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Tetê Moraes emociona em filme sobre sem-terra



Nada de piquetes nem faixas, mas o cinema Odeon BR, na Cinelândia, local das principais apresentações do Festival do Rio BR 2000, virou palco de uma manifestação dos sem-terra, no sábado (07).

O filme de Tetê Moraes "O Sonho de Rose - Dez Anos Depois", foi exibido para os sem-terra. Eles formaram uma extensa fila que serpenteou pela Cinelândia. Usavam bonés vermelhos com o logo do movimento. Havia muitas crianças na platéia. Não só elas, entre os adultos também havia gente que nunca entrou num cinema na vida.

A sessão teve aplausos em cena aberta. 'O Sonho de Rose' integra a mostra competitiva de documentários. Concorre a R$ 100 mil (a título de apoio à comercialização). O filme é emocionante. Tetê faz um pequeno histórico para lembrar como surgiu Terra para Rose, que foi o embrião desse 'Sonho de Rose'. Nos anos 80, acompanhando o documentarista inglês Peter Riding, que fazia uma série de filmes para a BBC, ela percorreu o Brasil inteiro mapeando os conflitos de terra. Descobriu muitas mulheres nesse front.

Quando ocorreu a invasão da fazenda Anoni, no Rio Grande do Sul, em outubro de 1985, ela foi documentar o que se passava. Descobriu o primeiro acampamento de sem-terra do País. Constatou de novo a luta das mulheres.

Intitulou "Mulheres da Terra" o documentário que começou a realizar, com apoio da Embrafilme. Virou "Terra para Rose" após a morte - o assassinato? - de uma dessas mulheres sofridas que abriam seu coração diante das câmeras. Dez anos depois, Tetê quis saber o que havia ocorrido com aquelas pessoas. Voltou ao Rio Grande do Sul e, com a cumplicidade da roteirista Tetê Vasconcelos, e iniciou a pesquisa que resultou em 'O Sonho de Rose'.

Gravou em vídeo, cerca de 30 horas de entrevistas. Recorreu à seção Cultura & Patrocínio, do Estado, em busca de dinheiro para transformar o vídeo em filme. Teve apoio da Distribuidora BR. Em cena, os integrantes do MST dizem que a reforma agrária não termina quando o sem-terra é assentado. É preciso saúde, educação. O público aplaudia cada fala. Havia gente chorando. Todos choravam no desfecho, quando o filho de Rose diz que quer ser cantor. O menino canta - uma música que fala da esperança de um Brasil melhor, mais humano. É forte. Prepare-se para essa emoção quando 'O Sonho de Rose' passar na Mostra de São Paulo, ainda este mês. (Agência Estado)

 

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