FORROBODOLOGIA
por Zé da Flauta [músico e produtor]


Fui convidado pela Prefeitura Municipal de Campina Grande para participar do II FÓRUM DO FORRÓ, realizado no Teatro Municipal daquela cidade, durante os dias 20, 21 e 22 de junho, em plenos festejos juninos.

O encontro, coordenado pelo jornalista e pesquisador Rômulo Azevedo, discutiu os seguintes temas: A Diversidade da Música Nordestina e o Mercado Fonográfico e A Importância de Rosil Cavalcante no Cenário da Música Popular Brasileira e teve como debatedores eu, o radialista e escritor Assis Ângelo, o jornalista Walter Galvão, o escritor e compositor Bráulio Tavares, o pesquisador e jornalista Fernando Moura, o pesquisador Rômulo Nóbrega, o cantor, compositor e pesquisador Biliu de Campina e o jornalista e radialista Humberto de Campos.

É muito importante que um fórum desse aconteça não só em Campina Grande, mas também em Caruaru, Recife, Natal, Fortaleza, Maceió e em outras cidades onde o gênero é criado e divulgado. Além de muito esclarecedor para pesquisadores, estudiosos e curiosos em forrobodologia, o encontro serve também para se discutir os problemas enfrentados pela classe, que vão da dificuldade de gravar e divulgar sua obra, aos direitos autorais, conexos e artísticos que na grande maioria dos casos ninguém recebe.

Juro que fiquei impressionado com o número de pessoas que faziam a platéia do teatro, com a participação marcante e demonstrando o maior interesse no assunto. Conheci muitos Gonzagólogos (pesquisadores de Luiz Gonzaga) com trabalhos riquíssimos que deveriam ser publicados.

Além dos principais, foi discutido também outros temas ligados à música nordestina, seus estilos, seu espírito criativo, suas conquistas do passado e suas possibilidades para o futuro.

Sobre Rosil Cavalcante, tudo que eu sabia sobre ele era nada perante o que aprendi lá em Campina. Suas letras eram tão boas que ele tomou posse na academia de letras da Paraíba apenas por suas composições, sem escrever um livro sequer. Músicas suas como Sebastiana, Forró do Zé Lagôa, Aquarela Nordestina, Moxotó, Coco do Norte e muitos outros sucessos, fazem parte da galeria dos clássicos do forró.

Espero ver durante o próximo São João, pelo menos em Caruaru, um debate como esse, para que haja progresso em nossa produção musical, para que se eleve o espírito criativo do nordestino, para que se preserve e se faça evoluir o ritmo e a poesia que contam nossa história.



Até a próxima!


 

 

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