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ECOTURISMO

É impossível ficar fora da água

A transparência da água de Bonito, graças à presença das rochas calcárias no fundo, aliada à rica fauna da região, coloca o local entre os melhores do mundo para mergulho em água doce. Nem mesmo aqueles que nunca respiraram com um snorkel na vida ficam fora d'água. As flutuações ou mergulho livre são alguns dos programas de maior sucesso na cidade.

Basta roupa de neoprene (tecido impermeável e térmico), colete, máscara e snorkel. Nos passeios, que são acompanhados por guia, não é necessário nenhum preparo físico. O visitante apenas flutua e deixa se levar pela leve correnteza natural do rio, observando a riqueza e a perfeição do mundo que se revela embaixo da superfície.

No Aquário, uma das opções, o mergulho começa na nascente da Baía Bonita e vai até o Rio Formosinho, num percurso de 900 metros. O nome foi bem dado:

você se sente parte daquele aquário gigante, com 32 espécies de peixes. Um barquinho acompanha o grupo para quem perder o fôlego e quiser desistir, mas são pouquíssimas pessoas que cometem esse pecado. Na sede, lugar bastante agradável, há um restaurante, uma piscina onde é feito um ensaio do mergulho e outra aquecida na qual os visitantes relaxam após o passeio.

Rio Sucuri - Marcado pelas curvas acentuadas, o Rio Sucuri, a 18 quilômetros do centro, é outro bastante famoso nessa modalidade. Cláudio César Carneiro, um dos responsáveis pelos passeios turísticos no local, conta que eles começaram há oito anos. "Antes disso, o pessoal vinha nos fins de semanas e feriados e fazia piquenique na beira do rio. Não dava para ter controle, então decidimos profissionalizar." No ano passado, essa atração foi visitada por 22 mil pessoas.

Os moradores aconselham deixar a flutuação no Recanto do Rio da Prata, que fica no município de Jardim, a 52 quilômetros de Bonito, por último. "É o melhor, a marca registrada dos passeios ecológicos", diz o guia local José Paulo. Ao todo, são cinco horas de passeio, começando por uma trilha de 50 minutos em mata virgem.

Macaco-prego, pássaros de diversas espécies e manadas de queixadas são alguns dos animais com os quais se depara no caminho. A guia explica, com bastante naturalidade, que se pode também encontrar jacarés e sucuris. "Se ela estiver de um lado, passamos do outro. Não somos seu prato principal." É nesse momento que o turista se dá conta de que não está num brinquedo da Disney, como parecia até então. É tudo real.

Começando no Rio Olho d'Água, dourados e pintados enormes acompanham o mergulhador por todo o percurso. Em fila indiana, o grupo desce dois quilômetros descobrindo fauna e flora exóticas, além das reentrâncias. A 500 metros do ponto de chegada, entra-se no Rio da Prata, onde a temperatura cai 10ºC e a água fica bem mais turva. Atualmente, o turismo já corresponde a 70% da renda da fazenda.

Mais radical - Para quem já tem o curso de mergulho, o leque de atrações de Bonito abre-se muito mais. Um dos prediletos dos veteranos em esportes radicais é o Abismo Anhumas, que conjuga rapel com mergulho autônomo. A aventura começa com uma descida em rapel de 72 metros, que termina num lago que tem o tamanho de um campo de futebol.

Na água cristalina, o mergulhador (nesse caso deve ser credenciado) tem visibilidade entre 40 e 60 metros e se movimenta entre cones submersos de até 16 metros. O presidente do Conselho da Reserva da Biosfera da Mata Atlântica, Cleiton Lino, foi o primeiro a encarar o abismo, em 1984. "Desci na loucura, numa corda inadequada. E logo percebi que aquilo se transformaria numa atração internacional."

No quesito mergulho em cavernas, a região também está entre as melhores do planeta. Para o instrutor de mergulho da escola Diving College, Gabriel Ganme, que diz já conhecer mais de mil cavernas pelo mundo, elas são incomparáveis. "Na Gruta do Mimoso há um salão de cones, com quatro ou cinco metros, cuja formação ninguém sabe definir. Aquilo é único." Mas, para explorar as lagoas das grutas, deve-se ter curso de espeleomergulho, ou seja, específico para cavernas.

Aprovação do Ibama - É importante saber que embora Bonito tenha inúmeras grutas que comportam o mergulho autônomo, muitas estão interditadas pelo Ibama e algumas estão abertas sob liminar, como o próprio Abismo Anhumas e a Gruta de São Miguel.

O gerente do Centro Nacional de Estudo, Proteção e Manejo de Cavernas do Ibama (Secave), Ricardo Marra, esclarece que "a visitação e o mergulho para quem tem o curso são livres". O que a entidade proíbe é o uso com fins lucrativos dos bens da União sem licença, como é o caso das cavernas de Bonito. Ele reforça que existe a necessidade de um projeto de exploração, aprovado pelo Ibama, para a própria segurança do turista.

Para os operadores de São Paulo, entretanto, como Ganme, que costumava mandar um grupo de turistas mergulhadores por mês para fazer o batismo em uma das cavernas da região, ficou inviável. "Tive de mandar alunos para a Flórida (EUA) e a próxima turma vou mandar para o México. Não tenho como não cobrar pelo curso."

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Jornal da Tarde

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