Afastado da ficção científica desde 1982, quando
dirigiu o clássico “Blade Runner, o caçador de
androides”, Ridley Scott assim justifica a ausência e
a volta ao gênero. “O motivo pelo qual não fiz mais
nenhum sci-fi ao longo de todos esses anos, além
do fato de estar ocupado com outros filmes,
explorando diferentes gêneros, é porque,
sinceramente, não encontrei nada que valesse a
pena, que exigisse de mim verdade suficiente,
originalidade e força. E 'Prometheus' tem tudo isso”,
diz.
A nova obra não tem esse nome por acaso. Na
verdade, o diretor explica que o título faz referência
direta ao mito grego de Prometeu, que roubou o
fogo dos deuses e o deu aos homens, tornando-nos
os animais superiores da face da Terra. Por sua
traição, foi condenado a uma vida de sofrimentos
diários. Isso tem tudo a ver com a história dos
exploradores que vão atrás da origem da raça
humana. “Quando se fala sobre o mito no qual o
título se baseia, estamos lidando com o
relacionamento da humanidade com os deuses – os
seres que nos criaram – e com o que acontece
quando eles são desafiados”, completa Scott.
Além disso, Ridley Scott não faz questão de
esconder que seu filme, de início indagativo e
metafísico, caminha em direção ao horror, conforme
os mistérios vão sendo desvendados. “Nossa
história gira em torno da verdade do que poderia
estar lá fora, e aí reside seu aspecto mais
assustador. A verossimilidade sempre cria o melhor
e mais assustador drama, assim como cria a
possibilidade, para mim, de aterrorizar todo o
público”, explica o diretor inglês.
No começo de “Alien, o 8º passageiro”, os
tripulantes da “Nostromo” encontram uma nave
caída em um planeta distante e, dentro dela, um ser
misterioso, que aparentemente explodiu de dentro
para fora. “Algo que ficou comigo desde 'Alien' era o
mistério por trás disso", afirma Scott. Em seu novo
filme, é para esse local misterioso que vão os
exploradores de “Prometheus”, dessa vez para
encontrar vivo aquele ser, que pode dar resposta à
questão do surgimento da humanidade.
Foto: Getty Images