X-9 diverte Anhembi com maluquice e carro "de ponta-cabeça"

Se de louco todo mundo tem um pouco, o desfile da X-9 teve muito na avenida em São Paulo na madrugada deste sábado. Terceira escola a entrar no Sambódromo do Anhembi, a escola apresentou o tema "Insano", jogando com a fantasia, o irreal e o maravilhoso. Até um carro alegórico com um castelo construído de cabeça para baixo ilustrou o enredo.   

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A escola entrou no Anhembi sob chuva forte, e várias poças apareciam no caminho dos passistas. Mas a água não impediu o desfile de 3,2 mil "malucos", divididos em cinco alegorias e 22 alas. Da comissão de frente fantasiada de neurônios à bateria vestida de Chalepeiro Louco, personagem do livro Alice no País das Maravilhas, a X-9 questionou durante toda a performance no Anhembi a definição de loucura.

"Maluco, pirado e doido", o samba enredo da escola lembrou gênios incompreendidos pela humanidade. "O livro se abre, a arte revela um sonhador em sinfonias imortais", cantava a X-9, que homenageou o pintor holandês Vincent van Gogh e a pintora francesa Séraphine de Senlis em um casal de mestre-sala e porta-bandeira. 

A escola não deixou sequer de lembrar a relação da "loucura" com a história brasileira. A ala das baianas entrou no Anhembi com fantasias de Dona Maria, a Louca (rainha de Portugal em 1808, quando a corte portuguesa foi transferida para o Brasil), e um curioso detalhe: o enorme sutiã cônico imortalizado pela cantora Madonna. 

Enquanto um carro alegórico com um castelo de cabeça para baixo passava pelo Anhembi, uma ala de Dom Quixotes lembrava o excêntrico cavaleiro criado pelo escritor Miguel de Cervantes. Mais atrás, a canção Maluco Beleza, do roqueiro baiano Raul Seixas, dividia espaço com o personagem Menino Maluquinho, de Ziraldo.

A X-9 não precisou cometer nenhuma loucura para terminar o desfile com tranquilidade, em 60 minutos. Ainda neste sábado, o Anhembi assiste aos desfiles de Dragões da Real. Acadêmicos do Tucuruvi, Vai-Vai e Tom Maior.