Anel de ouro com vidro engastado como se fosse uma pedra preciosa está entre as peças encontradas durante escavações no sítio arqueológico da Leopoldina, ao lado da antiga estação de trem homônima na zona norte do Rio de Janeiro. Em meio às obras da linha 4 do metrô, arqueólogos trabalham para revelar um grande tesouro arqueológico - que pode ser um dos maiores da história do Brasil
Foto: Metrô Linha 4 / Divulgação
Uma pasta de dente - "para limpar e conservar os dentes e as gengivas" - está entre os itens descobertos. Os objetos achados são "basicamente lixo", mas têm "uma dimensão arqueológica muito grande", segundo o responsável pelas escavações, Cláudio Prado de Mello
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Centenas de milhares de peças foram encontradas no despejo do século 19 no Rio de Janeiro
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As escavações mais profundas desencavaram objetos até do século 17, entre eles, alguns de manufatura indígena, como um raspador de sílex e um cachimbo feito com um chifre
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Cachimbos que pertenceram aos colonizadores europeus ou aos escravos africanos também foram encontrados
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Uma escova com alusão ao imperador Dom Pedro II é um dos itens que jogam luz sobre os costumes mais mundanos da elite da época da independência do Brasil
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Os arqueólogos catalogaram cerca de 200 mil objetos em bom estado de conservação em seis meses de trabalho
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Acredita-se que poderão ser recuperadas até um milhão de peças, no que poderia ser um dos maiores achados arqueológicos do Brasil
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Peças de porcelana que remontam ao Rio de Janeiro dos séculos 17, 18 e 19 também foram encontradas - algumas ainda contendo perfumes e fórmulas medicinais
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No acervo de peças encontradas estão restos de cosméticos franceses, água mineral importada da Inglaterra e um frasco de colônia com o curioso nome de "Anti-Catinga"
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Também há pratos e vasilhas de cerâmica, garrafas de licores e água, cachimbos com restos de tabaco, potes de porcelana com ungüentos e frascos com líquido em seu interior, que poderiam ser produtos medicinais, segundo os arqueólogos
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Os arqueólogos fizeram a descoberta no início deste ano, quando se iniciaram no local obras relacionadas com a expansão do metrô. Devido a essas obras, que se prolongarão até 2016, os arqueólogos tiveram que interromper as escavações e terão que esperar três anos para voltar a abrir as fundações
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Um despejo do século 19 revelou no Rio de Janeiro um grande tesouro arqueológico com centenas de milhares de peças, incluindo uma escova com uma alusão ao imperador Dom Pedro II, que jogam luz sobre os costumes mais mundanos da elite da época da independência do Brasil.
Os arqueólogos catalogaram cerca de 200 mil objetos em bom estado de conservação em seis meses de trabalho e acreditam que poderão recuperar até um milhão de peças, no que poderia ser um dos maiores achados arqueológicos do Brasil, disse à Agência Efe o responsável pelas escavações, Cláudio Prado de Mello.
No acervo de peças encontradas estão restos de cosméticos franceses, água mineral importada da Inglaterra e um frasco de colônia com o curioso nome de "Anti-Catinga". Também há pratos e vasilhas de cerâmica, garrafas de licores e água, cachimbos com restos de tabaco, potes de porcelana com ungüentos e frascos com líquido em seu interior, que poderiam ser produtos medicinais, segundo os arqueólogos.
"Os frascos de perfume tinham uma estética própria, com figuras e animações. Estes são mais simples, o que remete a produtos de herbário ou de farmácia", explicou Mello, consciente que o enigma só será decifrado com a ajuda de análise de laboratório.
Um dos objetos mais "importantes" achados no sítio é uma escova de dentes com cabo de marfim, já sem cerdas, com uma inscrição em francês que diz "Vossa majestade o imperador do Brasil", o que, na opinião de Mello, indica que pertenceu a Pedro II ou a algum membro da família real "muito próximo a ele".
Também foram encontrados alguns artigos mais recentes, do início do século 20, como uma garrafa de brandy com forma de toureiro, cujo rótulo intacto mostra que foi engarrafada na cidade espanhola de Masnou (Barcelona).
Lixo de grande interesse histórico
As escavações mais profundas desencavaram objetos até do século 17, entre eles, alguns de manufatura indígena, como um raspador de sílex e um cachimbo feito com um chifre, que contrasta com outros cachimbos muito diferentes que pertenceram ou aos colonizadores europeus ou aos escravos africanos.
