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Estrela pode explodir em 2024 e vai dar para ver a olho nu

O sistema estelar T Coronae Borealis deve explodir em nova em algum momento nos próximos meses. Quando acontecer, o fenômeno deve ser visível a olho nu

28 fev 2024 - 08h00
(atualizado em 12/3/2024 às 16h36)
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Um sistema estelar perto da Terra deve ficar visível em breve. Estamos falando de T Coronae Borealis (ou apenas T CrB, se preferir), sistema a três mil anos-luz que costuma explodir em intervalos de 80 anos. O último fenômeno aconteceu em 1946 e o próximo deve ocorrer neste ano, entre fevereiro e setembro.

Foto: Kendall Hoopes/Pexels / Canaltech

Segundo informações da NASA, o sistema costuma ter magnitude +10. A magnitude é uma escala usada pelos astrônomos para definir as diferenças de brilho entre as estrelas; quanto menor o número, mais brilhante é a estrela. 

Portanto, T Coronae Borealis brilha tão pouco que mal pode ser vista a olho nu. Quando a explosão acontecer, o sistema deve alcançar magnitude +2 — para comparação, considere que o brilho vai ser comparável ao de Polaris, a Estrela do Norte. Já Sirius, a estrela mais brilhante do céu noturno, tem magnitude -1,46.

Sirius, a estrela mais brilhante do céu (Imagem: Reprodução/Hubble, ESA/ Akira Fujii)
Sirius, a estrela mais brilhante do céu (Imagem: Reprodução/Hubble, ESA/ Akira Fujii)
Foto: Canaltech

Após alcançar a luminosidade máxima, T Coronae Borealis deve permanecer visível a olho nu por alguns dias, talvez por pouco mais de uma semana. Após este período, ela vai escurecer e se preparar para explodir outra vez em, quem sabe, mais 80 anos. 

Estas explosões em intervalos determinados são conhecidas como novas recorrentes. Se o evento acontecesse perto demais da Terra, os efeitos seriam desastrosos, mas a distância da estrela é mais que segura. "É um cataclisma divertido e empolgante a caminho", descreveu Bradley Schaefer, astrofísico da Universidade Louisiana State.

Sistema estelar T Coronae Borealis

T Coronae Borealis é um sistema estelar binário formado por uma anã branca e uma gigante vermelha. Elas estão tão próximas uma da outra que o aumento de temperatura e pressão causam instabilidade na gigante vermelha.

Como resultado, ela começa a expelir suas camadas e a anã branca as coleta alegremente em sua superfície. Em determinado momento, a pequena atmosfera da anã branca fica tão quente que causa uma reação termonuclear em escala, formando a explosão de nova. 

Animação do que acontece quando uma gigante vermelha e uma anã branca geram uma nova (Imagem: Reprodução/NASA)
Animação do que acontece quando uma gigante vermelha e uma anã branca geram uma nova (Imagem: Reprodução/NASA)
Foto: Canaltech

Vale destacar que as novas e supernovas são explosões cósmicas diferentes. Enquanto a supernova destrói a estrela e libera suas camadas mais externas, um novo ciclo começa depois da nova, com a anã branca coletando matéria de sua vizinha outra vez. 

Observações anteriores de T mostraram que esta nova dá alguns sinais nos anos antes da sua explosão. É o que parece que vai acontecer desta vez: a atividade da estrela na última década indica que ela está se preparando para mais uma nova. 

Posição da constelação Corona Borealis para um observador em São Paulo (Imagem: Captura de tela/Stellarium)
Posição da constelação Corona Borealis para um observador em São Paulo (Imagem: Captura de tela/Stellarium)
Foto: Canaltech

Para observá-la, procure a constelação Corona Borealis, a Coroa do Norte. É nesta direção que a explosão vai aparecer, como se fosse uma estrela nova e brilhante, visível a olho nu. 

"Você vai reparar em uma nova estrela no céu", disse Bill Cooke, do Centro Marshall de Voos Espaciais, na NASA. "É uma ocorrência única na vida. Com que frequência as pessoas podem dizer que viram uma estrela explodir?". Por isso, vale ficar de olho no evento! 

Fonte: NASA, NY Times

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