São Paulo – Um dia depois de marcar três gols nos 5 a 0 sobre a Bolívia, o atacante Romário voltou a falar grosso.

Após a vitória no jogo pelas Eliminatórias no Maracanã, o Baixinho já havia dito que o técnico Wanderley Luxemburgo estava arrependido por não levá-lo aos Jogos.

O atacante vascaíno sempre comentou que seu sonho era disputar a Olimpíada e trazer a medalha de ouro.

Porém, o treinador optou em levar apenas jogadores menores de 23 anos. E, sendo assim, Romário não perdeu a oportunidade para cobrar Luxemburgo. “Agora, o Wanderley tem a obrigação de trazer o ouro”, afirmou.

Ele ainda fez questão de ironizar qualquer possível crítica sobre os gols em cima dos bolivianos. “Vão dizer agora que contra a Bolívia qualquer um faria (gol). Então, eu fiz também”, disse.

Ao explicar o abraço que deu no técnico após o seu segundo gol Romário explicou que quis dar o seu apoio por causa dos problemas que Luxemburgo enfrente na vida pessoal. "Essas coisas mexem muito com a pessoa e quis dar uma força nesse momento", disse ele, que, no entanto, reafirmou que seu relacionamento com Luxemburgo é apenas profissional.

O atacante não acredita que tenha a convocação garantida para o jogo contra a Venezuela, no início de outubro. "O Wanderley não me falou nada; vou continuar meu trabalho no Vasco para merecer ser chamado". O objetivo imediato de Romário na seleção é superar Zico entre a lista de artilheiros da história do time brasileiro. "Se eu anotasse os meus gols nos caderninhos como ele, teria muito mais gols", disse irônico em referência a Zico.

Há uma polêmica sobre qual é a diferença de gols entre Zico e Romário. "Não sei quais gols que valem; só o dos outros contam e o meu não?", brincou.

O atacante não descarta participar da Copa do Mundo de 2002, no Japão. "Se eu continuar com a motivação, posso ter condições", afirmou.

Questionado se ainda se considerava o melhor atacante do mundo ele se esquivou. "Não estou acompanhando o futebol europeu para fazer uma análise", informou. Para Romário, Rivaldo é o melhor jogador do mundo.

Ele acredita que é um dos três ídolos do futebol brasileiro ao lado de outros jogadores. E admitiu que vai ser prejudicado por ter de jogar pelo Vasco contra o Atlético-PR, com menos de 48 horas de diferença para a partida pelas Eliminatórias. "É claro que não é o ideal, mas estou me sentindo bem para atuar", explicou.

Confusão - Antes de Romário dar a entrevista, o vice-presidente do Vasco, Eurico Miranda, chegou a censurá-lo. O dirigente afirmou que Romário não poderia falar sobre "fofocas" em São Januário. Ao explicar o significado da proibição, Eurico disse que não gostaria que o clube fosse "contaminado" pelos problemas da seleção. "Deixa isso com o Ricardo Teixeira", afirmou, irritado.

Redação Terra/Agência Estado