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Biografia - Carlos Reichenbach


Carlos Oscar Reichenbach Filho nasceu em Porto Alegre, em 14 de junho de 1945. Paulistano desde que aprendeu a andar, Carlão, como é conhecido no meio cinematográfico, foi um dos diretores mais expressivos do Cinema Marginal paulista em meados da década de 60, movimento também conhecido como Boca do Lixo ou "udigrudi", termo cunhado por Gláuber Rocha.

Espécie de dissidência do altamente politizado Cinema Novo, o "Cinema da Boca" sonhava com espaço para experimentação em produções de baixo custo que tivessem apelo popular e espelhassem a realidade do País, refutando as regras de produção e distribuição nos circuitos comerciais.

Com poucos recursos e muitas idéias, nasceram dessa fase criativa e transgressora do cinema nacional os célebres "O Bandido da Luz Vermelha" (1968), de Rogério Sganzerla, "A Margem" (1967), de Ozualdo Candeias, Bang Bang (1970), de Andrea Tonacci, As Libertinas (1969) de Reichenbach, Antonio Lima e João Callegaro, entre outros.








 


Carlão durante a filmagem de Império do Desejo (1980)

(Foto: Conrado Sanches)

Descendente de uma família de gráficos e editores, Reichenbach integrou o primeiro curso de cinema de nível universitário no Brasil, a Escola Superior de Cinema São Luiz, o primeiro foco do cinema marginal em São Paulo, cidade que eternizou em diversos longas. Teve como mestres Roberto Santos, Anatol Rosenfeld, Paulo Emílio Salles Gomes, Mário Chamie, Décio Pignatari, e sobretudo, Luiz Sérgio Person, responsável pelo seu interesse em dirigir filmes.

A escola reunia o meio cinematográfico emergente de São Paulo, entre alunos, como João Callegaro, Ana Carolina, Paulo Rufino, e uma inquieta população flutuante, como Rogério Sganzerla, Jairo Ferreira, José Mojica Marins, Ozualdo Candeias, Fauzi Mansur, entre outros.

Reichenbach abandonou a São Luís com Callegaro e fundou, juntamente com o crítico mineiro Antonio Lima, a Xanadú Produções Cinematográficas, o berço do "cinema cafajeste", que encontra seu ápice em As Libertinas e O Bandido Da Luz Vermelha. Em 1971, Reichenbach torna-se sócio-gerente da Jota Filmes, produtora de filmes publicitários em São Paulo, onde escreveu, produziu, dirigiu e fotografou mais de 150 comerciais e filmes institucionais durante quatro anos.

Quando estava se preparando para uma agradável carreira de yuppie, Reichenbach jogou tudo para o alto para apostar na atividade de mais alto risco no cenário nacional: o cinema autoral. Produziu, escreveu, dirigiu, fez a fotografia e a trilha sonora de Lilian M., Relatório Confidencial (74), utilizando as sucatas dos cenários de sua empresa. Nessa trilha, Reichenbach escreveu e dirigiu cinco curtas-metragens, quatro episódios em longas e 12 longas metragens, acumulando diversos prêmios no Brasil e exterior.

Divide a atividade cinematográfica com as funções de crítico e ensaísta em diversas publicações, além de participar de cursos e palestras sobre o filme brasileiro no Brasil e exterior. Durante quatro anos, também lecionou como titular da cadeira de direção cinematográfica do curso de cinema e vídeo da Escola de Comunicações e Artes (ECA), da Universidade de São Paulo.

Cineasta, roteirista, professor, fotógrafo, crítico e ensaísta, mas principalmente um autor sintonizado com a realidade caótica de seu tempo, Reichenbach desenvolveu uma obra inconfundível, onde se destacam o já referido Lilian M. (1974), Amor, Palavra Prostituta (1981), O Império do Desejo (1980), Filme Demência (1985) , Anjos do Arrabalde (1987), e Alma Corsária ( 1994). Atualmente, divide a função de sócio-gerente na Dezenove Som e Imagens Produções com a produtora Sara Silveira. Em agosto, lançou no 27º Festival de Gramado seu 12º longa, Dois Córregos, uma reflexão sobre a herança deixada pelos anos de chumbo da política brasileira, com Beth Goulart, Carlos Alberto Ricelli e Ingra Liberato.

Carlos Reichenbach: Filmografia


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