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Bloco formado por 500 mulheres desfila hoje em Salvador

Elas são percussionistas, dançarinas e destaques. Grupo de percussão foi criado em projeto social para periferia

8 fev 2024 - 05h00
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Desfile reúne mulheres no comando do bloco. Homens, se quiserem participar, acompanham como foliões
Desfile reúne mulheres no comando do bloco. Homens, se quiserem participar, acompanham como foliões
Foto: Akva Souza

Os números impressionam: 40 percussionistas; 40 meninas desfilando como destaques; 120 dançarinas em cada ala; há ainda integrantes em outras funções, como coordenação, somando 500 mulheres no desfile do Bloco Afro A Mulherada, que sai hoje no Circuito de Campo Grande, em Salvador, às 17 horas.

O Bloco homenageia Nanã, orixá da sabedoria, da ancestralidade e da conexão com elementos essenciais para a vida, como a água. O desfile é promovido pelo Instituto A Mulherada, surgido em 2001 para atender mulheres em vulnerabilidade na capital baiana. Entre outras iniciativas, oferece cursos de percussão e profissionalizantes no Centro Histórico de Salvador.

As mulheres e meninas atendidas vêm de periferias como Cosme de Farias, Brotas, Liberdade, Sussuarana, Nova Brasília e Sete de Abril. “No próprio Centro Histórico tem a parte periférica, as vielas, muitas meninas moram nelas. Não é só aquilo que os turistas enxergam”, explica Paula Érica Figueiredo, presidente do Instituto A Mulherada.

Ela conversou com o Visão do Corre:

Paula Souza, presidente do Instituto A Mulherada: “Carnaval baiano é claramente machista, especialmente com mulheres na percussão”
Paula Souza, presidente do Instituto A Mulherada: “Carnaval baiano é claramente machista, especialmente com mulheres na percussão”
Foto: Arquivo pessoal

O bloco existe desde a fundação do Instituto?

Isso. Iniciamos em 2001, com 50 mulheres. Fomos questionadas por alguns participantes de blocos famosos se a banda tinha nome. Ainda não tinha. Como num susto, respondemos ‘a mulherada’. Então registramos o nome.

O Carnaval em Salvador é machista?

Os horários melhores são das bandas com cantores homens. Eles sempre excluem mulheres, ainda mais no nosso caso: não somos famosas. É claramente machista, principalmente com mulheres na percussão. Tem gente que ainda acha que lugar de mulher é na cozinha, cuidando dos filhos.

Quais materiais recicláveis vocês usam nos adereços?

Folhas, emborrachados, fibras naturais, tecidos orgânicos.

Com tantas atrações em Salvador, como o desfile de vocês chama a atenção?

A nossa atração, o diferencial, é a composição feminina em alas, percussão, destaques. Os homens, se quiserem acompanhar, vão como foliões.

SERVIÇO

Desfile do Bloco Afro A Mulherada

Quando: quinta-feira, 8 de fevereiro, 18h

Onde: Circuito Campo Grande

Informações @institutoamulherada e (71) 98727-4713 

Fonte: Marcos Zibordi Colunista do Visão do Corre
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