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Filme: 60 Segundos





Cartas "60 segundos"

De: André Alvarez Alves

Aaaaaaaargh................... Que filmeco, cara!!! Pra variar o trailer me enganou, fui ver o filme com expectativa de ver algo com estilo e com espírito. Algo cult, cheio de densidades, anti-heróis, personagens enigmáticos e perseguições antológicas. Fala a verdade, o argumento é até interessante, dava pra fazer um filme bem bacana. Pena que já desde os créditos iniciais você sente que entrou na maior roubada. Você notou aquela montagem rídicula dos rostos dos atores em fotografias antigas da família?? Completamente amadora! Já comecei a ter dores de barriga. Sem contar com a mensagem implícita, de um conservadorismo e maniqueísmo patéticos, de associar o nosso herói a um ambiente familiar sólido e feliz.

Cada clichê tornava o filme mais constrangedor. Tive vontade de sair mas acabei resistindo e aos poucos comecei a dar risada daquele trash movie (com perdão aos verdadeiros trash movies). Agora, o ápice foi realmente a hora que o Nicolas Cage coloca sua jaqueta, vira pra câmera e fala: "Man, I´m bad!!". Cara, eu chorei de dar risada! Aliás, vou demorar muito pra arriscar assistir outro filme com o Nicolas Cage. O cara tá se transformando em símbolo de filmecos! Com exceção do último do Scorcese, no qual ele é que quase estraga um filme razoável. Só mesmo dando risada e descendo muito a lenha para desabafar. E, como você disse, ainda tem gente que gosta...

PS: Cada vez mais temos trailers maravilhosos e filmes medíocres. Significa que temos melhores publicitários que diretores? Ou apenas mais um sinal da exaltação da velocidade nos tempos atuais??

De: Gerbase

Não acho que os inúmeros clichês de 60 segundos sejam resultado de amadorismo. Pelo contrário: cada um deles – as fotos dos créditos iniciais, os diálogos medíocres, o enredo sem surpresas e todos os outros – foram executados com profissionalismo e conhecimento de causa. E, na verdade, eles funcionam para boa parte do público. Por isso eu costumo dizer – e não está aí nenhuma novidade – que os americanos fazem o melhor e o pior cinema do mundo. E às vezes fazem isso no mesmo filme! Quanto aos trailers, quem manda acreditar neles? São peças publicitárias. Quem quer informação mais isenta deve procurar nos jornais e revistas, pesquisar na Internet, ler algumas críticas. 60 segundos é muito ruim, a não ser que seja reduzido aos 60 segundos que duram seu trailer, que é o tempo de um bom publicitário vender seu peixe com o máximo de eficiência. O cinema brasileiro precisa aprender a fazer trailers assim.

De: Ailton Monteiro de Fortaleza

60 Segundos é um desses filmes assistíveis. Legais de ver despretensiosamente, esperando um filme ruim. Vendo dessa forma, até que pra mim não foi tão ruim assim. Achei até melhor que o último filme que vi (Mar em Fúria). Já Nicholas Cage está pegando a síndrome daqueles atores que estão trabalhando no piloto automático. Mas acontece - até gente boa como Robert DeNiro faz isso de vez em quando... Mas gostei muito de seu papel no filme irregular de Martin Scorsese (Vivendo no Limite).

Já Angelina Jolie, que esteve ótima em filmes como Corações Apaixonados e Garota, Interrompida, nesse filme está quase descartável. Um papel ridículo. Quanto aos clichês, pelo menos são usados de modo despretensioso. E como dizia Roman Polanski: "os clichês é o que há de mais interessante nos filmes".

