Possíveis luas detectadas ao redor de exoplanetas parecem não existir
Nova análise indica que as possíveis exoluas gigantes, que estariam orbitando os exoplanetas Kepler-1625b e Kepler-1708b, não existem e seriam falsos positivos
Parece que as candidatas a luas descobertas na órbita de exoplanetas não existem. Um novo estudo estudo de pesquisadores do Instituto Max Planck de pesquisas no Sistema Solar sugere que os supostos satélites naturais ao redor de Kepler-1625b e Kepler-1708b são, na verdade, resultados falsos positivos.
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Em nosso Sistema Solar, Mercúrio e Vênus são os únicos planetas que não são orbitados por nenhuma lua. Assim, os cientistas consideram que são altas as chances de exoplanetas (mundos que orbitam outras estrelas) terem suas próprias luas.
Por enquanto, evidências de tais exoluas foram encontradas somente nos exoplanetas Kepler-1625b e Kepler-1708b. A possível lua do primeiro foi sinalizada em dados do telescópio Kepler, da NASA, e seria muito maior que todas aquelas do Sistema Solar. A exolua candidata foi descoberta em 2018, e nos anos seguintes, pesquisadores a estudaram outra vez.
Eles notaram algo estranho: ela desapareceu dos dados do Kepler após a remoção de ruídos, mas estava presente em observações com o telescópio Hubble. Enquanto isso, em 2022 pesquisadores anunciaram a descoberta de uma possível lua gigante ao redor de Kepler-1708b. Agora, o novo estudo sugere que nenhuma das duas são o que pareciam.
Luas fora do Sistema Solar
Heller e o astrofísico Michael Hippke criaram o algoritmo Pandora, feito para detectar e caracterizar os trânsitos de exoplanetas com suas luas. Eles o treinaram com cálculos dos trânsitos de exoplanetas e satélites naturais considerando todos os tamanhos, distâncias e configurações orbitais possíveis.
Ao usar o Pandora para analisar os dados de Kepler-1708b, a equipe descobriu que as observações que pareceram indicar a exolua podem ser facilmente explicadas por um exoplaneta sozinho e sem luas. Já no caso de Kepler-1625b, as observações podem ser explicadas pela diferença entre os comprimentos de onda observados pelo Kepler e pelo Hubble.
Portanto, a detecção das exoluas era um resultado falso positivo. Os autores explicam que isso é comum, porque os algoritmos de buscas destes objetos consideram que "descobriram" uma exolua a qual, na verdade, nada mais é que o planeta passando à frente da sua estrela.
Eles também usaram o algoritmo para prever o tipo de exolua que poderia ser encontrada com os recursos atuais e descobriram que ela teria que ter pelo menos o tamanho da Terra, o que indica que seriam bem diferentes daquela no Sistema Solar. "As primeiras exoluas que vão ser descobertas em observações futuras, como as da missão PLATO, certamente vão ser muito incomuns e, portanto, interessantes de explorar", afirmou Heller.
O artigo com os resultados do estudo foi publicado na revista Nature Astronomy.
Fonte: Nature Astronomy; Via: MPS
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