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Netflix na pandemia: 5 maneiras como o serviço de streaming mudou com a covid-19

Plataforma de streaming atraiu apenas 2,2 milhões de novos assinantes no trimestre até 30 de setembro, já que perdeu força o aumento da demanda por seus serviços durante a pandemia.

21 out 2020 - 17h38
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Série The Good Place é um sucesso na Netflix
Série The Good Place é um sucesso na Netflix
Foto: Netflix / BBC News Brasil

A demanda por entretenimento online, principalmente de plataformas de streaming, aumentou quando o mundo entrou em confinamentos de grande escala no início deste ano por causa da pandemia de covid-19. Mas como a Netflix está se saindo depois desse impulso inicial?

1. O crescimento está desacelerando, e mais do que a Netflix esperava

Segundo seus resultados mais recentes, a Netflix atraiu 2,2 milhões de novos assinantes no trimestre até 30 de setembro, já que perdeu força o aumento da demanda por seus serviços durante a pandemia.

Embora tenha alertado de uma provável desaceleração, o resultado veio abaixo da previsão de julho de 2,5 milhões, fazendo com que as ações da empresa caíssem 5%.

"A festa da transmissão da pandemia chegou ao fim", declarou Paolo Pescatore, analista do PP Foresight.

Ainda assim, a Netflix lembrou aos investidores que ainda está a caminho de um número recorde de 34 milhões de novos assinantes em 2020, ultrapassando 200 milhões ao todo.

2. The Old Guard, um filme de ação estrelado por Charlize Theron, foi o sucesso da Netflix

A Netflix disse que 78 milhões de famílias assistiram a The Old Guard (A Velha Guarda, em tradução literal), uma produção original da própria plataforma, nas primeiras quatro semanas após seu lançamento. O longa se tornou o título mais popular da empresa no trimestre.

Filme estrelado por Charlize Theron liderou lista dos filmes mais assistidos da plataforma
Filme estrelado por Charlize Theron liderou lista dos filmes mais assistidos da plataforma
Foto: Reuters / BBC News Brasil

Enola Holmes, Project Power e The Kissing Booth 2 também se mostraram bastante populares, atraindo respectivamente 76 milhões, 75 milhões e 66 milhões de famílias nas primeiras quatro semanas após estrearem.

Obviamente esses números devem ser vistos com cautela, já que a Netflix leva em conta qualquer pessoa que passou mais de dois minutos vendo o título. E os números de espectadores que a empresa divulga estão focados apenas em suas próprias produções originais.

3. Os mercados fora dos EUA são absolutamente essenciais para os negócios

O número de assinantes internacionais da Netflix já superou os dos EUA, e o crescimento no exterior continua a ser crucial.

No trimestre mais recente, o maior crescimento de assinantes ocorreu na região Ásia-Pacífico, que respondeu por mais de 1 milhão de novos assinantes, quase metade das novas inscrições. A empresa afirma fazer parte agora de uma fatia de "dois dígitos" de residências conectadas por banda larga no Japão e na Coreia do Sul.

Mas a empresa ainda obtém sua maior receita por cada consumidor nos Estados Unidos, então a retenção de clientes em seu mercado doméstico é fundamental, especialmente à medida que a se acirrou concorrência com rivais como Disney e HBO.

Nesse sentido, a Netflix procurou tranquilizar os investidores, escrevendo em sua atualização trimestral que "a retenção continua saudável e o engajamento por cada membro de uma família aumentou com solidez" em comparação com o ano passado.

4. Corrida por mais conteúdo

A paralisação de produções de cinema e televisão, forçada por causa das medidas de distanciamento social, jogou luz sobre como a Netflix e seus concorrentes conseguirão ofertar novos conteúdo para reter seus assinantes.

A Netflix minimizou os temores de investidores, dizendo que estava fazendo "um progresso bom e cuidadoso" nas produções e que esperava que o número de produtos originais da Netflix lançados no próximo ano ultrapassasse 2020 em todos os trimestres.

A empresa deve se beneficiar da batalha por espectadores com as companhias de cinemas, disse Sophie Lund-Yates, analista de ações da Hargreaves Lansdown. Mas, à medida que o público doméstico consome o conteúdo disponível em um ritmo mais rápido, os custos vão aumentar. Isso poderia, por exemplo, levar a empresa a aumentar os preços das assinaturas, alertou Lund-Yates.

"O conteúdo original pode manter clientes, mas custa um bom dinheiro e é totalmente vampiresco para os resultados financeiros", disse ela. "Como se espera que os usuários consumam conteúdo em uma taxa mais rápida, o buraco no fluxo de caixa em teoria ficará maior."

5. A desaceleração da produção ajudou os lucros

A empresa informou um recorde de US$ 790 milhões (quase R$ 4,4 bilhões) em lucro trimestral, já que a receita aumentou mais do que o esperado (para US$ 6,4 bilhões, ou R$ 36 bilhões), graças em parte à valorização do euro em relação ao dólar.

Segundo a Netflix, suas margens de lucro também melhoraram por causa da desaceleração temporária dos gastos com a produção de conteúdo durante a pandemia.

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