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X-Men 2 ganha mais ação e agradará fãs dos HQs
X-Men 2 é melhor que o primeiro longa de X-Men. Partindo desse princípio fica fácil explicar o que os fãs vão adorar e o que o público comum dos filmes de aventura vai ter para se impressionar. Os personagens de quadrinhos sempre se basearam nas virtudes e fraquezas do ser humano. X-Men não é diferente. Atrai as pessoas em geral, pois trata dos excluídos, dos vistos com preconceito por outros. A segunda versão para cinema de X-Men vai agradar por essa perspectiva e por ser um filme de ação com ótimos efeitos. A história se desenrola melhor, já que não há mais a necessidade de introduzir com cerimonial cada um dos personagens. Para os que acompanham os personagens da Marvel o interesse é um pouco maior: a trajetória biográfica dos quase 35 anos dos heróis começa a se desenrolar nas telas, inclusive com algumas "pegadinhas" discretas ao longo da história.
A turma dos X-Men é grande. No primeiro filme foi difícil apresentar uma parte do bando. No segundo filme, já não há mais esse lerdo processo de cativar o público para cada um dos mutantes. Um personagem sempre presente da segunda versão do grupo do professor Xavier nos quadrinhos (existiram várias e até hoje mudam) é introduzido - e de maneira atordoante, no início do filme. Chama-se Noturno, ou Kurt Wagner. Lembra um demoniozinho azul, mas é um dos mais simpáticos do grupo (ver personagens). Outro que ganha uma leve ponta é Colossus, e que certamente na próxima versão para o cinema vai ter um papel mais destacado. Ele ajuda a retirar as crianças da mansão do professor Xavier durante uma invasão e ao se oferecer para entrar na luta pesada mesmo tem sua oferta recusada por Wolverine.
Novo vilão
Agora, o novo vilão chama-se William Stryker, um militar influente no círculo presidencial nos EUA e que quer banir os mutantes da face da Terra - usando como gancho uma pretensa Lei de Registro de Mutantes. Por trás de suas intenções, um motivo pessoal: o general também tem um envolvimento com o passado de Wolverine, que começa a busca por sua história perdida ao longo de X-Men 2. A investida de Stryker é justamente no quartel-general disfarçado dos mutantes, a escola para jovens estudantes "especiais", localizada na mansão de Charles Xavier, líder dos X-Men. Stryker quer o controle de uma máquina do professor X que lhe dá acesso à mente de todos o mutantes e seres humanos na Terra, poder que pode matar qualquer um dos gêneros com um pensamento. Portanto, continua o estranhamento entre os seres humanos e os mutantes, que poderiam ser a nova etapa na escala evolucionária da humanidade.
Desta vez, os X-Men contam com um aliado não muito confiável: Magneto, vilão do primeiro filme. Jean Grey tem um papel significativo no novo filme e para quem não acompanha os quadrinhos existe até um mistério que só será revelado na próxima película. O centro de curiosidade de X-Men 2 é sem dúvida Wolverine, que na própria série em quadrinhos se mostrou o mais cativante e popular. Expandiu sua história para fora do grupo e ganhou sua própria revistinha e aventuras (confira em quadrinhos). Por ser o mais emocional e encarnar o "cafajeste bacana", Logan (nome do personagem) atrai os olhares, inclusive de "comprometidas", como Jean Grey, namorada de Cíclope.
Colaboração dos escritores de HQ
O diretor do filme continua o mesmo, Bryan Singer, mostrando que o sucesso alcançado com o primeiro lhe deu aval para uma produção mais cara. Os escritores da história são ídolos das HQ como John Byrne, Chris Claremont, Jack Kirby e até o pai da Marvel, Stan Lee. Todos os eventos no filme são baseados, o máximo possível, nos eventos envolvendo os X-Men nos quadrinhos. Há "acelerações" nos acontecimentos, algumas pequenas alterações de como as coisas aconteceram, mas não importa - até nos HQ existem discrepâncias dependendo da época e artistas que criaram as histórias. A quantidade de dublês no filme é estúpida, mas assistindo às cenas parece claro que os atores principais "ficaram na sombra" durante as filmagens, exceto Rebecca Romijn-Stamos (Mística) e Alan Cumming (Noturno) , que tiveram longas horas de pintura no corpo - ela cinco e ele oito.
O primeiro filme custou aos cofres da Fox Filme US$ 75 milhões. O novo, US$ 100 milhões. Foi filmado em sua maior parte no Canadá, com algumas cenas em Nova York. Graças provavelmente a um contrato bem armado, conseguiram ter de volta Halle Berry na aventura - uma oscarizada em um filme de ação! Se os produtores não foram espertos o suficiente para fechar um acordo para mais de dois filmes, provavelmente Tempestade terá uma nova cara em X-Men 3. Pelo menos, nesse segundo, arranjaram um corte de cabelo melhor para as longas mechas brancas do personagem.
Ricardo Ivanov / Redação Terra
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