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Filme: O Jantar





 

 

De: Bruno

 

Olá, meu nome é Bruno, tenho 19 anos e acompanho sua coluna faz muito tempo (desde o interessante O Clube da Luta, eu acho), mas só agora resolvi mandar um comentário, pois sua crítica ao filme de Ettore Scola está realmente muito boa (como o próprio filme). Realmente é um filme de velho, mas no bom sentido, afinal, tem muito cineasta jovem por aí que não faz nada que preste. Além do professor e da aluna apaixonada

(boa lembrança!), também gosto da dupla do vidente e... e... e quem era o outro cara mesmo? Aliás, faltou tecer algum comentário sobre o falecido Vittorio Gassman. Todo mundo que conheço se emocionou com a mãe e a filha que vai se tornar freira, menos eu, ao que parece (que clichê!).

 

Por fim, já que o milênio acabou de vez (nada de piadas com a obra-prima do Kubrick, por favor) gostaria de saber quais realmente foram os grandes filmes da década em sua opinião, Gerbase. Não se intimide com a tarefa apenas porque Alta Fidelidade do Frears é muito chato. Seria bom também se o restante dos freqüentadores colaborasse. De minha parte ainda vou precisar ver os filmes de muita gente para poder dar alguma opinião elaborada, mas pelo menos três obras já estão no topo: A Estrada Perdida, de Lynch, o maravilhoso Ondas do Destino, de Von Trier e Os Bons Companheiros, de Scorsese.

 

Outros filmes também se destacam agora, mas prefiro não citar nenhum, exceto Assassinos Por Natureza do picareta com talento Oliver Stone. Estou mencionando o sujeito, pois acho um pouco injusto o tratamento de ódio total dado a este diretor (aliás, aonde está o Reichenbach?) e tem diretor muito mais picareta, como Steven Soderbergh, este sim o embuste da década. Não sei qual é sua opinião a respeito do sujeito (gostaria de saber), mas sexo, mentiras e videotape me parece um bom filme, mas superestimado.

 

Por outro lado, Irresistível Paixão é uma cópia mal feita de Tarantino, e o último dele, o Erin Brockovich, até gostei, mas aí fui na locadora ver Livre Para Amar (Tumbleweeds) para conferir a atuação da indicada ao Oscar, Janet McTeer, e fiquei irritado. Soderbergh copiou descaradamente esse filme (lançado nos EUA em 99)! McTeer e Roberts interpretam exatamente a MESMA personagem. Aliás, McTeer atua melhor que Roberts, e para piorar, os movimentos de câmera são IDÊNTICOS. Que coisa mais irritante! E que cineasta medíocre! E se Kleber Mendonça, lá do Cinemascopio, estiver correto, Traffic vai ser a maior enganação. Desculpa

se o e-mail ficou grande, mas quem mandou você ser um bom crítico? Para finalizar sugiro conferir Dançando no Escuro e Os Contos Proibidos do Marquês de Sade.

 

De: Gerbase

 

Acho que gostei especialmente do diálogo professor cínico com a aluna apaixonada porque a situação é mais irônica e menos sentimental. O personagem de Gassman, apesar de bem construído, é mais previsível, o mesmo acontecendo com o vidente e seu companheiro de peruca. É muitíssimo difícil atingir a perfeição estética, ou o delicado equilíbrio do emoção e da política, como o próprio Scolla conseguiu em seu insuperável Nós que nos amávamos tanto. Em O Jantar, há alguns momentos de auto-indulgência, de uma nostalgia que, apesar de bela, enfraquece o todo da obra. Os personagens estão todos condenados a “falar” sobre a vida, em vez de vivê-la. Além disso, há um certo misticismo no ar, como se a razão estivesse cedendo espaço ao imponderável. Por isso, é um filme “de velho”, de um extraordinário velho, que continua disposto a nos maravilhar. Ainda bem. Também não gostei da filha que quer ser freira, mas sua mãe, Stefania Sandrelli, está tão bem caracterizada, é tão luminosa, que ela ganha a cena sozinha.

