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Carros voadores estão mais perto de se tornar realidade no Brasil; entenda como

Os eVTOLS, como são chamados os “carros” elétricos voadores, pretendem modificar toda a estrutura das grandes cidades

20 jul 2022 - 12h20
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Carro voador elétrico apresentado pela Embraer
Carro voador elétrico apresentado pela Embraer
Foto: Divulgação / Embraer

Já pensou em viver num mundo em que os centros urbanos são cheios de carros voadores? Pois é, essa ficção científica parece que não está tão longe assim. Nesta semana, a Eve, subsidiária da Embraer, informou o desenvolvimento de 150 “carros voadores”, ou eVTOLs (veículos elétricos de decolagem e pouso vertical).

Para a Embraer, a intenção é usar as aeronaves para defesa e segurança. “Nosso eVTOL pode ser adaptado para atender diversas aplicações essenciais neste mercado, como resposta humanitária e socorro em desastres”, comentou Andre Stein, co-CEO da Eve.

Mas esse tipo de equipamento também poderá contribuir com a mobilidade urbana para desafogar o trânsito de metrópoles como São Paulo, inicialmente com pilotos “reais”. A tendência é que eles passem a voar de forma automatizada com o tempo.

O que são os eVTOLs

Segundo o professor do Departamento de Engenharia e Aeronáutica da USP, Fernando Martini Catalano, os eVTOLs funcionam como drones. Voam de forma vertical, sem a necessidade de correr em pistas antes da decolagem, como os aviões; usam baterias elétricas; e são capazes de transportar pessoas em viagens curtas de até 100 km. Porém, operam apenas em baixas altitudes.

Inicialmente, o plano dos eVTOLs já tinha sido apresentado pela Uber, com o projeto UberAir. Assim como ocorre atualmente no serviço de corridas, os usuários pediriam os veículos voadores da mesma forma que pedem os carros, tendo apenas que pagar um pouco mais pela viagem.

Para funcionar, é provável que as aeronaves precisem ser certificadas por empresas responsáveis, assim como ocorre com as companhias aéreas como Gol, Latam e Azul. A previsão geral é de que até 2025 essa solução seja implementada nas grandes cidades.

“Assim como existem iniciativas para que drones façam entregas, os eVTOLs podem entregar as pessoas aos locais que elas queiram se deslocar, funcionando de forma autônoma”, afirma Catalano. Apesar disso, há ainda uma preocupação de que não haja baterias suficientes para fornecer autonomia aos equipamentos.

Cabine de carri voador elétrico apresentado pela Embraer
Cabine de carri voador elétrico apresentado pela Embraer
Foto: Divulgação / Embraer

eVTOLs: opção para a sustentabilidade?

Os eVTOLs são pensados não apenas para uma melhor mobilidade urbana, mas também para ajudar na sustentabilidade. Enquanto hoje em dia os carros emitem em média 120 gramas de CO2 por quilômetro rodado, os voadores precisariam apenas de energia elétrica para alimentar as baterias.

Para Thiago Pêgas, reitor no Centro Universitário ETEP, de São José dos Campos (SP), todo equipamento assim produz algum impacto ambiental. Porém, dá para casar com algumas soluções sustentáveis, como abastecer com energia solar. Além disso, hoje em dia as baterias são muito mais modernas e leves, capazes de armazenar muito mais energia do que em protótipos anteriores.

“Enquanto outros tipos de energia, como a de combustão, só têm 10 a 15% de aproveitamento, liberando todo o resto desse percentual em poluição nas cidades, as energias termoelétricas tem aproveitamento de cerca de 40%, apresentando-se mais convenientes ao meio ambiente”, explica Catalano.

Imagem interna de carro voador elétrico apresentado pela Embraer
Imagem interna de carro voador elétrico apresentado pela Embraer
Foto:

Carros voadores nas cidades do futuro

Os eVTOLs também poderão afetar a estrutura de trânsito como a conhecemos. Por exemplo, são capazes trabalhar com rotas pré-definidas ou sensores que indiquem a direção, além da presença ou não de obstáculos no caminho, como acontece com carros mais modernos.

Além disso, as cidades provavelmente terão que ter pontos de recarregamento de energia, assim como temos hoje os postos de combustível.

Pêgas afirma que tecnologias obsoletas precisarão deixar a grade curricular das universidades para que novas passem a ocupá-la. “Por exemplo, é preciso ensinar mais sobre motores elétricos do que motores de combustão, pois o futuro terá muito mais carros elétricos”, afirma. Ele espera alguma resistência em relação às mudanças. “Mas faz parte do caminho de transformação que estamos trilhando”, complementa.

Fonte: Redação Byte
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