Maitê chega em versão erótica às telas
Artiz de "Tolerância", thriller de Carlos Gerbase, Maitê surpreende na pele de advogada
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Maitê Proença provoca uma crise familiar ao relatar a traição ao seu marido |
Há tempos o cinema nacional não produzia um thriller erótico, muito menos um envolvente. Tolerância, de Carlos Gerbase, dá a largada como um drama conjugal, mas pouco a pouco prende a atenção do espectador, enveredando pelo suspense. Essa trama intricada é pontuada por traições e crimes, com fortes cenas de sexo. O roteiro é bem-amarrado, a direção, competente, e o elenco, encabeçado por Maitê Proença, que aparece em ousada cena de sexo numa cachoeira. A escolha de Maitê foi acertada. A atriz está convincente no papel, surpreendendo os que se acostumaram a vê-la na pele de insípidas heroínas românticas nas novelas da Globo. Márcia, sua personagem, é uma advogada criminalista que coloca o casamento em crise ao transar com um cliente, Teodoro (Nelson Diniz). Júlio, seu marido (Roberto Bomtempo), é um editor de foto de revista masculina que passa o dia retocando o traseiro das modelos. Como o casal nunca exigiu fidelidade mútua, Márcia não espera reação exagerada ao relatar a escapada ao marido. Só que sua transa gera uma crise familiar. Júlio, para quem o amor livre só dá certo na teoria, começa a ser seduzido pela idéia de vingança - principalmente com a entrada na trama de Anamaria (Maria Ribeiro), amiga da filha do casal, que não mede esforços para levá-lo para a cama. Rasteira no espectador A presença da jovem leva a inevitável comparação com Beleza Americana. Só que Bomtempo não fica na vontade, como Kevin Spacey. As cenas de sexo de Júlio e Anamaria são as mais fortes do filme - algo que há tempos não se via no cinema nacional, que perdeu o erotismo ao longo dos anos em função da Aids. Cometidas as traições, a situação começa a fugir do controle - o que inclui alguns assassinatos aparentemente simples de explicar. É a partir desse ponto que o filme esquenta e a história toma rumo inesperado. Gerbase acelera o ritmo e supreende o espectador. Quando a platéia começa a achar que já sabe de tudo, o roteiro dá-lhe uma bela rasteira.