 

Quanto à lista, sinto muito, estou na praia, sem meus livros, com a Internet muito lenta, e não tenho disposição para falar a sério sobre as minhas preferências. Mas assino em baixo das suas, principalmente A Estrada Perdida, que inova na narrativa de forma radical e consegue ser muito perturbador. E Scorcese, claro, continua soberano, dos 80 aos 90. 

 

Steven Soderbergh é um cineasta muito respeitável. Apenas sexo, mentiras e videotape já seria suficiente para colocá-lo entre os mais talentosos realizadores dos últimos anos, apesar dos escorregões posteriores. E, ao contrário de você, tenho lido muitos comentários positivos sobre Traffic. Vamos ver e depois tiramos a prova dos nove. 

 

De: Keli Boop

 

Beleza a sua crítica sobre O Jantar. Bem lembrada a vitalidade de Scola, que deve manter seu “savoire-vivre” regado a muitos goles de vinho, a belas garfadas em espaguetes suculentos e à sensibilidade direcionada pra essa coisa esquisita e apaixonante que é a humanidade. Como vc bem disse, O Jantar é um filme de velhos. Êta velho da pesada esse Ettore Scola, hein!?

       

A cena em que o garoto turista fotografa a levitação do vidente charlatão é uma mostra do espírito lúdico e circense do diretor italiano. Sem exagero, eu diria que é antológica a cena das musicistas que invadem o salão empunhando harpa e flauta e seduzem e igualam com sua arte uma platéia formada por tipos antagônicos. Aparentemente ingênuo, o recurso com o

desenho de animação no final é uma interferência providencial, uma ironia sutil do diretor.

 

Pra temperar o caldeirão recheado com os mais diferentes tipos de relações humanas, a presença de um “chef de cuisine” munido de crítica e aspereza contra a alienação de seus assistentes. Os diálogos hilários e emocionantes são algo. Assim como eu, vi pessoas comovidas com a conversa entre mãe-perua e filha-tolerante. Mas achei maçante o papo da trupe de teenagers que invade o restaurante. Não exatamente a presença dos jovens, que têm a sua razão de estar ali, mas me pareceu um pouco forçada aquela história de trabalho noturno voluntário. OK, é a realidade dos jovens em quase todo o mundo (registro: nos EUA, a cada 3 pessoas, 2 fazem trabalho voluntário e pá, but...).  Mas isso é um detalhe ínfimo, é verdade, diante  do virtuosismo do hábil mestre-cuca da comédia sentimental.

 

De: Gerbase

 

Conheci rapidamente o Scolla quando ele esteve aqui em Porto Alegre, para um seminário chamado Cinema: do fim ao começo. E, quando ele falou sobre sua obra, o fez com uma simplicidade absoluta. Scolla é um comunista “das antigas”, que aprendeu a separar muito bem as grandes idéias, as lindas teorias de esquerda, e a prática cotidiana, quase sempre difícil e cheia de contradições. Acho que o grupo de jovens, meio descerebrados, que chega ao restaurante para o aniversário, é um comentário – talvez cruel demais, ou amargo demais – sobre os “novos tempos”. Algo como o Ensaio de Orquestra, de Fellini. Ao mesmo tempo, como você destaca, temos a cena da harpa e da flauta, instrumentos medievais, que dominam o ambiente com representantes incontestáveis do “belo”, conquistando inclusive os jovens-quase-idiotas. É uma cena que, no cinema moderno de Hollywood, ficaria tremendamente falsa, possivelmente melosa demais. Mas Scolla sabe fazer com leveza e uma pontinha de ironia. 

 

De: Fabricio Brasiliense

 

Pelo amor de Deus, assista Dançando no Escuro e me dê uma luz. Não consegui me desvincular do filme até agora e ter uma percepção menos comprometida com a história. Só consegui defini-lo de uma forma: pornográfico. Por favor, encontre outras definições menos perniciosas.

