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Por que o Monte Everest está ficando mais alto a cada ano?

Montanha cresceu até 50 metros na altura ao longo de milhares de anos

1 out 2024 - 12h19
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Resumo
Pesquisa revela nova explicação para o crescimento contínuo do Monte Everest, atribuindo o fenômeno à fusão de rios e ao alívio de peso sobre a crosta terrestre.
Monte mais alto do mundo, se visto de perto, o Everest está longe de ser um território gelado com camadas de neve límpida
Monte mais alto do mundo, se visto de perto, o Everest está longe de ser um território gelado com camadas de neve límpida
Foto: Mick Lissone / public domain pictures / Flipar

Pesquisadores revelaram uma nova explicação para o contínuo crescimento do Monte Everest, a montanha mais alta do mundo, localizada nos Himalaias. Com um pico que atinge 8.849 metros acima do nível do mar, o Everest intriga os cientistas não só por sua altura, como também pelo crescimento de milímetros a cada ano.

De acordo com um estudo recente publicado na revista Nature Geoscience, esse fenômeno é parcialmente explicado pela ação de um rio que foi “roubado” por outro há cerca de 89 mil anos. Segundo a pesquisa, um poderoso rio anexou um vizinho, o que aumentou drasticamente o poder erosivo das águas na região. Isso acabou removendo grandes partes da paisagem dos Himalaias, aliviando o peso sobre a crosta terrestre.

“Embora as montanhas possam parecer imóveis do ponto de vista de uma vida humana, elas estão, na verdade, em constante movimento”, explica Jin-Gen Dai, geocientista da Universidade de Geociências da China e um dos autores do estudo, em uma entrevista ao jornal New York Times.

Esse alívio de peso permitiu que a crosta terrestre flutuasse mais facilmente sobre a camada do manto, resultando em um crescimento de até 50 metros na altura do Everest ao longo de milhares de anos.

Formação

O Monte Everest começou a se formar há cerca de 45 milhões de anos, quando a placa tectônica indiana colidiu com a placa eurasiana, dando origem à cordilheira dos Himalaias. Apesar de forças tectônicas e erosivas estarem em equilíbrio, o crescimento ininterrupto do Everest indicava que algo estava desequilibrando essas forças.

A resposta pode estar no rio Arun, que percorre uma rota peculiar ao longo do norte dos Himalaias e faz uma curva brusca próxima ao Everest. Isso sugere que os segmentos superior e inferior do rio não eram originalmente conectados, mas se unificaram em algum momento significativo da história geológica.

Com a fusão dos rios, a erosão aumentou consideravelmente, permitindo que o manto terrestre "empurrasse" a crosta para cima, elevando os picos da cordilheira. O estudo indica que o Everest ganhou até 50 metros devido a esse fenômeno, o que ajuda a explicar por que a montanha mais alta do planeta continua a crescer.

“É como se os Himalaias estivessem sobre um castelo inflável”, explica ao New York Times Adam Smith, geocientista do University College London e coautor do estudo.

Embora o crescimento da montanha seja lento — cerca da largura de um fio de espaguete por ano —, os cientistas acreditam que esse processo não durará para sempre. Eventualmente, a balança geológica poderá pender para o lado oposto, resultando na redução da altura do Everest. 

Fonte: Redação Byte
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