O que é adultização? Entenda o termo denunciado pelo youtuber Felca
Youtuber Felca fez um vídeo denunciando influencers que expõe crianças e adolescentes nas redes sociais; veja
O youtuber e influenciador Felca viralizou na última semana ao fazer um vídeo com o título "adultização". Nele, o jovem denuncia criadores de conteúdo que usam imagens de crianças e adolescentes em contextos adultos e sensuais. O principal influencer criticado foi Hytalo Santos, que é investigado pelo Ministério Publico desde 2024. Ele foi acusado de utilizar vídeos e imagens de diversos adolescentes que são colocados em uma especie de reality show teen, onde se relacionam entre si, dançam funk e usam roupas consideradas adultas.
A publicação de Felca chegou aos ouvidos de senadores e deputados, que planejam instaurar uma CPI em nome da proteção dos adolescentes e das crianças brasileiras. Para entender melhor o termo "adultização", conversamos com a psicóloga Anastacia Barbosa.
O que é adultização?
A profissional explica: "Adultização é quando a criança precisa agir como se já fosse adulta antes do tempo dela. Isso pode acontecer de forma sutil, e muitas vezes a família nem percebe. Por exemplo, quando a criança fica responsável por cuidar dos irmãos menores enquanto os pais trabalham, ou quando ela ouve conversas sobre problemas financeiros e começa a se preocupar com isso. Também acontece quando a criança acessa vídeos com temas pesados, como brigas ou relacionamentos complicados, no YouTube ou TikTok, sem supervisão".
Ou seja, o termo pode ser usado tanto para designar crianças que recebem papel de responsáveis quanto menores que possuem acesso a conteúdos adultos e são influenciados pelos tais.
Como prevenir seus filhos das redes sociais?
Segundo a psicologa, a primeira medida é impor um limite de tempo que eles as crianças podem ficar nas reses sociais. "Por exemplo, controle os jogos e vídeos que eles veem no YouTube, evite que assistam conteúdos violentos ou com linguagem imprópria. Converse sempre com eles sobre o que é certo e errado na internet e use ferramentas que bloqueiam conteúdos impróprios".
Como manter a segurança dos seus filhos nas redes sociais?
Anastacia pontua que a exposição precoce a conteúdos de temas complexos pode acelerar a adultização dos pequenos. "Para evitar isso, é fundamental que os pais estejam atentos e orientem os filhos. Fique de olho no que o algoritmo das redes sociais está entregando para eles veja quais vídeos, fotos e conteúdos estão consumindo. Muitas vezes, crianças acabam expostas a conteúdos que as fazem assumir pensamentos ou emoções adultas antes da hora".
Ela também alerta para o cuidado na hora de publicar imagens de crianças. "Não publiquem fotos dos seus filhos com roupas de banho ou em situações que possam expor demais sua privacidade. Essas práticas ajudam a preservar a infância e a evitar que sejam vistas como 'adultas' precocemente".
Como educar seus filhos sobre conteúdo impróprio nas redes sociais?
Segundo a especialista, o primeiro paço é a conversa: "Para crianças pequenas, explique de forma simples que existem vídeos e jogos que podem ser assustadores ou confusos, e que elas devem sempre falar com você se virem algo estranho ou que as deixe tristes".
Mas com crianças maiores é preciso ser mais direto: "Fale mais abertamente sobre vídeos com violência, desafios perigosos que circulam no TikTok, e conteúdos sobre relacionamentos ou sexualidade que podem não ser adequados para a idade delas. Diga que não precisam participar dessas brincadeiras e que sempre podem contar com você para tirar dúvidas e se protegerem".
- De 0 a 2 anos: O ideal é evitar o uso de telas. Bebês precisam de interação direta com pessoas e o ambiente para um desenvolvimento saudável. O contato com telas pode atrapalhar esse processo.
- De 2 a 5 anos: O tempo de tela deve ser limitado a, no máximo, 1 hora por dia, com conteúdos educativos e sempre acompanhado por um adulto. A supervisão ajuda a criança a entender o que está assistindo.
- De 6 a 9 anos: O uso pode aumentar um pouco, mas ainda é importante limitar para cerca de 1 a 2 horas diárias, priorizando conteúdos que estimulem a criatividade, o aprendizado e o lazer saudável. É fundamental continuar supervisionando e conversando sobre o que a criança vê.
- De 10 a 12 anos: O tempo pode variar, mas o ideal é não ultrapassar 2 horas por dia, incluindo jogos, vídeos e redes sociais. Nessa fase, o diálogo sobre os riscos da internet e o conteúdo consumido deve ser constante.
- A partir dos 13 anos: O uso das redes sociais e outras plataformas digitais tende a aumentar. Ainda assim, é importante manter limites para que o tempo de tela não prejudique o sono, a atividade física, os estudos e o convívio social presencial. Pais e responsáveis devem manter o acompanhamento e o diálogo aberto.