De: Gerbase

Mas os clichês de Polanski são sempre engraçados, sempre inteligentes, sempre escondem uma verdade dramática atrás do óbvio. O que escondem os clichês de 60 segundos? Nada. O que falta a 60 segundos é um diretor com mais humor e menos exibicionismo. O próprio Cage, hoje, é um clichê de personagem marginal, mas, no fundo, bem intencionado. Quanto à Jolie, quando ela apareceu com aquele macacão, deitada em baixo do carro, maquilagem cuidadosamente desfeita, pensei: "tô roubado; o cara transformou uma estrela em lixo." Mas o pior estava por vir: ela também era garçonete e ex-ladra. Clichês, tudo bem, mas tem hora que eu não agüento mais...

De: Pedro Roberto Jr.

Eu acho que o filme 60 segundos foi excellent e acho também que ele não deveria sair de cartaz tão cedo

De: Gerbase

Aqui em Porto Alegre, tá na quinta semana de exibição. E continua fazendo sucesso. O que mostra que o seu "excellent" não é opinião isolada.

De: Rodrigo Gastal

Muuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuito papo e pouca ação! Eu fui ao cinema para ver um filme fútil, vazio, mas com muita ação. Eu esperava uma correria do começo ao fim. Aliás, é o que o trailler promete, e encontrei um filme com diálogos intermináveis! Grande decepção!

De: Gerbase

E eu fui ao cinema ver um filme que me contasse o cotidiano de ladrões de carro, que precisam fazer o seu serviço em tempo recorde para não serem mortos pela polícia. E encontrei uma fábula moralista sobre um sujeito idiota que reúne um time de idiotas para fazer uma coisa idiota e livrar o mais idiota de todos de um vilão idiota. Ah, esqueci: os policiais são os mais idiotas de todos. Grande idiotice!

De: Clecio Luiz

Concordo inteiramente com a sua opinião sobre o filme 60 segundos. Aliás, entendo que a atual temporada de filmes americanos reflete a tendência de cada vez mais partir para o caminho de filme médios ou ruins, como esse. Cria-se uma expectativa muito grande em relação a filmes como X-MAN ou Gladiador, que, no fundo não passam de filmes médios, razoáveis. 60 segundos, nessa fórmula apresentada, parece que é escrito por um computador, em que você coloca os dados, e o computador sozinho apresenta um roteiro pronto, prestes a ser um sucesso. Só falta aí contratar os atores, sejam os Nicolas Cages, Tom Cruises ou Mel Gibsons da vida. Pessoalmente, sou mais antiquado, prefiro roteiros escritos por gente de carne e osso.

De: Gerbase

Eu também prefiro. E pode apostar: eles existem. Mas são perigosos, pois tentam dizer alguma coisa com seus filmes.

De: Leonardo Couto Rodrigues

Aproveitando minha folga de 5 minutos, gostaria de explanar uma teoria que tenho a respeito dos filmes hollywoodianos: A TEORIA DO ÁPICE DA MENTIRA. Minha teoria é o seguinte: os roteiros hoje em dia dos filmes não são de boa qualidade, e por isto eles fazem uma maquilagem no roteiro, com efeitos especiais e um elenco de renome. Mesmo assim, os roteiros nos filmes de Hollywood tendem a perder o sentido, e para amarrarem novamente a lógica do filme precisam fazer uma emenda através de uma cena extraordinária, que não tem o mínimo de sentido. É o que chamo de "Ápice da Mentira".

Exemplo: em Velocidade máxima, quando o ônibus salta, a uma velocidade acima de 80 milhas, naquela ponte inacabada, de 10 a 20 metros na estrada. Outro exemplo clássico do ápice da mentira: Missão impossível, quando o helicóptero explode dentro de um túnel e o Ethan (Tom Cruise) cai em cima do trem, ou no caso de Independence Day, quando o cara cria um vírus nos sistemas computacionais dos alienígenas (como se lá tivesse, por exemplo, Windows 95, ou semelhante). Outro exemplo? Em Matrix, o ápice encontra-se no final, quando Neo resurge das cinzas depois de levar tiros dos sentinelas, e se torna praticamente um Deus.

