoje em dia, quando comento que fiz o personagem, as pessoas dizem ‘ah, então era você’ Adorava ver você e a Jane (Grace Gianoukas).’ Profissionalmente foi ótimo, pois além de trabalhar numa emissora incrível que é a Globo, e ser dirigido pelo Fred Mayrink, fiz amizade com a querida Grace, que é um ser humano incrível, talentosa, inteligente e generosa.

Como lida com a disputa de poder e vaidade nos bastidores da carreira artística?

Levo numa boa, sou muito tranquilo. Acredito que o que for pra ser nosso chegará de uma forma ou outra, e tudo no seu tempo. Tento sempre ser honesto e nunca pisar em ninguém pra conquistar algo. Quando fazem isso comigo, respiro fundo e deixo que o tempo tome as atitudes necessárias. Afinal, o que fazemos aos outros retorna a nós mesmos.

Markinhos Moura na peça: “as pessoas só querem dançar como se a vida fosse uma eterna festa”
Markinhos Moura na peça: “as pessoas só querem dançar como se a vida fosse uma eterna festa”
Foto: Fabiana Silva / Divulgação

Markinhos Moura foi um dos cantores mais populares do País na década de 1980. Quem não se lembra do hit ‘Meu Mel’ (‘Meu mel não diga adeus / Eu tenho tanto medo / De ficar sem o seu amor / E pra sempre ser um ser só’)? Na peça, ele vive Francys, responsável pelos números musicais com os rapazes do cabaré.

Como tem sido a experiência como ator?

Comecei a carreira atuando, ainda no Ceará. Era um grupo de teatro universitário e muito politizado. Eu cantava amadoramente e todos já sabiam disso. Passei a cantar em festivais e depois na TV, e assim o cantor tomou a frente do ator. Fui aos poucos voltando para o teatro e agora quero me dedicar cada vez mais trabalhar atuando.

Qual sua avaliação do cenário musical brasileiro atual?

Existe pouco espaço para o tipo de música que eu canto. Há muitos guetos onde são sempre os mesmos que cantam. Além do mais, não vivemos um momento criativo em relação ao que se produz musicalmente no País! As pessoas só querem dançar como se a vida fosse uma eterna festa. Eles não querem pensar! Existe um público ávido para ouvir outro tipo de música, e espero que os meios de comunicação e produtores despertem para isso. Não podemos esquecer quem chegou antes!

Sobre a peça

‘Angel’ – Teatro Itália (Av. Ipiranga 344 – República, São Paulo)

Quintas às 21h00 (Até 30/11)

Informações: (11) 3255-1979

Elenco: Bruno Alba, Bruno Pacheco, Cléo Ventura, Guilherme Chelucci, José Del Duca, Juan Manuel Tellategui, Marcelo Gomes, Markinhos Moura, Nando Maracchi e Pedro Fabrini.

Veja também

Carla Diaz se despede de Carine, da novela 'A Força do Querer': 'Olho inchado':
Fonte: Terra
Compartilhar
Publicidade
Publicidade