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Aspirina aumenta chance de sobreviver após ponte de safena
Quinta, 24 de outubro de 2002, 11h58

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As propriedades da aspirina na prevenção de enfartes são conhecidas há muito tempo, mas agora os resultados de um amplo estudo internacional sugerem que o tratamento à base do medicamento é seguro imediatamente após a cirurgia de ponte de safena e pode ainda aumentar as chances de sobrevivência do paciente.

Como a aspirina aumenta o risco de hemorragia, tradicionalmente evita-se sua administração imediatamente antes e após operações. Entretanto as conclusões da nova pesquisa sugerem que tomar o medicamento no espaço de 48 horas após uma cirurgia de ponte de safena é seguro, aumenta significativamente as chances de sobrevivência e reduz a taxa de complicações envolvendo coração, cérebro, rins e trato gastrointestinal.

O estudo, publicado na edição de 24 de outubro do New England Journal of Medicine, foi coordenado por Dennis T. Mangano, da Fundação para o Estudo e Pesquisa da Isquemia em São Francisco, na Califórnia, e uma equipe internacional de cientistas. O pesquisador Eric J. Topol, da Fundação Clínica de Cleveland, em Ohio, disse que as descobertas são "importantes e deveriam ser suficientes para alterar a prática".

"Contrariando o tabu que impede o uso de aspirina até pelo menos 24 horas após a cirurgia de ponte de safena, os pacientes deveriam receber a primeira dose já nas primeiras 6 horas depois da operação", disse Topol, que escreveu o artigo que acompanha o estudo. "Os benefícios incluem aumento da taxa de sobrevivência, menos sangramento e redução de virtualmente qualquer complicação importante advindas de cirurgias cardíacas", acrescentou ele.

No atual estudo, os pesquisadores acompanharam 5.065 pacientes que receberam ponte de safena, a maioria dos quais sobreviveu aos primeiros dois dias após a cirurgia. Desse grupo, 164 morreram e outros 812 tiveram complicações durante a hospitalização, tais como enfartes não fatais, derrames, obstruções renais ou obstruções gastrointestinais.
Os cientistas verificaram que 1,3 por cento dos pacientes que receberam até 650 miligramas de aspirina até 48 horas após a cirurgia morreram. Entre os pacientes que não receberam aspirina dentro desse intervalo, a taxa de mortalidade foi de 4 por cento.

O tratamento precoce com o medicamento reduziu a incidência de enfarte, derrame, insuficiência renal e obstrução gastrointestinal em 48, 50, 74 e 62 por cento, respectivamente. "Contrariando a crença atual", escreveram os pesquisadores, "a terapia com aspirina foi segura (após a cirurgia de ponte de safena) e não correspondeu a um aumento do risco de hemorragia, gastrite, infecção ou problemas na cicatrização".

Mas os pacientes no atual estudo não foram escolhidos aleatoriamente para receber aspirina ou não -- o padrão mais amplamente aceito para determinar a eficácia de um tratamento. É possível que os pacientes mais saudáveis estivessem mais propensos a ter acesso à aspirina que os pacientes mais doentes, embora os pesquisadores tenham tentado levar esse fator em consideração. Topol observou, no entanto, que tais estudos controlados podem nunca ser realizados e, enquanto isso, a pesquisa atual sugere que os benefícios podem ser maiores que os riscos.

As propriedades da aspirina no auxílio a pacientes com doenças cardíacas são conhecidas há muito tempo, porque o medicamento impede que as plaquetas se colem umas às outras e formem coágulos. Os coágulos podem obstruir o fluxo sanguíneo até o coração e causar um enfarte ou obstruir as artérias que atingem o cérebro e levar a um derrame isquêmico - o tipo mais comum de derrame. Temores de hemorragia descontrolada após a cirurgia sugeriram que seu uso poderia não ser seguro durante esse período. Alguns pacientes, inclusive, recebem drogas para promover a coagulação no pós-operatório.

Mangano afirmou, em uma entrevista à Reuters Health, que o atual estudo "vai contra a maré" e sugere que " a ativação das plaquetas é importante nesses pacientes, e prescrever um medicamento que promova o sangramento pode, na verdade, ser útil". O pesquisador advertiu que "o uso de agentes que estimulam a coagulação pode ter efeitos muito deletérios e deveria ser cuidadosamente analisado antes de ser prescrito" a pacientes que passaram por cirurgia de ponte de safena.

"Esses resultados mostram que a ativação das plaquetas e a coagulação após a cirurgia é um fenômeno importante e que os medicamentos anticoagulantes, como a aspirina, têm efeitos profundos sobre o coração, cérebro, rins e trato gastrointestinal", afirmou o cientista.

Reuters Health

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