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Harvey Weinstein é condenado a 23 anos de prisão

O produtor de cinema Harvey Weinstein havia sido condenado, no final de fevereiro, por estupro e agressão sexual

11 mar 2020 - 12h19
(atualizado às 12h28)
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Produtor de cinema, ex-magnata de Hollywood, Harvey Weinstein foi condenado a 23 anos de prisão. A sentença foi anunciada nesta quarta-feira, 11, em um tribunal de Nova York, em sessão que contou com a presença de Weinstein. Ele podia pegar entre 5 e 29 anos de prisão.

O produtor de cinema Harvey Weinstein havia sido condenado, no final de fevereiro, por estupro e agressão sexual
O produtor de cinema Harvey Weinstein havia sido condenado, no final de fevereiro, por estupro e agressão sexual
Foto: Carlo Allegri/File Photo / Reuters

Aos 67 anos, Harvey Weinstein foi condenado por estrupro e agressão sexual no dia 24 de fevereiro, passou mal após o término do julgamento, foi submetido a uma cirurgia cardíaca e encaminhado ao presídio de Rykers Island, no Bronx, no dia 5 de março.

Esta é a primeira vitória na Justiça do movimento #MeToo, que chacoalhou Hollywood e a indústria do entretenimento como uma todo.

O júri considerou Weinstein culpado de agressão sexual em primeiro grau por praticar sexo oral forçado na ex-assistente de produção Mimi Haleyi, em julho de 2006, e por estupro em terceiro grau da ex-atriz Jessica Mann em março de 2013. Ele foi inocentado de outros dois delitos mais graves, que poderiam levá-lo à prisão perpétua: estupro em primeiro grau de Mann e de ser um predador sexual.

Mimi Haleyi e Jessica Mann foram aplaudidas na entrada do tribunal.

Haleyi caiu no choro quando ela disse ao juiz James Burke que o ataque de 2006 a assustou muito, fez com que ela considerasse se queria mesmo seguir na carreira de atriz e a deixou paranoica e com medo de retaliação. Ela disse ainda que evita relacionamentos com medo de magoar a outra pessoa, deixá-la constrangida ou afastá-la quando ela souber o que aconteceu. "Acredito que se Harvey Weinstein não tivesse sido condenado por esse júri, isso aconteceria de novo e de novo", disse.

Ela relembrou o momento em que, durante o julgamento, ela deixou a sala e seus gritos, em uma sala adjacente, puderam ser ouvidos dentro do tribunal. "O dia em que meus gritos foram ouvidos de dentro da sala de testemunhas foi o dia em que minha voz voltou." Ela disse ainda que foi uma vítima da "paralisia do estupro" e que não podia lutar. "O estupro não é só o memomento da penetração, ele dura para sempre."

Weinstein também poderia ter falado, mas foram seus advogados que se pronunciaram, pedindo leniência por causa de sua saúde frágil. Já os procuradores disseram que o ex-titã de Hollywood merecia uma pena dura por conta de todas as acusações feitas e que remontam aos anos 1970.

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Estadão
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