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CARTAS DO REICHENBOMBER - Opus 44

Aula de Cinema

Se alguém perguntar hoje o que é o cinema, basta comprovar o truísmo de que uma imagem diz mais que muitas palavras ... imaginem, várias imagens! Isto é cinema!

A lição veio do mestre Mario Bava, que vivia dizendo só ter filmado "bosta de touro".

O "estrume" acima, foi copilado da coleção de fotos da belíssima Home Page de Bava:

https://members.tripod.com/mariobava/

Se o imaginário de Bava é merda, então Lang, Welles e Hitchcock que me perdoem; somos "Todos Porcos", diria Shohei Imamura.

Porque até agora nenhum festival nativo ainda não homenageou Bava com uma retrospectiva integral é uma incógnita que só o pedantismo caipira e o critério de resultados fáceis explica.

Fica aqui a ameaça: o Antônio Celso, da PanVision, topou. Florianópolis poderá sediar o Festival Internacional do Cinema Livre. Vem aí: Jack Hill, Jean-Marie Straub, Stephen Dwoskin, Richard Kern, Russ Meyer e, entre outros tantos criadores livres, Mario Bava, lógico.

Retrospectiva Bomber

A partir do dia 14 de Junho, o Museu da Imagem e Som, de São Paulo, estará realizando uma amostragem dos filmes deste escriba.

Infelizmente (ou não), não serão exibidos filmes que gosto muito como CORRIDA EM BUSCA DO AMOR (71), meu primeiro longa-metragem e meu verdadeiro aprendizado de cinema, o longa A ILHA DOS PRAZERES PROIBIDOS (78), o episódio A RAINHA DO FLIPERAMA (82) e o curta metragem SANGUE CORSÁRIO (79), porque, assim como outros filmes menos queridos, não possuem cópias disponíveis.

Do acervo a ser projetado, quase todos foram vistos em retrospectivas recentes em Brasília, São Paulo, Niterói e Porto Alegre. Os longas inclusos e o curta OLHAR E SENSAÇÃO me dão muito prazer em rever. Embora tenha um carinho especial por FILME DEMÊNCIA e IMPÉRIO DO DESEJO, gosto de todos (menos, obviamente, os que não nominei acima).

"Amor, Palavra Prostituta"

A novidade é a exibição exclusiva da versão integral de AMOR, PALAVRA PROSTITUTA (79-81), nunca projetado sem cortes comercialmente no Brasil. Este filme, que ficou dois anos retido na censura, só foi liberado com quatro minutos a menos; justamente os quatro minutos que davam sentido à obra toda.
Trata-se de um melodrama social, onde os personagens praticam sexo o tempo todo, com desespero, e sem nenhum prazer. Nos quinze minutos finais, um intelectual desempregado cuida obsessivamente de uma adolescente recém-saída de um aborto clandestino mal realizado. O calvário da jovem plena de energia e o contato com o sangue menstrual que verte de seu interior, fazem o "herói" redescobrir um sentido para continuar vivo.

Filmado com negativo vencido e sistema cooperativado, AMOR, PALAVRA PROSTITUTA foi exibido integralmente em mais de vinte festivais internacionais e ganhou o prêmio CINEDECOUVERTES da Cinemateca Real de Bruxelas, que inclusive possui uma cópia completa em seu acervo. Por ironia, recebeu do júri francófono do evento uma menção especial "por apresentar um ponto de vista singular sobre a sociedade". Quem diria!

Durante a primeira projeção internacional, em Roterdã, Holanda, sai da sala de exibição nos minutos inicias para não ouvir as vaias que aquele filme duro, feio, impuro e seco ia receber na certa. Me escondi no bar do cinema, mas volta e meia ia até o bilheteiro saber quantas pessoas haviam saído. Ele me olhava perplexo e fazia um gesto negativo com a cabeça. No final, voltei à sala novamente, com dor no estômago, e com espanto descobri que as pessoas levavam muito tempo para levantar das suas poltronas, mesmo após as luzes se acenderem. E assim foi, daí para frente, em quase todas as exibições no exterior com exceção de Portugal onde o machismo é retumbante. Na terra mãe, os debates foram quentíssimos e quase acabavam em porrada. De um lado os nostálgicos da PIDE e de outro as feministas lusitanas, que são radicais até a medula.

No Brasil, é a primeira vez que AMOR, PALAVRA PROSTITUTA, será exibido publicamente sem cortes, embora em uma rara versão VHS. A outra única projeção integral por estas plagas, foi coincidentemente no próprio Museu da Imagem e Som de São Paulo, numa sessão fechada para o elenco, equipe e amigos.

Mostra "Cineasta do Mês" : Carlos Reichenbach

Dia 14 - 20 horas

MURILOLENDO (97), 3 minutos - realizado em vídeo H8 e editado em Beta, para o programa MATÉRIA ASSINADA da TV Cultura (São Paulo).

AMOR, PALAVRA PROSTITUTA, 92 minutos - embora filmado em 35 mm será projetado em vídeo VHS.