Os europeus vão desde simples cachimbos de caulim até outros mais elaborados com cabeças de personagens talhadas, enquanto os dos escravos estavam decorados com grafismos que se correspondem com as escarificações ou marcas corporais que se tatuavam as tribos africanas.
Os objetos achados são "basicamente lixo", mas têm "uma dimensão arqueológica muito grande" porque revelam detalhes mundanos que se desconheciam até agora, que permitirão estudar aspectos como a tecnologia da época ou até as relações comerciais, segundo Mello.
"Naquela época não existia um sistema de coleta de lixo. As pessoas o enterravam em seus pátios ou pagavam a um escravo para levá-lo a algum lugar. Esta era uma área alagada e a Prefeitura tinha interesse em aterrá-la. Por isso, as pessoas jogavam materiais aqui", relatou o arqueólogo.
Preservação do terreno
O antigo despejo ficou enterrado também sob escombros de casas e de colinas que foram arrasados por ocasião dos planos de urbanização realizado entre 1870 e 1920 na então capital brasileira, conhecidos pelos historiadores como "a era das demolições".
O terreno, apesar de estar em pleno centro de Rio, por sorte ficou baldio, primeiro por estar perto da ferrovia, às portas da estação da Leopoldina, hoje abandonada, e depois, por ficar sob o traçado de uma estrada elevada sobre um viaduto.
Os arqueólogos fizeram a descoberta no início deste ano, quando se iniciaram no local obras relacionadas com a expansão do metrô. Devido a essas obras, que se prolongarão até 2016, os arqueólogos tiveram que interromper as escavações e terão que esperar três anos para voltar a abrir as fundações.
Então prosseguirão com os trabalhos para recuperar o "lixo" dos herdeiros da Casa de Bragança, a dinastia portuguesa, nos anos que fizeram do Brasil um Império, quando nem imaginavam o valor que teriam seus resíduos.
Arqueologia em agosto: descoberta cidade subterrânea na Itália
Na Villa Adriana, antigo palácio de imperador romano, arqueólogos descobriram uma cidade subterrânea. O local poderá, em breve, ser visitado por turistas.
Foto: Ansa / Divulgação
Segundo arqueólogos, imponente tumba de sacerdotisa mostra que mulheres governaram no Peru há 1,2 mil anos
Foto: AFP
Gravuras rupestres (petróglifos) são alvo de depredação e, possivelmente, furtos em um sítio arqueológico localizado em terra indígena no município de São Gabriel da Cachoeira, na região do Alto Rio Negro, no norte do Estado do Amazonas
Foto: Ivani Faria/Agência Pública / Divulgação
As depredações foram denunciadas em documento enviado em março passado ao Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) pela Federação das Organizações Indígenas do Alto Rio Negro (Foirn), mas até o momento o órgão federal não se manifestou
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As figuras ficam visíveis apenas na época da vazante do rio, cujo início acontece geralmente no mês de setembro (atualmente o local está submerso)
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Os furtos seriam para atender colecionadores ou comercialização das gravuras. As imagens têm mais de 3 mil anos
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Arqueóloga Anya Shetler limpa relevo maia na Guatemala: descoberta do ano 600 d.C., considerada "a mais espetacular já vista", foi encontrada no centro arqueológico pré-colombiano de Holmul, no norte da Guatemala
Foto: EFE
O relevo foi encontrado durante as buscas de uma tumba que continha os restos de um indivíduo, supostamente um governante ou um membro da elite dessa cidade
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O relevo tem oito metros de comprimento por dois de altura e mostra imagens de deuses e governantes divinizados, com seus nomes
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Foto: AFP
Um projeto arqueológico está desvendando pouco a pouco diferentes tesouros que permaneciam ocultos sob o solo de Londres, como uma moeda de ouro do século XVI utilizada provavelmente como pingente e similar às usadas pela realeza e pela aristocracia
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Moeda do imperador Adriano é encontrada entre tesouros em Londres
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Também foram encontrados restos de uma estrada da Roma antiga em bom estado, em cujos alicerces se encontrou, para a curiosidade dos arqueólogos, um osso humano
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Na mesma área, um cemitério do século XVII que pode abrigar 3 mil corpos, "uma amostra real da sociedade londrina ao longo de dois séculos"
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Moeda de ouro do século 16 era utilizada provavelmente como pingente
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A "fábrica de ferramentas" do período Mesolítico inclui 150 peças de sílex
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A descoberta aconteceu durante as escavações do projeto de trem de alta velocidade Crossrail, atualmente o maior plano de infraestrutura em execução na Europa
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A escavação descobriu vestígios que provam a existência de povoados humanos na margem sul do rio Tâmisa, em Londres, há 9 mil anos