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Filme relata história que não foi contada da Segunda Guerra



Deborah Oppenheimer produz comédias televisivas como o The Drew Carey Show, mas seu novo projeto está anos-luz à frente de seriados de piadas duvidosas como essas.

Seu documentário Into The Arms of Strangers: Stories of the Kindertransport (Nas mãos de estranhos: as estórias do Kindertransport), atualmente em exibição nos EUA, conta a história de um fato pouco conhecido ocorrido na Alemanha nove meses antes do início da Segunda Guerra.

Em 1938, 10.000 crianças judias alemãs despediram-se com lágrimas de seus pais, foram colocadas em trens e levadas para famílias adotivas no Reino Unido. A maioria nunca mais viu os pais de novo.

Entre elas estava a mãe de Oppenheimer, Sylvia, que foi para a Inglaterra aos 11 anos. Seis anos mais tarde, ela descobriu que seus pais haviam morrido em campos nazistas e, aos 19, viajou aos EUA para ficar com a irmã de sua mãe.

A experiência de sua mãe levou Oppenheimer, financiada pela Warner Brothers, a procurar o maior número possível de crianças sobreviventes do episódio, junto com as poucas pessoas ainda vivas que tomaram conta delas.

Em sua pesquisa, descobriu um tesouro de fotografias, artefatos e trechos de filmes. As crianças da época, agora com mais de 70 anos, contam sobre como enfrentaram o trauma inicial e como isso afetou o resto de suas vidas. Uma das partes mais emocionantes do filme envolve Eva Hayman, que hoje vive na Nova Zelândia.

"Tínhamos cerca de quinze dias antes que eu partisse", relata Hayman, que deixou a Checoslováquia aos 15 anos. "E naqueles 15 dias, meu pai e minha mãe tentavam me dar instruções, a formação que esperavam me dar ao longo de toda a vida".

A dor e o sentimento de abandono dessas crianças muitas vezes as levaram a se recusar a falar sobre o assunto até mesmo para os parentes mais próximos. A mãe de Oppenheimer morreu em 1993 sem nunca ter se aberto totalmente sobre o ocorrido com ninguém.

Uma das poucas coisas que Oppenheimer sabia sobre a história de sua mãe é que ela havia guardado duas cartas de seus pais dentro do sapato. "Ela me disse que ouviu sirenes anunciando um bombardeio em Londres, e que destruiu as cartas com medo de que elas revelassem onde estavam seus pais e os colocassem em perigo. Mas o alarme de bombardeio era falso. Achei essa história devastadora". (Reuters)

 

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