Dia 15 - 19 horas

Bate-papo com o escriba sobre o seu processo de criação.

Dia 15 - 21 horas

LILIAN M., RELATÓRIO CONFIDENCIAL (74), 120 minutos

Dia 16 - 19 horas

IMPÉRIO DO DESEJO (80), 105 minutos

Dia 16 - 21 horas

SONHOS DE VIDA (79), 10 minutos - curta metragem, 35 mm

O PARAÍSO PROIBIDO (81), 95 minutos

Dia 17 - 19 horas

OLHAR E SENSAÇÃO (95), 10 minutos - curta metragem, 35 mm, realizado para o evento Arte-Cidade

ANJOS DO ARRABALDE (86), 104 minutos

Dia 17 - 21 horas

DESORDEM EM PROGRESSO (1988/90), 20 minutos - episódio do longa metragem internacional CITY LIFE.

FILME DEMÊNCIA (85), 92 minutos

Dia 18 - 19 horas

ALMA CORSÁRIA (93/94), 116 minutos

Dia 18 - 21 horas

ESTA RUA TÃO AUGUSTA (67), 8 minutos - curta metragem, em 35 mm, filmado em 66, quando eu ainda cursava a Escola Superior de Cinema São Luiz, e que só foi concluído graças ao primeiro Primeiro Prêmio Estímulo da Secretaria da Cultura de São Paulo. Produzido por Luís Sérgio Person. Atenção: falta o plano seqüência inicial do curta na cópia disponível, onde um playboy fantasiado de agente da Al Fathar, sentado em cima do capô de um carro, sobe a rua Augusta às moscas, acenando para uma platéia inexistente. Na banda sonora, um discurso de Martin Luther King.

DOIS CÓRREGOS (99), 112 minutos

Três longas e dois curtas estarão sendo vistos também em São Luiz do Maranhão, por ocasião do 23. Festival Guarnicê de Filme e Vídeo, na mesma semana. Por esta razão, o debate com o público no MIS - São Paulo foi adiantado para o dia 15.

Finalmente, dia 24, o filme DOIS CÓRREGOS estará encerrando a Mostra Mar e Mar, embrião do futuro Festival do Cinema Brasileiro de Angra dos Reis (Rio de Janeiro).

Espero assim, estar esgotando a etapa de lançamento do último filme para poder me dedicar em tempo integral, no próximo semestre, ao projeto EMPÉDOCLE - O Deus Das Sandálias de Bronze, o primeiro longa metragem à ser planificado e realizado à partir de uma série de Oficinas Culturais. Sobre o assunto, voltarei a escrever assim que as inscrições forem abertas.


Dicas de sites - Autores II


Michelangelo Antonioni

https://mfadt.parsons.edu/~cmy/antonioni/maentrance.html





Robert Aldrich

https://www.amused.nl/film/star/a/robert_aldrich/index.html






Robert Altman

https://www.geocities.com/Hollywood/Set/4815/







Pedro Almodovar

https://www.almodovarlandia.com/almodovarlandia/navigation/
almodovarlandiamain.htm





Ingmar Bergman

https://www.geocities.com/~ingmarbergman/




Bernardo Bertolucci

https://members.home.net/chastash/bb.html





Walerian Borowczyk

https://www.vidmarc.demon.co.uk/mondo-erotico/index_boro.html




Frank Borzage

https://www.mdle.com/ClassicFilms/BTC/direct13.htm





Robert Bresson

https://www.hal-pc.org/~questers/BRESSON.html

https://www.geocities.com/Hollywood/3781/bresson.html







Luis Buñuel

https://www.elgeniodecalanda.com/

https://aragonesasi.com/bunuel.htm



Tim Burton

https://www.geocities.com/~gen18/

https://home.acadia.net/userpages/joel/timburton/

https://www.geocities.com/Hollywood/Lot/8254/eonah.html

https://www.euronet.nl/users/mcbeijer/dan/burton/title.html

https://perso.infonie.fr/edwood/timindex.htm


Opinião Dos Leitores

"Bom Tempo com o Maluco Beleza"

Quando Raul era vivo, deixei escapar a oportunidade de assistir um show seu, o tempo é cruel e não volta atrás, a famosa e profética "Canto Para a Minha Morte" é precisa quando fala daquelas coisas que podem se tornar as últimas que fazemos e por conta disso exigem que nós as vivenciemos intensamente. Mas o tempo não foi tão cruel comigo, tive oportunidade de assistir o genial vídeo de Jairo Ferreira sobre Raul, vídeo de invenção, que nos remete ao espírito do "Maluco Beleza" através de sua estrutura anárquica, mas ainda assim permanecia a sensação de aborto, da impossibilidade de sentir o que poderia ser ver Raul "ao vivo". Pois bem, sábado assisti uma peça chamada: "Raul, Fora da Lei" e Roberto Bomtempo numa atuação inesquecível passou-me a tal sensação e por um momento estive com Raul e a perda foi menor, corrigi o equivoco.

