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ÁFRICA

Contornar o Cabo da Boa Esperança é preciso

Dar a volta na península sul-africana significa percorrer um caminho sinuoso ladeado por dois mares repleto de atrações: bichos, plantas, montanhas e, sobretudo, uma paisagem de tirar o fôlego

Acordar aos pés de uma montanha em forma de mesa. É assim o despertar em Cape Town. Ainda de dentro do quarto do hotel, observar os tufos de neblina que caem do alto da montanha sobre os telhados é entrar num clima de magia que envolve a cidade espalhada em muitas colinas.

Também chamada de Mother City (Cidade-mãe) pelos sul-africanos e Esquina do Mundo por iatistas e velejadores, a Cidade do Cabo, com seus 2 milhões de habitantes, é a mais antiga do país.

Fundada por holandeses quase 200 anos depois de Bartolomeu Dias ter achado a passagem para a Índia após contornar o então Cabo das Tormentas, em 1487, a cidade, hoje, é um point obrigatório na rota de todo viajante que se preze e sede do Parlamento da África do Sul. Pretória, com seus 70 mil pés de jacarandá, é a capital administrativa e Bloemfontein, a sede jurídica. Johannesburgo, principal portão de entrada e saída de visitantes, é a cidade dos negócios, das indústrias, dos shoppings de Primeiro Mundo (com preços de Terceiro) ... enfim, a versão paulistana de lá com qualidades e defeitos.

Na comparação, até pela geografia que contrapõe rochas e mar num mesmo cenário, a Cidade do Cabo seria o Rio de Janeiro da África do Sul. Tem bondinhos (um na Montanha da Mesa e outro no Cabo da Boa Esperança), jeito descontraído, animação de sobra e muitas praias.

Num primeiro momento, há quem pense que o cabo é a única razão de uma viagem até lá. Não é. O acidente geográfico é apenas uma entre muitas atrações. Antes de contornar o cabo, vale gastar sola de sapato por muitos caminhos. Um bom lugar para começar a se sentir em casa (na deles, é lógico) é o Victoria & Alfred Waterfront, espaço restaurado ao lado das docas do porto. O local abriga um variado complexo de lazer com inúmeras opções de lojas, cafés, cinemas, restaurantes e museus, por onde circulam moradores e turistas quase que as 24 horas do dia.

O píer do Waterfront, aliás, não é apenas endereço de um dos melhores locais para contemplar a grandiosidade da Montanha da Mesa. É, também, ponto de partida para passeios de catamarã e lancha ao longo do dia, mas, principalmente, na hora do pôr-do-sol. Alguns desses tours pela Table Bay são regados a champanhe (custam, em média, 80 rands e duram cerca de hora e meia) e acompanhados de perto por focas, que não se furtam a um banho de sol no próprio píer para deleite dos turistas.

Rumo ao cabo - Se a idéia é alugar um carro para chegar ao Cabo da Boa Esperança, um aviso: o trânsito flui à esquerda. Além de adaptar os reflexos ao sistema de mão-inglesa, todo cuidado é pouco, porque a Chapman's Peak Drive (ou Chapman's Road) segue pela costa como uma serpente até o cabo, e paisagens para atrair a atenção não faltam. O melhor é contratar um serviço local (se já não estiver incluído no pacote).

O percurso feito para dobrar o cabo , saindo e voltando para o centro de Cape Town, equivale a um giro de 150 quilômetros. Deixando para trás a área do Waterfront, segue-se até Sea Point, bairro com sinagogas e mesquitas. Muitas pedras aparecem no caminho até Batry Bay pela estrada construída por prisioneiros no fim da década de 20. Em Clifton, o que chama a atenção são os bangalôs construídos nas encostas após a 2ª Guerra para os soldados, hoje casas confortáveis e caras.

Em Camp's Bay, ao pé da Montanha dos 12 Apóstolos, há muitos naufrágios e a praia é muito procurada por mergulhadores. Na seqüência, vale parar em Sandy Bay, a preferida dos nudistas. Chega-se, então, a Hout Bay, procurada pelas baleias durante o inverno. Ali, o Monte do Sentinela posiciona-se como um atento observador à entrada da baía que dá acesso a um passeio inesquecível: Ilha das Focas. Meia hora de barco e chega-se a um santuário habitado por essas brincalhonas espécies marinhas. Contemplá-las de tão perto é uma imagem inesquecível.

A estrada panorâmica segue margeando o Atlântico com inúmeros penhascos e mirantes, onde os sul-africanos não cansam de parar para piqueniques. Vez ou outra a hora da farofa é interrompida por babuínos, que moram na reserva cortada pela rodovia. Esses macacos são tão espertos que vão diretamente para o porta-malas do carro, pois sabem que é ali que as famílias guardam comida. Por vezes, o trânsito pára: é um deles - ou um grupo - sentado no caminho. Na Reserva Natural do Cabo da Boa Esperança, macacos, zebras, antílopes, cabras e outros bichos são os reis.

Piano - De repente, após atingir uma elevação, avista-se uma praia imensa, limpa, quase deserta. É Long Beach, que dá a impressão de ter sido vista em algum outro lugar. A sensação de conhecimento não é equivocada. Na verdade, a praia é muito procurada para editoriais de revistas de moda e filmagens. A cena de desembarque da personagem principal do filme O Piano foi feita ali, e não na Nova Zelândia, onde a história é ambientada. A Filha de Ryan também teve cenas gravadas nessa imensidão de areia que emoldura o mar aberto, ideal para surfar e cavalgar.

Chegando ao Cabo da Boa Esperança, que ninguém espere ver uma diferença de cores onde, em princípio, as águas do Atlântico e Índico se misturam. Para começar, não é nem ali que ocorre o encontro. Turisticamente, o local é vendido como ponto de união dos dois mares, mas é a partir do Cabo das Agulhas, no extremo sul do continente africano, que o Índico começa a banhar a costa sul-africana. Não há diferenças visíveis, apenas térmicas, porque as águas do Atlântico são frias e as do Índico, quentes.

Entre um cabo e outro encontra-se a Baía Falsa. Trata-se de uma zona de transição entre os dois oceanos cujo nome foi dado pelos portugueses, que muitas vezes se enganaram ali nas viagens para as Índias. Alguns faróis e 'padrões' fincados na baía, como o de Vasco da Gama e o de Bartolomeu Dias, testemunham o fato.

No cabo propriamente dito há um funicular para facilitar a subida. O ingresso custa 20 rands e a subida é feita em três minutos. O mirante encontra-se a 214 metros acima do nível do mar. Ir a pé até o topo exige, além de esforço, cerca de 20 minutos de caminhada.

Contornado o Cabo da Boa Esperança, mais alguns quilômetros e chega-se a Simon's Town. Um pouco antes dali, um ligeiro desvio na rota leva a Boulder's Beach, a praia eleita pelos pingüins para tomar sol e procriar.

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