São momentos em que o roteiro, por motivos de várias "estripulias" que os personagens fazem e várias situações que por conseguinte passam, tem que se reajustar na lógica da história do filme através deste momento que ocorre na maioria dos filmes de Hollywood, chamado de "Ápice da Mentira". Ou seja, o "Ápice da Mentira" serve para rearrumar a bagunça de um protagonista que se desenvolve em um péssimo roteiro. É assim que meço se um roteiro e bom ou não. Em X-men, não consegui achar um ápice da mentira (levando em consideração o contexto do filme, tendo por base a lógica em que existem mutantes) e por isto considero um filme com bom roteiro.

De: Gerbase

Boa teoria! Ela é uma espécie de antítese da velha teoria da "Suspensão da inverossimilhança", que não tenho tempo para explicar agora. Mas passemos logo à síntese: o cinema é uma máquina de mentir. A maior e a mais perfeita máquina de mentir que a humanidade já criou. Você diz que alguns filmes, depois de contar algumas mentiras de má qualidade, o que leva o roteiro a uma situação limite (o espectador está prestes a não acreditar em mais nada) lança mão do famoso momento do "Ápice da mentira" para tentar resolver as coisas. Interessante. Uma mentira monstruosa para corrigir as várias pequenas mentiras. Mas os filmes que você usa como exemplo são, sem exceção, filmes não-realistas. Como ficaria a sua teoria frente a um filme mais tradicional, com uma verdadeira ambição de enganar o espectador?

De: Violent Bob (Jean Gabriel)

Curto muito a sua coluna e recomendo pra toda a galera que curte cinema tb. Aliás, vc tem um talento fenomenal para falar mal de filmes... Hehehe, não que vc só saiba criticar, mas quando vc fala mal é muito divertido e criativo. Por exemplo, A Bruxa de Blair foi um filme que eu gostei (talvez por não estar esperando grande coisa) mas a sua crítica foi fantástica. Quer ver uma hora e meia de imagens em super 8 tremida? Assista às férias dos seus pais em Bariloche! Hehehe. Agora, ao que interessa. Acabei de ler a sua opinião a respeito de X-Men - o filme. Concordei em número, gênero e grau em quase todas as partes. Só discordei sobre a Vampira estar se transformando de garota para mulher, quer dizer, talvez eu até concorde com nisso, mas o fato que eu quero destacar é sobre os cabelos brancos dela, que vc pôs como uma prova disso. E foi, na verdade, uma referência aos quadrinhos. Lá, desde que ela apareceu, teve essa mecha, que é algo muito década de 80 (época q ela estreiou) e hoje seria cafona na tela. Ele deu uma ótima justificativa para ela. E já que tocamos no assunto década de 80, e a música? Nunca mais? Eu toco em uma banda de punk-rock chamada Os Impossíveis. Somos de Campo Grande-MS, e eu gostaria de te mandar alguma material pra escutar algumas opiniões a respeito. Afinal, críticas com conhecimento de causa são as que realmente vale a pena dar ouvidos! Asta!!

De: Gerbase

Os Replicantes continuam na ativa. Em breve teremos nosso site oficial (www.replicantes.com.br), com todas as informações que você quer. Quanto à Vampira, apenas disse que ela ficou mais velha com a mecha branca, e usei esse fato como prova de uma amdurecimento (fim da adolescência) do personagem. Se é cafona, se era moda na década de 80, se nos quadrinhos ela sempre usou, tudo isso é secundário. Pra mim, o que importa é que o signo funciona dentro do filme.

De: Superanderson

Com certeza sua crítica ao filme 60 segundos está completamente certa. O filme não passa nem um momento de tesão com a linda Angelina Jolie. Eles não pegaram seus melhores ângulos e nem souberam aproveitar sua beleza. O filme tem um história meia cabeluda, nem um pouco convincente e muito imaginária. Um homem que fala com um carro como se fosse uma mãe ou até mesmo uma filha. A mãe de Cage no filme simplesmente parece uma caveira de A volta dos mortos vivos. Quando começa o filme, já se sabe o final. O que me deixou mais pasmo foi na hora em que Cage dá um incrível Pokesalto com seu carro e passa por cima de tudo e todos. O pior de tudo foi que não só tive de comprar um bilhete para entrar para assistir o filme como, na saída, comprei um remédio para dor de cabeça. Os sons são realmente muito forçados. Espero que ninguém tenha chorado na hora em que o vilão morre...

