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'Jogos Vorazes' e a febre das distopias adolescentes

Com o lançamento do spin-off de 'Jogos Vorazes', voltamos no tempo para investigar como a franquia popularizou o gênero nos cinemas

16 nov 2023 - 15h23
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O que aconteceu com as distopias adolescentes?:

"Jogos Vorazes", "Maze Runner", "Divergente", "A Quinta Onda", "Eu Sou o Número Quatro"… na década de 2010, você provavelmente fez parte de um fenômeno que tomou de assalto a cultura popular: as distopias adolescentes, que hoje voltam aos holofotes com o lançamento de "Jogos Vorazes – A Cantiga dos Pássaros e das Serpentes".

Tom Blyth e Rachel Zegler como Coriolanus Snow e Lucy Gray Baird no spin-off 'Jogos Vorazes - A cantiga dos Pássaros e das Serpentes'
Tom Blyth e Rachel Zegler como Coriolanus Snow e Lucy Gray Baird no spin-off 'Jogos Vorazes - A cantiga dos Pássaros e das Serpentes'
Foto: Divulgação/Paris Filmes

Na literatura, na televisão e no cinema, franquias do gênero ganharam adaptações dos mais variados tipos e trouxeram uma verdadeira febre, principalmente entre o público jovem adulto.

No entanto, a pergunta que hoje fica diante desse fenômeno é a seguinte: por que este estilo de filme “saiu de moda”? Por que não vemos mais grandes sucessos do tipo se tornando uma febre entre jovens adultos e adolescentes?

Para começar a responder essa pergunta, é preciso voltar a quem popularizou o gênero na cultura popular de vez em 2012: "Jogos Vorazes".

No ano de 2008, a autora Suzanne Collins lançou o primeiro livro da trilogia "Jogos Vorazes", situado em um cenário quase retrofuturista, apresentando uma sociedade dividida em distritos, onde jovens eram escolhidos para lutar até a morte em uma arena televisionada. O mundo estava prestes a testemunhar o início de uma jornada que iria para muito além dos livros.

A trama ganhou vida nos cinemas em 2012 com o lançamento do primeiro filme, estrelado por Jennifer Lawrence no papel principal de Katniss Everdeen, Josh Hutcherson como Peeta Mellark e Liam Hemsworth como Gale Hawthorne. A adaptação cinematográfica capturou a imaginação do público através da metalinguagem da violência brutal dos Jogos Vorazes e as analogias sobre nosso próprio consumo a esse tipo de material.

A adaptação foi um sucesso absoluto e foi nesse momento que uma nova porta se abriu para vários estúdios, produtoras e distribuidoras. Uma lâmpada se acendeu diante de suas cabeças e eles perceberam algo.

Em 2012 o público infanto-juvenil vivia uma espécie de luto pelo fim de Harry Potter. Uma saga com mais de 10 anos de história nos cinemas chegava ao fim conforme milhões de pessoas cresciam e envelheciam com ela.

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Isso não apenas deixou um grande vácuo nas produções desse tipo de nicho, mas também mostrou que agora os tempos eram outros, e boa parte do nosso consumo também era diferente.

A distopia adolescente surgiu a partir de uma espécie de demanda muito específica: as pessoas queriam não algo totalmente imaginário, mas que tivesse uma pontinha desse desespero coletivo que uma geração inteira sente de que o futuro parece cada vez mais catastrófico.

Então quando você coloca personagens jovens liderando uma resistência contra esse futuro sombrio, você torna possível que esses espectadores assistam esse tipo de obra e criem certa esperança, se colocando no lugar daqueles que batalham para uma existência melhor.

Com o lançamento de "Jogos Vorazes", outras duas grandes obras também tentaram uma transição pras telas: "Maze Runner" e "Divergente". Enquanto Maze Runner fez um sucesso considerável, apesar de ter sido inferior ao de "Jogos Vorazes", "Divergente" já apresentava um claro sinal de falta de inovação, que explica parte da razão pela qual o público foi se cansando.

Os estúdios pensaram que era só pegar qualquer obra infanto-juvenil de sucesso e sair adaptando, e o número de filmes ruins nessa época que foram lançados na pressa só pra pegar carona no hype foi imenso.

"Eu Sou o Número Quatro", "A Hospedeira", "A Quinta Onda", "Ender's Game", todos exemplos de franquias de livros relativamente distópicos com personagens adolescentes, que deram terrivelmente errado quando alguém tentou adaptar.

Enquanto isso, depois do sucesso de "Em Chamas" e "A Esperança - Parte 1", a crítica elogiava a narrativa adaptada de "Jogos Vorazes" enquanto a trama explorava temas como política, mídia e desigualdade social.

E assim, mesmo anos depois do último filme, chegamos ao ponto atual onde "Jogos Vorazes" continua a ecoar na cultura popular e rendendo agora um prequel, chamado "Jogos Vorazes – A Cantiga dos Pássaros e das Serpentes", que está inclusive estreando hoje (16) nos cinemas. 

O filme se passa alguns anos antes dos acontecimentos originais e conta a história do Presidente Snow quando ele ainda era jovem e como aconteceu sua ascensão ao poder.

Assim, aproveitando o lançamento, trouxemos não apenas parte da jornada de "Jogos Vorazes" nos cinemas, como também uma tentativa de explicação do porquê não termos mais distopias adolescentes acontecendo hoje em dia nos cinemas.

Queremos saber agora qual é o seu relato sobre o assunto. Onde você estava durante essa febre? Você acompanhava? Deixa aqui nos comentários, não se esqueça de seguir a gente nas redes sociais em @terraentrete para mais conteúdos assim, e até a próxima!

Fonte: Ygor Palopoli
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