 

De: Gerbase

 

Uma definição não pode ser “perniciosa”. Imagino que você queira dizer que o filme o atingiu de forma avassaladora, explícita, quase como uma relação carnal. Se for este o caso, creio que “pornográfica” seria uma boa definição, e Dançando no escuro deve ser mesmo extraordinário. Verei o filme e depois comento. A propósito: porque você quer ter “uma percepção menos comprometida com a história”? Às vezes, o filme nos domina de modo absoluto. Então... relaxa e goza.

 

De: Beto Feres

 

Desculpe tomar seu tempo, prometo ser breve. Sou um recém-formado em administração, publicitário de profissão e cinemaníaco de paixão. Tenho trabalhado com propaganda (planejamento e criação) há alguns poucos anos e não tenho muito do que reclamar, afinal hoje tenho um emprego legal, com boas perspectivas em um grande agência: a NewcommBates.

 

Mas a verdade é que o assunto que realmente me desperta o interesse e dispara o coração é o cinema. Aproveito cada momento livre da frenética rotina da publicidade para assistir aos filmes dos diretores e escolas de cinema que me fascinam. Freqüento as Mostras e sempre que posso leio

sobre o assunto, mas gostaria de aprender mais e ter o cinema mais presente em minha vida. Quem sabe um dia até mesmo como profissão!

 

Por isso, venho pedir a sua ajuda. Li algumas críticas suas no Terra e gostei muito do seu texto: uma visão inteligente, romântica e super contextualizada. Será que você conhece algum curso de cinema bacana, não necessariamente universitário, feito por gente legal na área de roteiro,

direção, etc? Ou você acha que o caminho das pedras é outro? Você diz que descobriu o cinema um pouco tardiamente, qual foi a sua formação? Se não for encher muito, será que você poderia me dar sua opinião sobre esse meu mergulho no mundo de cinema?

 

De: Gerbase

 

Minha formação é simples: fiz a faculdade de Jornalismo (apesar de saber que Publicidade dá mais dinheiro) e fiz alguns filmes (apesar de saber que fazer qualquer outra coisa dá mais dinheiro). E gosto de escrever, já que não sou muito de conversar. Quanto aos cursos, acho que os mais sérios são mesmo os universitários, como a ECA, a UFF, etc. Aqui no Rio Grande do Sul, na PUC (onde dou aula) temos alguma coisa na área de roteiro (a nível de extensão) e estamos batalhando uma Pós Graduação Profissionalizante em Cinema.

 

Mas o principal é o seguinte: você só vai ter uma noção menos romântica e mais realista do cinema se participar da realização de um filme (ou de um vídeo). Reúne os amigos para uma produção cooperativada (super-8, VHS, qualquer coisa), ou entra em algum curso que tenha atividades práticas, e dá uma olhada na coisa em si, com todas as suas maravilhas e suas dificuldades terríveis. Não sei se você vai gostar do seu “mergulho no cinema”, mas pelo menos sairá da experiência molhado. De verdade.

   

De: JR

 

Sempre acompanho sua coluna no Portal Terra e devo dizer que você é um dos poucos críticos que consegue me manter interessado em opiniões sobre cinema. Ou a maioria é anódina ou no jargão popular, "descem a lenha" em toda e qualquer produção que venha do "Império". A sua opinião frente à

Polêmica sobre "Rastros de Ódio" do John Ford foi exemplar. Infelizmente, para a grande maioria (e até para mim, devo dizer), fica difícil analisar com um certo distanciamento, determinados filmes.

 

Mas chega de rodeios, pois o meu motivo aqui é outro. Talvez você se lembre deste episódio: alguns anos atrás (talvez tenha sido em 91 ou 92, não tenho certeza), foi lançada uma versão chamada de "autor" de "Blade Runner". Parece que o filme que é considerado tão "cult" aqui na terrinha teve uma perfomance inexpressiva lá fora e pelo que já andei lendo, ocorreram várias divergências durante a produção, inclusive

parece que o Ridley Scott não reconhece a cria como sua, já que os produtores meteram a mão de todas as maneiras na montagem do filme.

