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Ronaldinho e Geovanni só admitem o ouro
Domingo, 10 Setembro de 2000, 01h23

Fairfield - Ronaldinho Gaúcho e Geovanni, dois destaques da seleção brasileira, garantem que não estão em Sydney para voltar sem a medalha de ouro nem pretendem deixar o prestígio do futebol do Brasil diminuir. “Penso em sair campeão. Não tenho ansiedade, mas estou pensando nessa medalha de ouro, que o Brasil nunca ganhou", disse Ronaldinho (Grêmio), em Fairfield, a 18 quilômetros ao Sudeste de Sydney. Enquanto o vento arrastava as nuvens e abria espaço para os raios de sol no campo do Clube Marconi, Geovanni (Cruzeiro) disse: “o importante aqui é que chegue para nós o título tão desejado".

Relaxados e de bom humor, depois do último treino antes de jogar um amistoso neste mesmo campo impecável que pisavam, os artilheiros disseram que não acham que vai ser fácil, mas estão animados por estarem prestes a realizar um fato histórico. Entrevistados separados, ambos repetiram o mesmo discurso ao falarem sobre a possibilidade de se tornarem os primeiros campeões olímpicos da história brasileira. “Na minha cabeça, só existe o desejo de ganhar. Não penso em outra coisa", repetiram. Geovanni se perguntou em voz alta se a responsabilidade não seria grande de mais, mas ele mesmo respondeu adiante: “Acho que sim, mas só estamos pensando em ganhar".

Apenas alguns minutos antes destas declarações, os jogadores haviam premiado os jornalistas com jogadas geniais e um montão de gols na partida recreativa entre os titulares e os reservas da Seleção Brasileira. A equipe tem se mostrado alegre desde que o avião chegou em Sydney, cantando e tocando pandeiro. Disposição que parece ter aumentado ao decidirem ficar na Vila Olímpica, opção pouco comum para os jogadores de futebol e determinada pelo treinador Wanderley Luxemburgo.

Ronaldinho e Geovanni disseram que a oportunidade de conviver com atletas de vários países está sendo muito importante para eles. “Conversamos com atletas do Brasil, com jogadores de beisebol cubanos, com argentinos e com italianos. É Algo muito bom. Muito legal. Eu não falo inglês, mas arrisco fazer mímica", disse Ronaldinho, rindo. Com argolinhas na orelha e tratando muito bem a imprensa, ele também não se importou de falar sobre a interferência polêmica da Fifa nos Jogos Olímpicos. “Penso que o Brasil tem que participar. Venho de um país onde o futebol é muito importante. E o sonho de todo atleta é participar dos Jogos", afirmou o atacante, nascido no dia 21 de março de 1980.

Apesar de toda simpatia, Ronaldinho evitou a pergunta mais comprometedora - sobre a convocação do atacante Romário para integrar a equipe. “O grupo está muito unido. Não há problemas", afirmou. Geovanni lembrou que já fez um boa dupla ofensiva com Ronaldinho, quando ganharam o Mundial Sub-17, no Egito.

A maior de todas as delegações

A delegação de futebol do Brasil na Austrália é a maior entre todos os países que vão disputar uma medalha na modalidade. A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) reivindicou o credenciamento de 48 pessoas nos Jogos Olímpicos, incluindo alguns convidados do presidente da entidade, Ricardo Teixeira, dois roupeiros, dois massagistas e um cozinheiro. A supercomissão técnica da seleção brasileira de futebol na Austrália é mais numerosa que a quantidade de atletas inscritos para a disputa dos Jogos - um caso raro ou único na Olimpíada de Sydney. Enquanto 18 jogadores foram relacionados para tentar ganhar a inédita medalha de ouro para o País, 22 integrantes da comissão técnica dão suporte, todos devidamente credenciados, para a concretização do sonho olímpico. Todos têm hospedagem garantida no luxuoso Royal Pines, em Gold Coast, até o dia 23, data de uma partida pelas quartas-de-final do torneio.

