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Haziz Tanure, 75, foi diagnosticado com câncer de próstata 1 ano após perder o irmão  Foto: Arquivo pessoal

'Perdi meu irmão para o câncer de próstata e fiquei sem chão ao receber o mesmo diagnóstico'

Haziz Tanure, de 75 anos, narra sua experiência ao receber o diagnóstico de câncer de próstata 1 ano após perder o irmão para a mesma doença

Imagem: Arquivo pessoal
  • Erem Carla Erem Carla
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8 nov 2024 - 05h00
(atualizado às 05h00)

Neste Novembro Azul, mês das campanhas de prevenção ao câncer de próstata, Haziz Tanure, de 75 anos, narra em relato exclusivo à repórter Erem Carla, do Terra Você, sua experiência ao receber o diagnóstico de câncer de próstata apenas um ano após perder o irmão, Janiz Tanure, 72, para a mesma doença.

Haziz Tanure, 75, foi diagnosticado com câncer de próstata 1 ano após perder o irmão
Haziz Tanure, 75, foi diagnosticado com câncer de próstata 1 ano após perder o irmão
Foto: Arquivo pessoal

Minha história com a prevenção do câncer de próstata começou há muitos anos, quando, aos 40, decidi que faria os exames anualmente. Todo ano, sem falta, fazia o PSA e o toque retal, mesmo quando o assunto ainda era um tabu para muitos. Eu sabia que a prevenção era importante e mantinha essa rotina para me cuidar.

No início, meus exames sempre deram normais, o que me deixava tranquilo. Durante muito tempo, meu urologista, que vinha até Araçuaí (MG), reforçava que estava tudo certo. Mas, de dois anos para cá, notei que o meu PSA — o antígeno prostático específico, que pode indicar problemas na próstata — começou a subir, chegando a 3,2 ng/mL. Meu médico dizia que ainda estava dentro do aceitável, mas eu comecei a me preocupar.

"Em maio de 2023, a doença bateu na minha família de forma devastadora." 

Perdi meu irmão, Janiz, para o câncer de próstata. Ele nunca fez exames preventivos, achava que não precisava e até me criticava por ser tão rigoroso com esses cuidados. Quando ele descobriu a doença, já era tarde demais e ele enfrentou apenas dor e sofrimento, sem muitas alternativas de tratamento. Ver de perto o que ele passou mexeu muito comigo. 

Janiz Tanure, irmão de Haziz, morreu em maio de 2023, aos 72 anos, vítima de câncer de próstata
Janiz Tanure, irmão de Haziz, morreu em maio de 2023, aos 72 anos, vítima de câncer de próstata
Foto: Arquivo pessoal

Logo depois, fiz meus exames de rotina e notei outra elevação no PSA. O valor foi de 2,2 para 3,2 em um curto espaço de tempo. Algo me dizia que eu precisava investigar mais a fundo, então minha esposa e eu decidimos buscar uma segunda opinião em Belo Horizonte, onde consultei o médico Fernando Parma Masticano.

Em BH, contei minha história ao doutor Fernando, e ele me ouviu com atenção. Após avaliar meus exames, ele nos recomendou fazer uma biópsia para esclarecer o quadro. Quando o resultado saiu, foi confirmado um início de câncer de próstata. 

"Fiquei sem chão." 

Aquela imagem do meu irmão e do sofrimento que ele passou voltou à minha mente. No entanto, o doutor Fernando explicou o diagnóstico com muita calma, me deu todas as informações e transmitiu uma segurança que nos ajudou a enfrentar a situação.

Depois de conversar bastante com minha esposa e de entender as opções, optamos pela cirurgia de remoção total da próstata, feita com a técnica robótica. Essa escolha foi uma forma de buscar o tratamento mais avançado e seguro, minimizando as chances de sequelas. A cirurgia aconteceu em 30 de agosto de 2024. O processo foi um sucesso, e hoje estou muito bem, sem incontinência urinária ou outras complicações. 

Haziz Tanure ao lado da sua esposa, Maria Inêz.
Haziz Tanure ao lado da sua esposa, Maria Inêz.
Foto: Acervo Pessoal

A experiência mudou minha perspectiva sobre o que realmente importa. Minha esposa sempre insistiu para que eu seguisse com os check-ups anuais, e, por vezes, eu até resistia. Hoje, vejo o quanto ela estava certa. Cuidar-se, fazer exames preventivos e não ignorar sinais do corpo fazem toda a diferença para uma vida mais longa e saudável.

"Não subestimem a importância da prevenção." 

Se houver alguma alteração nos exames, não hesite em procurar especialistas e esclarecer todas as dúvidas. Deixar o machismo e o preconceito de lado e cuidar da saúde pode salvar vidas. Eu incentivo todos os amigos e familiares a fazerem o mesmo, porque, na prática, aprendi que prevenir é proteger a própria vida.

Fonte: Redação Terra Você
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