A peça é excelente, muito bem dirigida por José Joffily, que evita chamar a atenção para outra coisa que não seja a magnifica interpretação de Bomtempo e a ótima costura feita entre os diversos textos e entrevistas ao longo da vida de Raul, há uma boa banda que acompanha os números musicais e a voz de Roberto somada ao seu entusiasmo, não o faz passar vergonha, o humor é bem equilibrado com momentos mais melancólicos, outros ternos, ao final um pequeno escorregão que quase se torna piegas, plenamente compreensível na medida que Roberto é o produtor, um dos responsáveis pela "costura" do texto e também um fã assumido, mas esse breve escorregão é corrigido com um "gran finale" para agradar qualquer fã de Raulzito. Fico apenas sem entender, tal qual no vídeo de Jairo, o porque de não se fazer referência a Marcelo Nova que foi presença marcante no final da carreira de Raul, uma pergunta para o Gerbase - que deve ter amizade com Bomtempo, afinal é o astro de seu último trabalho -, levar à ele.

Eduardo Aguilar

Asia Argento, Espanhol Nas Escolas e Sites

Carlão,

este Opus 43 me fez pensar.

Antes de mais nada, ERRAR É HUMANO. Em relação a Wim Wenders, MAIS QUE HUMANO!!!!! Asia Argento como diretora talvez consiga fazer melhor que qualquer impertigado que se diga "diretor". Esta menina foi ao fundo (palavras de seu pai), e agora se lança como realizadora. UM GRANDE PARABÉNS! Uma nota deve ser vista: SCARLET DIVA tem a presença de sua mãe, Daria Nicolodi, o que não pouco (esta senhora escreveu o roteiro de SUSPÍRIA com o papai DARIO).

Em relação ao Espanhol (ou para quem assim o desejar, CASTELHANO), vejo que é impossível a não inclusão da língua como OBRIGATÓRIA (o inglês - imbecilmente ensinado - e o francês - mais ainda) nas escolas. Não por uma questão de "origem", mas sim por se tratar de uma língua que se tornou UNIVERSAL. MERCOSUL???? Vá em férias para qualquer país de língua latina e veja O QUE OCORRE!!!!! Concordo em todos os aspectos que a obrigatoriedade do espanhol é absoluta! (assim como a colocação da Filosofia como matéria obrigatória). Me importo (e muito) com educação! (antes de médico, sou PSICOSSOMATA de carteirinha e vejo o aspecto cultural/social como base da SAÚDE, física e mental). PARABÉNS por ter levantado este assunto, que não faz parte de sua coluna no ZAZ/TERRA, de maneira geral).

MUITO OBRIGADO pelos endereços de Tarkovski, Cronenberg (CARAMBA, ESTE É FABULOSO) e Kusturica. Não sei a quantos estes interessam, mas, para mim foram de uma valia incomensurável!

Dr. Luiz Ribas

Madonna e Jey Li

Caro Reichenbach,

No sábado fui ver "Sobrou pra Você", aquele filme com a Madonna, que a crítica tinha metido o pau. Pois é, pra minha surpresa, gostei muito. Ô bando de críticos cínicos !!! Eu confesso que fiquei emocionado com o filme e cheguei a chorar em algumas partes...Bem... de quem é o problema? Do filme ou meu? Bem, para quem é fã de "Love Story" nada mais conveniente do que gostar de drama(lhões) dos bons. Além de tudo, tenho uma especial consideração pela Madonna.

No filme ela faz o papel de uma mulher que faz sexo com o amigo homossexual (Ruppert Everett) durante uma bebedeira e depois fica grávida e convida o amigo gay para ser o pai da criança. Ele aceita, ficam juntos. Ela se mantém abstêmia, ele continua com seus parceiros. Até que um dia, quando o filho deles já tem uns 6 anos, um sujeito aparece na vida dela e transforma a rotina da família...

No domingo fui ver "Romeu Deve Morrer", um filme de karatê, que logo me deu nos nervos. Fiquei com vontade de ir embora logo. No começo até que eu gostei. Trilha sonora hip hop pesada, visual bacana, 2 chinesas lésbicas dançando de maneira provocante (que peitos!) num clube negro e uma primeira cena de luta coreografada bem legal. Por que não gostei?

Um abraço

Ailton Monteiro - de Fortaleza

Na última sexta-feira a Folha de São Paulo publicou uma longa crítica do escriba a respeito do filme O DIA DA CAÇA, de Alberto Graça. Continuo insistindo na opinião de que se trata do primeiro filme sôbre o flagelo dos anos Collor e de como o país foi transformado em corredor para o Atlântico do narcotráfico colombiano. E pensar que o homem acabou com o cinema brasileiro para não ter documentada e refletida a sua passagem pelo poder central. Por esse motivo, por suas qualidades autorais e pela exuberância de sua linguagem, um filme obrigatório e urgente.


CARLOS REICHENBACH


Comentários, desgostos, bombas e coquetéis podem ser enviados para:
reichenbach@terra.com.br

Visite a home page do cineasta: https://members.xoom.com/creichenbach


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