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ECOTURISMO

Bonito dá um banho de ecoturismo correto

A natureza não falhou em nada para que Bonito, cenário encravado no sudoeste sul-mato-grossense, distante 247 quilômetros da capital Campo Grande, fosse o lugar perfeito para quem gosta de "destinos verdes" - e nem para que ele ganhasse esse nome. As cores da fauna e flora em conjunto com a água, que é literalmente transparente e perfeita para o mergulho, formam esse paraíso.

Um lugar como esse, que chega a receber 70 mil turistas por ano, estaria, inevitavelmente, ameaçado. Mas é justamente o contrário que o turista observa quando chega lá: organização e cuidado para que a atividade, que tanto vem dando lucro para os cofres do município, não comprometa aquele meio ambiente abençoado.

No destino que cada vez mais se torna vedete das agências de ecoturismo no Brasil, os passeios são todos pagos e só podem ser feitos acompanhados por um dos 52 guias de turismo locais, credenciados pela Embratur. Para ter acesso a um passeio, o visitante deve ter em mãos um voucher (ingresso), que compra numa das agências. E os preços são os mesmos em todas elas: entre R$ 5 e R$ 205. Ao todo, são 22 agências, quase todas distribuídas na rua principal.

Turismo organizado - O que pode parecer um pouco inconveniente para os ecoturistas que gostam de descobrir os lugares por conta própria, ou para os mochileiros que buscam desbravar sem enfrentar bilheteria, faz parte do Modelo de Sustentação Turística estabelecido em 1995. Para o município, é a melhor forma de preservar seu patrimônio ecológico. "O turismo de massa desorganizado pode representar um risco", explica o secretário de Turismo do Município, Elias Borges Nogueira.

Para o presidente do Conselho Nacional da Reserva da Biosfera da Mata Atlântica, Cleiton Lino, a cidade é um exemplo para outros destinos ecológicos no Brasil. O problema, para ele, está no preço. "É tudo muito caro. Acaba elitizando a visitação da natureza." Lino comenta ainda que em alguns feriados, como o Carnaval, o excesso de visitantes atrapalha. "Há passeios que são contemplativos, o que é impossível de se fazer com muita gente."

Entre rios, cachoeiras, grutas e abismos, existem hoje em Bonito cerca de 20 passeios. Boa parte deles é feita em propriedades particulares, geralmente antigas fazendas de pecuária em que os proprietários descobriram uma forma mais rápida de ganhar dinheiro. Apenas dois deles são públicos: a Gruta do Lago Azul, pertencente ao Governo Federal, e o Balneário Municipal. Mas mesmo assim, os visitantes (exceto os nativos) pagam uma taxa para irem até lá - R$ 10 e R$ 5, respectivamente.

Lago Azul - No circuito turístico, a Gruta do Lago Azul é a que mais recebe visitantes: 305 pessoas por dia na alta temporada. Grupos de 15 pessoas descem 120 metros e se deparam com um fascinante lago que ninguém sabe ao certo a profundidade. Acredita-se que seja abastecido por um rio subterrâneo. Cones de estalactites contrastando com um azul que, como conta a turista Fátima, de Brasília, "nunca sai igual nas fotos. Tem de ir".

Outra "modalidade" imperdível, mesmo para os inexperientes em mergulho, é a flutuação. Roupa de neoprene, colete, máscara e snorkel são os equipamentos necessários para cair na água e, sem nenhum esforço, descer o rio de acordo com seu fluxo natural, boiando.

O tempo passa mais do que rápido diante de tamanha diversidade de peixes e plantas que se descobre no percurso. Pode-se optar entre três lugares (ou ir a todos, pois cada um tem suas peculiaridades): no Rio da Prata, por R$ 35, no Aquário, a R$ 42 e no Rio Sucuri - R$ 35.

A pecuária ainda é a primeira fonte de renda da pequena cidade. O turismo, entretanto, segundo o secretário, sustenta Bonito como socializador de recursos. "A renda da pecuária é concentrada. No turismo, há um leque muito maior de pessoas que ganham. Boa parte da população (17 mil habitantes) são guias, funcionários de agências, hotéis e restaurantes. Sem contar os empregos indiretos", explica.

Contrariando a fama de destino de gringos, o secretário revela que a maioria dos visitantes é de brasileiros e, entre eles, quem lidera são os paulistas.

"Recebemos mais turistas de São Paulo que do próprio Mato Grosso do Sul."

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Jornal da Tarde

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