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Tome-se um viriginiano no dia seguinte de uma festa. Ele não terá ressaca, naturalmente - bebeu e comeu com moderação. Uma amiga vai visitá-lo, e pergunta sobre a noitada. "Nós éramos quatro casais e três avulsos, eu e dois jornalistas cariocas. Os casais eram fulano e fulana, beltrano e beltrana, os anfitriões, mais dois jovens recém-chegados de Toronto. Por causa deles, falou-se inglês quase a noite toda. O sotaque dos jornalistas era sofrível. Beltrano escorregava nos erres. A moça de Toronto usava uma pulseira com duas serpentes entrelaçadas e os olhos da serpente eram da mesma cor dos brincos, e o marido estava de tênis e gravata. Um dos jornalistas acendia um cigarro a cada sete minutos e meio, o outro sempre botava duas pedras de gelo a mais no seu uísque. Fulana agora está com a mania de cruzar e descruzar as pernas sem parar, e o anfitrião ultimamente só anda ouvindo jazz, muito favorecido, alías, pela posição das caixas de som, que estava, à esquerda do..."

A amiga interrompe: "mas sobre o que vocês falaram?" "Generalidades", ele diz, continuando a descrição da aparelhagem de som. "Mas pelo menos dá para me dizer se a festa estava boa?", a amiga se impacienta. "Como?", ele parece acordar de um sonho. "Você gostou?" "Ah", conclui o virginiano, "não tive tempo de pensar nisso, mas notei que as estantes estavam cheias de poeira." À primeira vista, o virginiano pode parecer um chato, mas ninguém na festa achou isso. Ao contrário, foi o único de quem todos, igualmente, gostaram, porque ele estava tão ocupado em reparar no ambiente que mal incomodou os outros com sua presença.

Assim é o virginiano: um grande observador e classificador da vida, o Sherlock do zodíaco, sempre munido da lente de aumento capaz de detectar o menor detalhe. Às vezes um ou outro pormenor lhe escapa, como quando ele é incapaz de dizer se, no conjunto, a festa estava boa ou má. Para o virginiano, o mundo é um extraordinário maquinismo suíço, e ele prefere desmontar e analisar o relógio a perguntar que horas são. É por isso que eles são insubistituíveis. Sem eles, estes Darwins da vida social, maníacos por classificações, obsessivos por detalhes, o mundo perderia muito de suas nuances invisíveis a olho nu.

DOENÇAS:
É sensível a doenças na região abdominal, no intestino delgado e nas mãos. A desnutrição, a má assimilação alimentar e a dificuldade de eliminação são reações tipicamente virginianas. Como resultado, ele pode tornar-se melancólico, irritável, ansioso em trabalhos intelctuais e fixado em detalhes.

TERAPIAS:
Como o virginiano enxerga muito de perto, tende a tornar-se um cético. Como seu afiado senso crítico não poupa nada nem ninguém, pode ocorrer o efeito-bumerangue, e ele se tornar um auto-demolidor. Como não há mecanismo mais complexo e extraordinário do que o corpo humano, ele pode cismar com seu relógio biológico e se tornar um hiponcondríaco. E como, finalmente, ele não tolera desordens, vai ser aquele camarada que não agüenta ver um quadro torto na parede sem endireitar, ou um cinzeiro sujo sem imediatamente levantar-se e esvaziá-lo no lixo. Com esse perfil, o virginiano jamais será vítima de psicoses violentas ou depressões prolongadas. Terá apenas muitas pequenas neuroses, neurose de limpeza, mania de doenças, desânimos cíclicos, tudo absolutamente controlável.

Suas neuroses, aliás, não o incomodam tanto: importunam os outros. A maioria dos habitantes do planeta vai se infernizar com a sua mania de ajeitar os talheres a 2 cm do prato, coisa que ele considera absolutamente natural - talheres devem estar numa perpendicular exata, sempre. Que jamais um virginiano pise num consultório dum psicanalista ortodoxo. Seria horrível: além de suas obsessões naturais, ele vai contrair novas compulsões, como a compulsão para ficar analisando cada gesto seu, e descobrindo por trás dele razões ocultas. Não vai praticamente lhe sobrar tempo para viver, depois que ele adquirir esse mau-hábito.

Uma terapia adequada para o virginiano seria aquela que o fizesse levantar a cabeça do detalhe e alargar seus horizontes. Uma gestalt-terapia, por exemplo, o forçaria a dizer se a festa estava boa ou um porre. Antroposofia também pode lhe fazer bem: ele aprenderá que, além do fígado, estômago e baço, há um tal de todo holístico que é bom considerar. E como um virginiano adora tomar pílulas, tratamentos homeopáticos, com dezenas de gotinhas dezenas vezes ao dia, vão lhe proporcionar uma inefável sensação de bem-estar.

Tai-chi-chuan, a milenar técnica chinesa de integração do céu com a terra, pode igualmente ajudá-lo a parar com a sua mania de ver o mundo em negras fatias simétricas. De mais a mais, o tai-chi é instrutivo, ordenado e limpo. Como o virginiano é sujeito a raríssimos ataques de nervos, mas sofre constantes pequenos achaques, a técnica mais econômica acaba sendo a auto-ajuda. Manuais psicológicos de auto-realização, guias práticos para o conhecimento de si mesmo ou folhetos anti-stress podem ser consultados com a freqüência que se desejar. O virginiano é sistemático até em sua loucura, e já que livros estão sempre à sua mão, não custa lê-los.

Textos de Marília Pacheco Fiorillo e Marylou Simonsen, publicados no livro Use e Abuse do seu Signo, editado pela LP&M.