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Festival de Documentários homenageia Geraldo Sarno, diretor de "Viramundo"



O documentarista baiano Geraldo Sarno é o homenageado brasileiro do É TUDO VERDADE – 6º FESTIVAL INTERNACIONAL DE DOCUMENTÁRIOS.

O evento preparou uma retrospectiva com os principais trabalhos do cineasta, destacando o clássico Viramundo, de 1965, um ensaio sobre a migração de nordestinos para São Paulo que venceu o Festival de Evian (França) e conquistou os prêmios para melhor documentário nos festivais de Viña del Mar (Chile) e do Uruguai.

"Viramundo" foi votado por especialistas como um dos mais marcantes documentários brasileiros de todos os tempos em um levantamento realizado pelo festival em 2000.

A retrospectiva inclui outros destaques da filmografia de Geraldo Sarno, como os longas-metragens Iaô (1976) e Deus é Um Fogo (1987), além da exibição do mais recente projeto do diretor, a série A Linguagem do Cinema. Composta por episódios de aproximadamente 50 minutos de duração, a série prevê um total de 56 programas dedicados ao processo criativo de cineastas nacionais.

No festival serão apresentados os episódios sobre Ruy Guerra, Ana Carolina, Walter Salles & Daniela Thomas, Júlio Bressane, Paulo Caldas & Marcelo Luna e Linduarte Noronha.

Nascido em Poções, na Bahia, em 1938, Geraldo Sarno é um nome fundamental na trajetória do moderno documentário brasileiro. Cursando Direito na Universidade Federal da Bahia, no início dos anos 60, tornou-se membro ativo do Centro Popular de Cultura (CPC) em seu momento de maior mobilização. Nessa época, realiza suas primeiras experiências cinematográficas, com Orlando Senna e Valdemar Lima: filmes sobre camponeses e revolução agrária, mistos de documentário e ficção, feitos com negativo 16mm, P&B, reversível, com revelação caseira e montagem manual, como "Mutirão em Novo Sol", seqüestrado e destruído com outros pertences do CPC pela repressão pós-64.

Após um estágio de um ano no Instituto Cubano de Arte e Indústria Cinematográficos, une-se ao grupo que se tornaria conhecido como Caravana Farkas, responsável por uma série de clássicos do cinema documental brasileiro, e realiza sua primeira obra solo: Viramundo (1965). Seus filmes seguintes são profundamente marcados pelos temas abordados nesse trabalho. A relação do homem sertanejo com o trabalho aparece em Viva Cariri! (1970), Segunda-Feira (1975) e A Terra Queima (1984). As manifestações religiosas, retratadas como alienantes na seqüência dos pentecostais em Viramundo, ressurgem sob outra perspectiva em Viva Cariri! (o mito do Padre Cícero), em Iaô, (os cultos afro-brasileiros como símbolo de resistência do oprimido, 1976) ou em Deus é Um Fogo (a crise do catolicismo como retrato da crise das esquerdas latino-americanas, 1987). Em toda a sua produção, sobressai o profundo vínculo com a cultura popular. No terreno da ficção, assinou dois longas-metragens: O Pica-Pau amarelo (1973) e Coronel Delmiro Gouveia (1977). (Redação Terra)

 

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