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Dessalinização da água do mar: como funciona e como torná-la potável

Descubra como é o processo de dessalinização da água do mar, incluindo a adição de sódio e magnésio para torná-la potável e segura

1 dez 2025 - 16h03
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A busca por soluções para o fornecimento de água potável em regiões costeiras e áreas atingidas pela escassez hídrica fez com que o tema da dessalinização da água do mar ganhasse relevância crescente. Trata-se de um processo tecnológico cuja finalidade é retirar os sais dissolvidos da água do oceano, tornando-a própria para o consumo humano, agrícola ou industrial. Nos últimos anos, diferentes métodos vêm sendo utilizados e aprimorados para garantir o abastecimento para milhões de pessoas que dependem dessas alternativas para suprir suas necessidades diárias.

Em linhas gerais, a dessalinização envolve processos físico-químicos capazes de separar a água dos minerais presentes no ambiente marinho. O resultado é uma água com poucos sólidos dissolvidos, mas que ainda carece de ajustes para ser considerada realmente segura e adequada ao consumo segundo padrões de saúde pública. Essa importância se destaca especialmente em locais onde a salinidade natural impede o aproveitamento direto do recurso para beber, cozinhar ou irrigar.

Quais são os principais métodos de dessalinização?

O procedimento de dessalinizar água do mar pode ser realizado de diferentes formas, sendo as duas tecnologias mais consolidadas a destilação térmica e a osmose reversa. Na destilação térmica, a água passa por aquecimento até evaporar; depois, o vapor é condensado em outro recipiente, obtendo-se líquido quase isento de sais. Já na osmose reversa, utiliza-se uma membrana semipermeável que filtra as moléculas de água, retendo a maioria dos compostos indesejáveis, inclusive o sal de cozinha (cloreto de sódio) e outros minerais presentes no mar.

Além dessas técnicas, há métodos alternativos, como a eletrodiálise e a nanofiltração, que também demonstram eficiência em contextos específicos. Entretanto, o emprego da osmose reversa é o mais difundido atualmente, devido à sua alta eficiência energética e capacidade de processamento em larga escala, abastecendo grandes áreas urbanas.

O equipamento de osmose reversa em uma usina de dessalinização – depositphotos.com / tifonimages
O equipamento de osmose reversa em uma usina de dessalinização – depositphotos.com / tifonimages
Foto: Giro 10

A água do mar dessalinizada é potável imediatamente?

Após ser processada para retirada dos sais, a água resultante da dessalinização ainda não está pronta para consumo humano. O motivo disso é que, durante os processos tradicionais de remoção de sais, ocorre uma subtração significativa de minerais essenciais, como cálcio e magnésio, presentes na água natural. A ausência total desses elementos pode ser prejudicial à saúde, uma vez que o organismo humano necessita dessas substâncias para diversas funções metabólicas.

Portanto, é necessário acrescentar certos compostos minerais após a dessalinização. Normalmente, realizam-se etapas de remineralização, que consistem na adição controlada de cálcio e magnésio, entre outros micronutrientes, para que a água atenda aos critérios de potabilidade estabelecidos pelas normas nacionais e internacionais de saúde pública. Assim, a água dessalinizada torna-se apta para ingestão, preparando-se para distribuição na rede domiciliar.

Como é feita a remineralização da água dessalinizada?

O processo de reposição dos minerais, denominado remineralização, é fundamental depois da dessalinização. Uma das maneiras mais comuns é a passagem da água por leitos de calcário ou dolomita, que liberam cálcio e magnésio lentamente. Outra alternativa envolve a utilização de misturas químicas solúveis, diluídas em proporções específicas, para atingir os níveis recomendados de minerais.

Esse passo é crítico para evitar que a água cause efeitos adversos à saúde ou desgaste nos sistemas de distribuição, já que a ausência de minerais pode torná-la agressiva para tubulações. A seguir, estão algumas etapas frequentes na preparação da água após a dessalinização:

  1. Remineralização: inclusão de cálcio, magnésio e, em menor escala, outros elementos como potássio.
  2. Correção do pH: ajuste da acidez para evitar corrosão de encanamentos e garantir o conforto gustativo.
  3. Desinfecção: aplicação de processos como cloração para eliminar eventuais microrganismos e assegurar a segurança sanitária.
Dessalinização de água do mar em Shevchenko (atual Aktau), no Mar Cáspio – depositphotos.com / yevgeniy111
Dessalinização de água do mar em Shevchenko (atual Aktau), no Mar Cáspio – depositphotos.com / yevgeniy111
Foto: Giro 10

Quais os benefícios e desafios do acesso à água dessalinizada?

A adoção da dessalinização em larga escala possibilita o desenvolvimento de regiões áridas e promove a segurança hídrica em locais onde outras fontes de abastecimento são insuficientes. Os principais benefícios incluem o aproveitamento de um recurso praticamente inesgotável, já que os oceanos cobrem a maior parte do planeta, e a garantia de fornecimento contínuo mesmo durante estiagens prolongadas.

Entretanto, existem desafios a serem considerados. O custo energético do processo pode ser elevado, especialmente em centrais de grande porte. Além disso, o descarte correto da salmoura - o resíduo concentrado em sais - exige cuidados ambientais para não comprometer ecossistemas litorâneos. Por isso, a escolha da melhor tecnologia depende de fatores econômicos, sociais e ambientais que variam conforme o local de implementação.

Assim, a dessalinização da água do mar, associada à adequada remineralização, representa uma alternativa viável e cada vez mais presente no cenário global de gestão de recursos hídricos.

Giro 10
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