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Ele chega em casa disposto a pegar uma ducha rápida e uma sessão das dez quando o telefone toca. O sujeito do outro lado da linha nem é assim tão amigo, e menos ainda o camarada que se meteu numa enrascada, o que é o motivo do telefonema: "Lembra do Juca, aquele que joga bilhar às vezes com a gente, bateram no carro dele e fugiram, e ele ligou do orelhão pedindo para eu dar uma força, mas como meu carro está na oficina, queria saber se você pode quebrar o galho". O sagitariano não fica muito satisfeito, mas vai- não seria ele quem iria deixar na mão, a pé, um cara franzino como o tal Juca. Encara a missão, e atravessa a cidade para resgatar o Juca do bilhar - e quando verifica o tamanho do estrago da batida, não se limita a chamar um guincho, mas exige que o Juca (que, a essas alturas, só quer remover o carro e tomar duas aspirinas) passe num tribunal de pequenas causas e peça indenização, já que havia anotado o número da chapa do facínora, e, ora, o Juca tem mais é que fazer valer seus direitos. Não adianta o Juca protestar que está cansado, o tribunal é longe, e, ademais, não há testemunhas, e etc e tal: para um sagitariano, trata-se de uma questão de príncipios. E príncipios são incontornáveis.

O arqueiro é aquele que estará sempre lembrando-lhe os seus direitos - quando não estiver chateando com os seus deveres - e parece ser, igualmente, o único tipo do zodíaco que acredita que a justiça, além de cega, é certeira. Acene com uma causa - política, cientifíca, religiosa, musical - que o sagitário vai disparar feito uma seta em defesa dela, com uma empolgação só equiparável a sua proverbial falta de tato. Alguém faliu porque foi sangrado pelos bancos? O sagitário tentará um novo financiamento. Alguém foi demitido nos últimos cortes da empresa? O sagitário passará um abaixo-assinado entre todos os funcionários da firma, incluindo seu chefe. Alguém na reunião de condomínio protesta porque sua empregada sobe pelo elevador social? Como ele adora escandalizar a galera, vai emudecer os condôminos, declarando "vocês se enganaram, ela é minha namorada".

Gozador, franco, inimigo de todo subterfúgio, o arqueiro sempre faz e diz o que pensa, e na maioria das vezes faz e diz sem pensar. É aí que ele leva grandes tombos, despencando direto do Olimpo de seus nobres ideais para uma realidade menos acolhedora. É quando descobre, por exemplo, que o culpado da batida foi o próprio Juca, e por isso ele demonstrava tanta resistência aos tais direitos. Sagitário, com sua mania de andar sempre de cabeça empinada, hipnotizado por metas longínquas, vive tropeçando nos seus próprios pés. Nada grave, porém: ele continuará otimista, porque nasceu sob o signo de Júpiter, o mais mão-aberta dos deuses. E sua sorte, mesmo que tarde, jamais vai falhar.

DOENÇAS:
Pode ter doenças musculares, em especial nas coxas, no nervo ciático, no fêmur e nos quadris. O enrijecimento, tensões musculares e má distribuição sangüínea, além de um fígado sensível, são os pontos fracos deste signo. Como conseqüência, vem a impossibilidade de se concentrar numa só idéia, de ficar com o corpo quieto, relaxado, e pode nascer uma tendência a excessos alimentares e emocionais.

TERAPIAS:
São três os distúrbios mais freqüentes num sagitariano: otimismo incurável, ansiedade crônica e tédio mortal. O primeiro pode ser suavizado, embora nunca completamente sanado: recomenda-se cair na real de vez em quando, e aceitar o emprego oferecido, ainda que o salário seja miserável e ofensivo, porque dificilmente ele vai viver do prêmio da Sena, apesar de jogar toda semana. A ansiedade crônica pode ser tratada a base de pílulas de maracujina, litros de suco de maracujá ou gotas homeopáticas calmantes, mas mexer o corpo dá resultados mais rápidos. Longas caminhadas sossegam o sagitariano: passear pela vizinhança ou praticar um cooper diário faz maravilhas, desde que o intrépido arqueiro não teime em andar por locais ermos em horas impróprias sem a companhia de um bom dobberman.

Um sagitariano deve dispor de um parque ou quarteirão arborizado próprios para suas andanças, onde, pisoteando o chão por uma hora, possa se libertar de toda ansiedade acumulada no horário comercial. Quanto ao tedium vitae, a mais grave das afecções que o sagitário pode contrair, o remédio é fácil: basta ele inventar uma nova meta, qualquer uma, aprender a pilotar um Boeing ou ler a obra completa de Krishnamurti. O arqueiro pode desistir do brevê de piloto um mês antes do exame, e não passar das primeiras vinte páginas do filósofo hindu, mas estará curado no meio do caminho.

Há quem se alarme com os ataques de nervos dos sagitarianos - ocasiões em que eles são pródigos em aplicar aos outros os epítetos "burro" e "incompetente" - e tente enquadrá-los, sugerindo que eles consultem um profissional. Perda de tempo. Arqueiros não param quietos em casa, menos ainda no divã. E não toleram gente convencida que se acha dona da verdade - entre o dogma do complexo de Édipo e um dogma que o sagitariano acabou de bolar, é óbvio que ele prefere o dele. Assim, se você estiver diante de um típico surto sagiatariano, não discuta. Finja que concorda com tudo, porque ele vai se acalmar em poucos minutos, e então estará pronto para ouvir e concordar.

Textos de Marília Pacheco Fiorillo e Marylou Simonsen, publicados no livro Use e Abuse do seu Signo, editado pela LP&M.