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Golpe em app de namoro chantageia vítima com denúncia falsa de pedofilia

Criminosos aplicam golpe por aplicativo de namoro e pedem dinheiro para encerrar suposta investigação criminal

4 abr 2023 - 15h19
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Golpistas se passam por policiais e pedem dinheiro para encerrar “denúncia de pedofilia”
Golpistas se passam por policiais e pedem dinheiro para encerrar “denúncia de pedofilia”
Foto: Freepik

Golpistas se passaram por agentes da Polícia Civil para tentar exotrquir um jovem em um novo golpe. O caso foi compartilhado pelo arquiteto Matheus Garcia em sua página no Twitter, e mostra como bandidos usam uma falsa acusação de pedofilia para cooptar vítimas. 

O arquiteto contou ao Byte que um usuário o chamou para uma conversa no aplicativo de relacionamentos Grindr, e em seguida, pediu para que conversassem via WhatsApp

Após passar seu número, Matheus começou a receber mensagens de golpistas que se passavam por policiais civis, informando que ele estava sendo acusado de pedofilia

“Hoje (03/04) estava de boas em casa quando recebo essa mensagem aqui no WhatsApp, vi isso e já mandei print no grupo de amigos. Já comecei a rir, pq desde quando a polícia vai vir me chamar pelo WhatsApp?”, escreveu a vítima no Twitter.

Na conversa, o golpista diz ser um policial civil do “1º DP”, sem mencionar qual delegacia. Embora o número do criminoso tivesse o DDD 011, de São Paulo, a Polícia Civil de SP informou que a imagem usada pelo criminoso era referente à polícia do estado do Amazonas.

O criminoso então divulga os prints da conversa de Matheus com o rapaz que conhecer no Grindr, e afirma que ele é menor de idade. Por isso, ele estava sendo acusado de pedofilia.

A encenação dos golpistas inclui um vídeo onde eles simulam uma casa revirada, como se tivesse ocorrido uma briga entre os pais e o suposto garoto. 

“Fiquei chocado que montaram até um cenário para passarem o golpe”, disse Matheus. 

Por fim, os golpistas disseram que havia dois métodos para resolver o caso. 

“Ele assinaria o mandato e enviaria pro meu município, para providenciar minha prisão preventiva. Ou, a melhor forma (de acordo com ele): eu arcaria com 50% das despesas dessas coisas destruídas, que no total que ele fez o orçamento dava R$7500,00 e todo o caso sumiria”.

Como o arquiteto logo desconfiou que se tratava de um golpe, desligou a ligação. Ainda assim, continuou recebendo chamadas e mensagens ameaçadoras: “Bom o senhor tá de brincadeira com a justiça é isso senhor [sic]”. 

Em seguida, o arquiteto bloqueou o contato. Ele não registrou boletim de ocorrência, mas disse que recebeu essa orientação de diversos amigos. Mas, achou importante divulgar o caso para evitar que outras pessoas caiam no golpe. 

O Byte entrou em contato com a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo, e eles afirmaram que as forças de segurança estão empenhadas no combate a todas as modalidades criminosas, incluindo o estelionato, independentemente do meio em que aconteça.

“São Paulo conta com a Divisão de Crimes Cibernéticos (DCCIBER), do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic) – criada para combater os crimes cometidos por meios eletrônicos”, esclarece.

O órgão diz ainda que no caso do estelionato, a representação criminal por parte da vítima é necessária, conforme determina a lei. 

“É importante ressaltar que nenhuma autoridade policial jamais vai entrar em contato com um cidadão para avisá-lo de uma suposta acusação, da forma como foi descrito pela reportagem. Para essas e outras orientações à população sobre as modalidades de golpes existentes e como evitá-los, a Polícia Civil disponibiliza a cartilha que reúne recomendações e orientações”. 

A reportagem tentou entrar em contato com a Polícia Civil do Amazonas, mas ainda não obteve retorno.

Fonte: Redação Terra
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