Raiva, leptospirose e leishmaniose: as zoonoses que você pode evitar ao vacinar seu pet
Vacinação de cães e gatos protege contra doenças perigosas. Veterinários alertam para importância do calendário vacinal
Vacinar cães e gatos é mais do que um cuidado com o bem-estar dos animais: é uma medida de saúde pública. Doenças como raiva, leptospirose e leishmaniose — que podem ser transmitidas dos animais para os humanos — são preveníveis com vacinas disponíveis em clínicas e campanhas de imunização em diversas cidades brasileiras.
As zoonoses são doenças infecciosas transmitidas entre animais e pessoas, e o controle dessas enfermidades passa, obrigatoriamente, pela vacinação dos pets. Bruno Divino, diretor do Hospital Veterinário do UniArnaldo Centro Universitário, de Belo Horizonte, afirma que a aplicação correta das doses protege os animais e ajuda a evitar surtos que colocam em risco a saúde da população.
Veja abaixo as três principais zoonoses que podem ser prevenidas com vacinas:
1. Raiva: mortal e sem cura
A raiva é uma doença viral que pode atingir qualquer mamífero, inclusive humanos. A transmissão ocorre por meio da mordida, saliva ou fluidos de um animal infectado. Entre os sintomas estão febre, convulsões, mudanças de comportamento, paralisia e, por fim, a morte.
Divino explica que a vacina antirrábica é obrigatória no Brasil e deve ser aplicada a partir dos 3 ou 4 meses de vida, com reforços anuais. Mesmo animais que não saem de casa devem ser imunizados, já que morcegos — transmissores do vírus — podem entrar em ambientes domésticos.
2. Leptospirose: atenção redobrada em épocas de enchente
Transmitida pela urina de roedores, segundo Divino, a leptospirose é mais comum em épocas de chuvas e enchentes. A bactéria entra no corpo por mucosas ou feridas na pele, provocando febre, vômitos, diarréia, icterícia e até falência de órgãos.
A doença é grave e pode ser fatal tanto para animais quanto para humanos. A vacinação é indicada para cães (não há vacina eficaz para gatos) a partir das 6 semanas de idade, com reforços anuais. No Brasil, ela está incluída nas vacinas polivalentes V6, V8 ou V10.
3. Leishmaniose: doença sem cura, mas com prevenção
A leishmaniose é causada por um protozoário e transmitida pela picada de insetos como o mosquito-palha. A doença pode causar feridas na pele, anemia, febre, emagrecimento e, nos casos graves, afetar órgãos internos como fígado e baço.
Em cães, a vacina contra leishmaniose pode ser aplicada a partir dos 4 meses de idade, geralmente em três doses iniciais com intervalo de 21 dias, além de reforços anuais. O uso de coleiras e repelentes também é fundamental na prevenção.
De quais vacinas seu pet precisa?
Além das vacinas contra zoonoses, há outras importantes para a saúde dos animais:
Para cães:
- Polivalente (V6, V8 ou V10): protege contra cinomose, hepatite, parvovirose, coronavirose, leptospirose, entre outras.
- Tosse dos canis: protege contra a Bordetella bronchiseptica.
- Giárdia: protege contra o parasita intestinal giárdia lamblia.
Para gatos:
- Polivalente felina (V3, V4 ou V5): protege contra rinotraqueíte, calicivirose e panleucopenia.
- Raiva: obrigatória e com reforço anual.
Antes de vacinar, o pet precisa estar saudável
A aplicação da vacina deve ser feita somente em animais saudáveis. Sinais como febre, prostração, vômito, diarreia ou perda de apetite contraindicam temporariamente a imunização. O ideal é que o pet esteja desverminado, com peso adequado e sem doenças em curso.
Divino recomenda que os tutores sigam um protocolo vacinal individualizado, levando em conta o histórico do animal, o ambiente em que vive e os riscos regionais.
