Sydney - A seleção brasileira de futebol levou para os Jogos de Sydney mais integrantes da comissão técnica do que jogadores. Esse é um caso raro ou único na Olimpíada. O técnico Wanderley Luxemburgo relacionou 18 atletas para tentar ganhar a inédita medalha de ouro e 22 pessoas para a supercomissão.

Na Austrália, a seleção dispõe de três administradores, o coronel Mauro Felix, Guilherme Ribeiro e Maurício Marques, morador de Brisbane que funciona, com eficiência, como quebra-galho para resolver pequenos problemas logísticos. Marques também serve de intérprete para Luxemburgo, como na viagem para Perth, ontem. Ambos foram assistir ao amistoso do time local, o Perth Glory, contra a Eslováquia.

Além de um cozinheiro (Natalino), a seleção tem dois roupeiros (Toninho e Barreto) e dois massagistas (Carlinhos e Jorginho) à disposição. Um cinegrafista (Célio) registra todos os treinos da equipe e vai gravar os jogos da Olimpíada.

Na ausência dele, até a psicóloga Suzy Fleury dá sua colaboração e grava a movimentação dos atletas. Os dois preparadores físicos da seleção, Antônio Mello e Luís Inarra, revezam-se no trabalho de condicionamento do grupo.

Inarra chegou com a primeira leva à Australia - no momento em que os demais trabalhavam para a partida entre Brasil e Bolívia, pelas eliminatórias do Mundial de 2002. Luxemburgo ainda conta com a presença de auxiliares mais diretos, como o consultor-técnico Candinho. Valdir de Morais, que tem o mesmo cargo, deve desembarcar em Gold Coast nos próximos dias. Na equipe médica, Joaquim Grava teve de voltar ao Brasil, por causa de compromissos profissionais, e José Luís Runco passou a cuidar dos atletas. O fisiologista Renato Lotufo trata da alimentação dos jogadores e o fisioterapeuta Luís Rosan está sempre pronto para resolver problemas.

O assessor de Imprensa Carlos Lemos e outros componentes da supercomissão, como o treinador de goleiros Paulo César Gusmão, não tiveram direito de permanecer na Vila Olímpica nesses três dias de experiência em Sydney. Eles ficaram hospedados no luxuoso Hotel Star City, no centro da cidade. Quem chefia todo esse staff é o coordenador-técnico Marcos Moura. A delegação brasileira de futebol é formada, no total, por 48 pessoas.

Treinos - Luxemburgo pretende realizar dois coletivos antes da estréia da seleção, quinta-feira, contra a Eslováquia. A venda de ingressos para a partida aumentou no fim de semana.

Os estudantes brasileiros que vivem em Brisbane estão dispostos a fazer nova manifestação pela não-inclusão de Romário na lista de convocados. Eles podem, porém, ter problemas com a segurança do jogo, porque faixas são proibidas no estádio.