 

Inclusive a narrativa do personagem de Harrison Ford foi feita a contra-gosto pelo mesmo, já que as filmagens já tinham se encerrado, o filme já tinha feito uma pré-exibição interna, e segundo o proprio Ford que esteve aqui no Brasil anos atrás e foi entrevistado pela chatíssima Bruna Lombardi, a narração só foi realizada por que ele ainda se encontrava dentro do período de contrato do estúdio, já que tal abordagem não foi aprovada pelo diretor.

 

Nos anos que citei acima (91 ou 92) foi "encontrado" um copião (não sei se este é o termo) da versão inicial do diretor, que é a que eu tenho em fita. A versão anterior só existe em locadoras com fitas produzidas entre 85 e 88. Eu realmente prefiro a versão anterior. Pode ser que o diretor não concorde, mas a narrativa dá uma certa agilidade ao filme. Realmente, não sou cineasta e com certeza é uma falta de respeito para com o diretor, mas se ele assinou um contrato que permite tais alterações.....

 

Entretanto, ao conseguir assistir novamente a fita anterior, a qual consegui em uma locadora do interior de Minas, e comparar com a versão atual, confirmei o enxerto de uma seqüência, em que o personagem de Ford sonha com unicórnios, na versão anterior não havia esta cena. Imaginei então: deve

ser alguma seqüência que havia sido filmada inicialmente e foi deixada de lado, mais uma vez por culpa dos produtores. Só que me deu um estalo! Ridley Scott havia filmado A Lenda alguns anos depois, e sobre o que é A Lenda? Sobre unicórnios, e um detalhe: Blade Runner foi filmado e

montado entre início de 80 ou 81 e lançado em meados de 82 (no Brasil foi lançado no Natal de 82 e ficou meio fora do grande circuito já que ET, do Spielberg, praticamente reinava em fins de 82).

 

A Lenda foi produzido em meados de 83 a 84 e foi lançado em 85. Como é possível então que a tal "versão integral" do diretor, que teoricamente seria a versão sem cortes e sem alterações apresente uma seqüência de um filme que foi produzido 3 anos depois? Talvez você possa argumentar que os unicórnios são realmente originais de Blade Runner e que ele aproveitou esta idéia em A Lenda. Eu acho difícil acreditar nisto. Talvez, ele tenha, sim, usado uma seqüência de um

filme posterior, visto que ela se enquadrava na narrativa (no livro de P.K Dick faz menção aos unicórnios), não teve escrúpulos em incluí-la na sua versão integral. Não sei qual seria a verdade entre estes fatos, talvez isto pouco importe

hoje, mas me sinto meio que comprando gato por lebre, e talvez isto demonstre que o cinema sobreviverá mais um século, como uma maravilhosa arte de embuste.

 

De: Gerbase

 

Não tenho condições de fazer uma pesquisa séria a respeito das várias versões de Blade Runner. Na verdade, acho que não a faria, mesmo que tivesse condições, porque não sou um historiador ou um pesquisador de cinema. Sou apenas um crítico, que eventualmente lança mão da história, mas que não está realmente interessado em detalhes como sonhos de unicórnios. Lembro de um personagem de Joyce que diz algo como “A história é um pesadelo de que tento despertar”. Tudo isso, é claro, não retira a tremenda influência da história e dos pesadelos sobre nossas vidas.

 

Mas sou fã do primeiro Blade Runner, aquele que os produtores, segundo o Ridely Scott, “estragaram”. É um belo filme, com sua narração em OFF, com seu final meio aberto. Não vi a segunda versão, a “do diretor”, que vários amigos malharam, para não estragar minha boa lembrança. Afinal, é melhor, para um replicante, ter uma boa memória de sua criação, breve existência e destruição. Enfim, já que o cinema pode criar histórias alternativas, escolho a que me tem servido sem problemas.  