De: Gerbase

Eu gostei do Pokesalto. Mas também detestei a mãe do Cage, menos por seu aspecto cadavérico, e mais pelos seus diálogos. Que festival de besteiras!

De: Saulo Benigno

Li suas respostas aos e-mails sobre sua coluna dos Xmen (que eu adorei, por sinal). Tava louco esperando sua volta para que você pudesse falar dos filmes. "Desde algumas cenas de Nosferatu, de Wenders, e Drácula, de Coppola (GRANDES FILMES!), os vampiros estão definitivamente incorporados ao cinema contemporâneo, e eles (e elas) sempre têm uma certa languidez sensual, que a Vampira do X-Men ainda não desenvolveu." Legal essa sua comparação, mas, sério, o que a vampira do filme tem a ver com isso? No caso dela ser 'vampira' pelo nome? Bem, se for... na verdade esse nome é criação daqui dos brasileiros. O nome mesmo da personagem nos EUA, o original, é 'Rogue', o que eu acredito que não tenha nada a ver com vampiros.

No meu dicionário de inglês, tem lá, "rogue" como velho, velhaco, nada de vampiro. Assim como o personagem 'groxo' do filme, com esse nome ridículo, já que o nome original é ‘Toad’. Assim, garanto que muita gente não entendeu a 'piada' que a Tempestade faz no final, quando pergunta o que acontece com um sapo ao ser atingido por um raio. Perguntando para o Sapo (Toad)... Porque groxo tem nada a ver. Isso foi também uma coisa daqui do Brasil. Sim, e vi lá um rapaz dizendo que a vampira absorveu a agressividade do Wolverine. Onde foi isso, hein? Não vi disso no filme não. Ele quis dizer daquele cabelo dela, o branco?

Eu não sei se você conhece os Xmen de quadrinhos. Você lá disse que não conhecia bem isso. Mas a Vampira tem esse cabelo branco nos quadrinhos, sempre teve. O porque ele ter crescido ali (acredito que tenha sido pelos poderes do Magneto, não sei, mas do Wolverine?, nada a ver, será ?). Eu realmente não sei, mas, para os fãs, foi o delírio, porque muita gente reclamou dela não ter isso no cabelo como nos quadrinhos. Ali deve ter sido o máximo, você ver o cabelo dela mudando. Só mais uma coisa: no final da parte das respostas, tem lá a mesma mensagem (em vermelho) que você entrou de férias. Isso foi erro, que esqueceram de apagar, ou voltaste para as ferias?

De: Gerbase

Gosto do nome "Vampira" e acho que ele se justifica: assim como os vampiros sugam o sangue dos humanos para adquirir a imortalidade, a Vampira de X-Men suga a energia de quem tocar,para adquirir mais força e poder. No filme, ela absorveu de Wolverine sua capacidade de cura, evitando a própria morte. Se, a partir daí, também adquiriu a agressividade deste, não sei. Me parece que os cabelos brancos têm mais a ver com a situação-limite que enfrentou. E eu entendi a piada do sapo, mesmo sem saber de seu nome original. Isso que o roteiro tem de bom: ele não parte do pressuposto que você sabe tudo dos personagens. Finalmente: voltei das férias pra ficar (assim espero)! Até mais.

60 Segundos (EUA, 2000). De Dominic Sena

Carlos Gerbase é jornalista e trabalha na área audiovisual, como roteirista e diretor. Já escreveu duas novelas para a Terra Networks (A gente ainda nem começou e "Fausto"). Atualmente finaliza seu terceiro longa-metragem, Tolerância, com Maitê Proença e Roberto Bomtempo.

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