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Itália reencontra por acaso obra de Rembrandt

Pintura teve restauração de 5 anos até confirmação de autoria

23 jun 2021 - 13h08
(atualizado às 13h26)
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Um obra do artista holandês Rembrandt (1606-1669), que estava "perdida" ao longo dos séculos, foi reencontrada por acaso em Roma, na Itália. Apesar do anúncio ter sido feito nesta terça-feira (22) pela Fondazione Patrimonio Italia (FPI), a pintura "Adoração dos Magos" foi descoberta em 2016 e, por cinco anos, passou por uma restauração.

Obra 'Adoração dos Magos', de Rembrandt, foi encontrada por acaso em Roma em 2016
Obra 'Adoração dos Magos', de Rembrandt, foi encontrada por acaso em Roma em 2016
Foto: ANSA/FPI / Ansa - Brasil

Durante o encontro "Rembrandt: individualizar o protótipo, ver o invisível" realizado na capital italiana, os especialistas explicaram todo o processo de descoberta e recuperação.

A obra foi reconhecida pela restauradora profissional Antonella Di Francesco. Os donos do quadro levaram a peça para ela arrumar após uma queda acidental, onde seria necessário fazer um novo enquadramento. Após uma limpeza por conta do escurecimento do verniz, Di Francesco percebeu que poderia ter em mãos uma pintura secular.

Nos anos seguintes, além da restauração, outros estudiosos também atestaram a veracidade do quadro. Só quando tiveram certeza de que esse poderia ser o "Adoração dos Magos", é que a FPI fez o anúncio.

"Ao longo do meu trabalho, eu pude entender uma das coisas mais bonitas da vida: a consciência inesperada de estar em frente a uma obra de um autor muito grande que se revela para você, que sai de sua zona opaca e te escolhe para ser resgatado da escuridão", disse Di Francesco ao falar sobre a descoberta.

A pintura de óleo sobre tela foi criada entre os anos de 1632 e 1633 e os especialistas só sabiam de sua existência através de reproduções encontradas ao longo dos séculos. Dava-se como perdida a obra original do gênio holandês.

Além da análise dos traços e do tipo de tintas usadas, a tecnologia conseguiu detalhar a obra, mostrando os desenhos iniciais feitos pelo artista.

Para o presidente do FDI, Guido Talarico, a descoberta "é motivo de grande orgulho para a nossa Fundação, nascida com o objetivo de valorizar as coleções privadas italianas propondo uma nova abordagem na relação com os colecionadores".

De acordo com a instituição, o quadro pertence a uma família romana, que é parte de um fundo histórico-artístico iniciado nos anos 1500. Os analistas estimam que ela pode valer entre 70 milhões e 200 milhões de euros (entre R$ 415,8 milhões e R$ 1,1 bilhão) se fosse vendida.

Por enquanto, a obra continuará à disposição de especialistas que queiram fazer novas investigações. .

Ansa - Brasil   
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