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Eclipse solar total vai transformar o Sol em lente gravitacional

Durante o eclipse solar total, o Sol se torna uma lente gravitacional, ampliando as estrelas ao seu redor

3 abr 2024 - 19h03
(atualizado às 23h03)
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Durante o eclipse solar total do dia 8 de abril, o Sol se vai se transformar momentaneamente em uma lente gravitacional, alterando o formato de algumas estrelas. Esse efeito foi observado pela primeira vez em 1919 no Brasil e na África, comprovando a teoria de Albert Einstein.

Em 1911, Einstein resgatou a proposta de Isaac Newton, afirmando que a luz seria afetada pela gravidade. Essa ideia, até então descartada pelos cientistas que vieram depois de Newton, agora fazia mais sentido graças à nova teoria da gravitação einsteiniana.

A Teoria da Relatividade Geral demonstrou que a gravidade é, na verdade, uma distorção do espaço-tempo causada pela massa dos objetos. Isso mudou completamente a percepção sobre o universo e explicou coisas confusas como a órbita de Mercúrio.

Eclipse solar e a Teoria da Relatividade

Uma teoria tão revolucionária exigiria comprovação observacional. Isso ocorreu inúmeras vezes nas décadas seguintes, e uma das primeiras delas foi em 1919, durante um eclipse total observado no Brasil, na cidade de Sobral, Ceará.

Chapa fotográfica do eclipse em Sobral, comprovando a distorção da luz teorizada por Einstein (Foto: Museu do Eclipse)
Chapa fotográfica do eclipse em Sobral, comprovando a distorção da luz teorizada por Einstein (Foto: Museu do Eclipse)
Foto: Canaltech

O experimento é simples: primeiro, é preciso esperar o eclipse escurecer o céu, praticamente transformando o dia em noite, permitindo que algumas estrelas se tornem visíveis. Se Einstein estivesse certo, algumas delas estariam "deformadas".

A massa do Sol é cerca de 330.000 vezes maior que a da Terra, o suficiente para criar um forte campo gravitacional ao seu redor. Na relatividade geral, isso significa uma distorção considerável no espaço-tempo.

Embora a luz viaje em linha reta, ela deve obedecer à topografia do espaço-tempo, como um carro obedecendo as curvas de uma estrada. Para um observador na Terra, o resultado é uma imagem ampliada da estrela — daí o nome de lente gravitacional.

Foto: NASA/Twitter / Canaltech

Durante o eclipse de 8 de abril, algumas estrelas bem alinhadas com o Sol e a Terra (mas não o suficiente para não serem ocultadas pelo disco solar) vão ficar visíveis, e vão ter aparência sutilmente diferente daquela observada durante a noite.

Os observadores em geral não vão perceber os efeitos da lente gravitacional nessas estrelas, e até mesmo os astrônomos devem medir antecipadamente as posições e brilho das estrelas nas noites antes do eclipse.

Mesmo sem os instrumentos para fazer as medições, é empolgante observar os eclipses. Eles são fenômenos incríveis por si só, e ajudaram a consagrar Einstein como o maior gênio da ciência contemporânea.

Fonte: The Conversation

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