Já fez ‘banheirão’? Prática levou cantor e repórter à prisão em flagrante
Em grandes cidades como São Paulo se tornou comum ver homens em busca de prazer sigiloso em banheiros públicos
Em 7 de abril de 1998, o cantor britânico George Michael foi preso em um banheiro público de Beverly Hills, na Grande Los Angeles, ao convidar um homem para fazer sexo.
Na verdade, era um policial à paisana que fazia a ronda para flagrar a habitual ‘pegação’ entre estranhos. O cantor pagou fiança, foi condenado a prestar serviço comunitário e se viu obrigado a declarar publicamente que era gay após o ‘atentado ao pudor’ virar escândalo na imprensa.
Segundo a Secretaria de Segurança Pública de SP, uma situação semelhante aconteceu no banheiro da feira de cosméticos Beauty Fair, na capital, no domingo, dia 10 de setembro.
Um adolescente de 16 anos acusou o repórter e animador de palco Gregory G. Marcio de assédio sexual. Teria havido a exibição de órgão sexual, masturbação e um convite para contato físico.
Levado à delegacia no bairro da Freguesia do Ó, o comunicador foi solto na terça-feira (12), quando postou um vídeo negando o crime.
“Quero até pedir perdão e desculpa a vocês dessas matérias que estão falando do Gregory, que não é verdade. A verdade prevalece. Quem me conhece sabe o que estou dizendo”, disse, dirigindo-se a seguidores nas redes sociais. O blog está aberto à defesa do repórter.
Na linguagem do meio LGBT+, George Michael e Gregory G. Marcio teriam tentado praticar ‘banheirão’. Trata-se da interação entre homens com apalpadas, sexo oral e até penetração em banheiros públicos, geralmente de shoppings, mercados, rodoviárias e estações de transporte coletivo.
Envolve apenas gays? Definitivamente, não. Boa parte dos adeptos, talvez a maioria, é de pais de família acima de qualquer suspeita. Provavelmente, os mesmos que usam a homofobia como disfarce para os instintos sexuais mantidos em sigilo.
Existem perfis em redes sociais com dicas dos locais mais seguros para fazer ‘banheirão’ nas grandes cidades. Em grupos de WhatsApp, homens trocam informações e marcam encontros para a ‘broderagem’ anônima.
Nos lugares mais visados, como estações de metrô, a repressão acontece com cartazes alertando para a possibilidade de prisão por ato obsceno e ofensa ao pudor público.
Seguranças e funcionários da limpeza fazem o monitoramento, inclusive fiscalizando os reservados. Mesmo assim, é quase impossível ir a um mictório sem perceber ‘manjadas’ com segundas intenções.