 

De: Livia Lima

 

Apesar de não ter visto o filme, me empenhei em escrever este e-mail. Às vezes é um pouco complicado falar de cinema, ainda mais quando são os antigos filmes (ou filmes ao estilo antigo) que estão em pauta. Concordo que um bom cinema "à la carte" faz bem nesses tempos "fast food", mas hoje em dia é praticamente impossível conciliar os dois gêneros. Talvez seja preciso inventar um gênero misto destes dois, quem sabe um cinema "self-service" (que trocadilho infame!).

 

Eu imagino que o cinema, como arte, deveria estar voltado p/ o público. Pode falar o que quiser, mas sempre que se fala de

um filme "de arte" a primeira coisa que vem à cabeça é chatice e tédio. Não que todos os filmes considerados "de arte" sejam chatos, e sim que nenhum deles (ou quase nenhum) dá ao público o que ele realmente vai buscar no cinema. Logo, cria-se o rótulo p/ filmes não-hollywoodianos (europeus, sul-americanos e de qualquer outro lugar). É preciso reaprender a fazer cinema, por que os tempos são outros. Mas uma coisa permanece, o desejo pela fantasia.

 

Documentários são esclarecedores, mas não ganham público, porque retratam exatamente a realidade sob condições reais. Não existe fantasia. Talvez a maior doença do cinema seja fantasiar tanto que acaba gerando uma ilusão. Por exemplo, antes de começar a estudar história geral eu podia jurar que os EUA tinham vencido a Guerra do Vietnã. Isso porque eu vi

Rambo fazendo as suas estripulias no cinema. Era uma fantasia tão forçada que virava ilusão, distorção de fatos. E isso está errado. Uma coisa que ninguém pensa mais hoje em dia é que o cinema na verdade é uma história (como a dos livros), contada por imagens ao invés de apenas palavras bonitas e bem

organizadas no papel.

 

O cinema é um contador de histórias, sejam elas emocionantes, engraçadas ou dramáticas. Não é apenas uma miscelânea de imagens sem sentido. Se escolhe um bom filme assim como se escolhe um bom livro, a diferença é que alguém conta a história p/ vc.

 

De: Gerbase

 

Você tem uma visão um pouco equivocada sobre documentários. Em primeiro lugar, eles nunca “retratam exatamente a realidade sob condições reais”. Aliás, não conheço qualquer criação artística que faça isso. E, segundo muita gente, nem a ciência consegue tal prodígio. Estamos sempre fazendo representações, ou aproximações, da realidade. Em segundo lugar, o documentário pode ser muito emocionante, como o brasileiro Santo Forte, ou o norte-americano Corações e mentes. Este filme, aliás, é exatamente o que você precisa para retirar da Guerra do Vietnã a imagem “falsa” dos Rambos da vida. Não que ele seja, necessariamente, “verdadeiro”, mas a “fantasia” que ele cria estabelece com a realidade relações muito mais intensas, muito mais sofisticadas, muito mais esclarecedoras e, por que não?, muito mais divertidas e emocionantes.

 

Em compensação, a sua visão do cinema como “máquina de contar histórias” é muito moderna. Umberto Eco diz que estudar semiótica (a ciência dos signos) é, basicamente, estudar as muitas formas que os seres humanos utilizam para mentir (quase sempre, através de histórias). E que o cinema é a maios poderosa máquina de contar mentiras já inventada, porque lança mão de várias linguagens existentes quando de sus criação (como a literatura, que você cita, o teatro e a música) e ainda acrescenta a montagem. Enfim, se alguém sempre conta a história para você, esse alguém está sempre “mentindo”, tanto no documentário como na ficção. E a grande questão passa a ser: esse cara é um bom mentiroso? Até mais.   

 

 

O Jantar (Itália/França, 1998). De Ettore Scola


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Carlos Gerbase
é jornalista e trabalha na área audiovisual, como roteirista e diretor. Já escreveu duas novelas para a Terra Networks (A Gente Ainda Nem Começou e "Fausto"). Em 2000, lançou seu terceiro longa-metragem, Tolerância, com Maitê Proença e Roberto Bomtempo.

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