Morre aos 70 anos o cineasta Héctor Babenco
Argentino radicado no Brasil fez sucessos como 'O Beijo da Mulher-Aranha', filme rendeu Oscar de melhor ator a William Hurt, e 'Carandiru'
O cineasta argentino-brasileiro Héctor Babenco morreu na noite dessa quarta-feira (13), confirmou sua ex-mulher, Raquel Arnaud. Aos 70 anos de idade, ele sofreu uma parada cardíaca em casa.
Nascido em Mar del Plata, na Argentina, Babenco vivia no Brasil desde os 19 anos de idade e se naturalizou brasileiro em 1977. Sua estreia no cinema foi em 1973, com o documentário O Fabuloso Fittipaldi. Quatro anos depois, lançaria seu primeiro sucesso de público: Lúcio Flávio, o Passageiro da Agonia, visto por 5,4 milhões de espectadores.
Em 1981, Babenco lançou Pixote - A Lei do Mais Fraco, filme indicado a Globo de Ouro de melhor filme estrangeiro, e em 1985 comandou O Beijo da Mulher-Aranha, coprodução entre Brasil e Estados Unidos que rendeu o Oscar de melhor ator a William Hurt e ainda recebeu outras três indicações, nas categorias de filme, direção e roteiro adaptado.
O sucesso de O Beijo da Mulher-Aranha levou Babenco a Hollywood, onde dirigiu Ironweed (com Jack Nicholson e Meryl Streep) e Brincando nos Campos do Senhor (com John Lithgow e Daryl Hannah).
Coração Iluminado, seu filme seguinte, marcou o reencontro com a Argentina, antes de um novo sucesso de público no cinema brasileiro: Carandiru, de 2003, que é baseado no livro Estação Carandiru, de Drauzio Varella, que aborda o cotidiano na extinta Casa de Detenção de São Paulo antes e durante o massacre de 1992. O filme chegou ao disputado Festival de Cannes.
O último longa do cineasta, Meu Amigo Hindu, foi lançado em março deste ano. Nele, Babenco recria a própria luta contra um câncer no sistema linfático, que durou oito anos.