Toda essa mordomia foi desfeita pelo menos por três dias, desde ontem, quando a equipe seguiu para Sydney. O Comitê Olímpico Internacional (COI) só permitiu o ingresso de 25 componentes do futebol brasileiro na Vila Olímpica: os 18 atletas e mais o técnico Wanderley Luxemburgo, seus auxiliares Marcos Moura e Candinho, o médico José Luís Runco, o preparador físico Antônio Mello, um roupeiro e um massagista.

No complexo olímpico, a equipe de futebol teve de abrir mão de algumas regalias. O chefe da missão brasileira na Austrália, Marcos Vinícius Freire, alertara há dois dias sobre o fato de que cada jogador teria de lavar a própria roupa, como fazem os demais atletas. Eles também experimentaram ontem o gosto da comida em bandejão, como contou Luxemburgo.

Apesar das evidências que mostram exatamente o contrário o treinador disse que o futebol não pode ter tratamento diferenciado dos demais esportes. “Ninguém aqui é extra-terrestre, não queremos ser estranhos no ninho". Para o lateral Athirson, do Flamengo, quase todos do time vieram de origem humilde e estão acostumados às dificuldades. “Não me incomodo de lavar minha roupa". O atacante Geovanni, do Cruzeiro, também mostrou a disposição de qualquer sacrifício para ganhar a medalha de ouro.

Luxemburgo especula com imóveis

A compra e a venda de imóveis no Rio pelo técnico Wanderley Luxemburgo revelam a sua ascensão financeira nos últimos 20 anos. A Agência Estado obteve em cartório a relação de todas as negociações imobiliárias realizadas pelo treinador entre 1982 e 1999. No total, são 17 transações imobiliárias efetuadas por Luxemburgo, entre terrenos lojas e apartamentos.

Na década de 1980, o treinador adquiria imóveis de baixo custo no subúrbio da cidade com o objetivo de revendê-los. Após iniciar a carreira de treinador, a partir de meados da década de 80, ele passou a investir em imóveis de luxo na Barra da Tijuca, na Zona Oeste.

Entre os negócios realizados pelo treinador, consta a empresa Luxemburgo Empreendimentos Imobiliários Ltda, para a qual ele revendeu um terreno em Jacarepaguá, Zona Oeste, em 1982. O treinador também teve uma revendedora de carros - Luxemburgo Veículos, na Tijuca - e um ferro velho, no Irajá, ambos os negócios na Zona Norte e já desativados.

Em 1986, ele adquiriu cinco apartamentos no Jardim América, Zona Norte, que foram revendidos nos dois anos seguintes. Um terreno em Brás de Pina, também na Zona Norte, teve o mesmo destino. Em 1982, Luxemburgo também comprou parcelado um apartamento hipotecado, em Brás de Pina. Como não foi pago, o imóvel foi a leilão público.

Depois de se destacar no Bragantino, em 1990, Luxemburgo passou a dirigir grandes clubes brasileiros. A partir daí, o treinador concentrou seus investimentos em transações de imóveis de luxo. Em 1995, Luxemburgo obteve a promessa de compra de um apartamento em São Conrado, Zona Sul, onde é dos mais altos o Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU) do Rio. Três anos depois, ele foi intermediário na venda do imóvel para a empresa Balridge Propertils Limited, empresa com sede nas Bahamas, conhecido paraíso fiscal. O negócio está sendo investigado pela Polícia Federal.

Entre os anos de 1994 e 1999, Luxemburgo comprou três apartamentos na Avenida Sernambetiba, na orla da Barra da Tijuca. Um dos imóveis, uma luxuosa cobertura no Condomínio Barramares, com nove vagas na garagem. Desta vez, o técnico da Seleção preferiu manter a propriedade dos apartamentos. O treinador ainda adquiriu três lojas em uma galeria no bairro.

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