Entrevistas

Ron Howard: "Se você acha que não vai gostar, não vá ao cinema"
Por Janice Scalco

Como foi o processo de adaptar o livro Anjos e Demônios para o cinema?
Sempre que adaptamos um trabalho, particularmente uma ficção, temos que saber o que funciona na literatura e o que funciona no cinema. Esses dois mundos nem sempre são o mesmo. É um processo de exploração da história. Comecei a fazer uma coisa com Anjos e Demônios, que achei muito útil. Durante conversas casuais, quando o tema do livro surgia, eu perguntava "você leu o livro?". Se a pessoa respondia que sim, eu perguntava "do que você se lembra? Do que você gostou?". Todos mencionavam duas ou três coisas e eu guardava na cabeça. Então isso se tornou um tipo de guia ao lado dos meus instintos e, é claro, dos roteiristas também.

Ao adaptar um livro tão famoso, o que é mais importante: ser fiel à história ou aos personagens?
Bem, os livros do Dan Brown são guiados pela história. Eles não são estudos de personagens, mas, ao mesmo tempo, temos que dar vida aos personagens porque, de certo modo, é isso que faz a gente, público, se envolver na história, se deixar levar. E esse é um grande desafio para os atores. Não há tempo para aquelas histórias secundárias, para as coisas que você usa para construir um personagem. Ainda assim, você quer ver pessoas interessantes na tela. Então, você realmente precisa de ótimos atores para ajudar a história.

Há pessoas falando contra o filme. O que você acha disso? Você leva isso para o lado pessoal?
Até agora, as críticas parecem vir de pessoas que não assistiram ao filme. É difícil levar para o lado pessoal quando uma ansiedade abstrata ou até uma histeria que parecem ser expressos em relação a algo que nem foi visto.