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Células-tronco reduzem lesões cardíacas em doença de Chagas
Sexta, 18 de outubro de 2002, 13h10

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Com o uso de células-tronco, cientistas brasileiros conseguiram uma redução de 80 por cento nas lesões cardíacas em camundongos portadores da doença de Chagas. E o tratamento deve ser aplicado em humanos a partir de novembro, informou o coordenador o estudo.

Segundo Ricardo Ribeiro Santos, chefe da equipe do Centro de Pesquisa da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), em Salvador, os animais tratados apresentaram uma redução de 80 por cento no processo inflamatório do músculo cardíaco. "Houve crescimento de novos vasos sanguíneos e fibras musculares em áreas do coração afetadas por cicatrizes", explicou o pesquisador à Reuters na quarta-feira.

O trabalho foi realizado com um modelo em camundongo, capaz de reproduzir a doença humana. As células-tronco, retiradas da medula óssea dos animais, foram tratadas com o hormônio GCSF - substância que aumenta a mobilidade das células - e um marcador fluorescente antes de serem injetadas nas veias dos camundongos. As células alcançaram o coração, demonstrando a capacidade de migração destas estruturas.

Cerca de 30 por cento das pessoas com doença de Chagas desenvolvem a forma crônica da enfermidade e sofrem com problemas no coração. Nestes casos, há inflamação e hipertrofia das fibras musculares cardíacas, além de áreas de necrose e degeneração.

"O alvo da nossa pesquisa são pacientes que desenvolvem cardiopatia", afirmou Ribeiro, que irá apresentar os resultados do estudo na próxima semana, durante o Congresso Internacional de Imunologia, em Salvador. Segundo o especialista, sem tratamento, a expectativa de vida nestes casos é de cinco a dez anos.

O estudo em humanos está planejado para um grupo inicial de 30 pacientes e deve produzir os primeiros resultados em seis meses. Os voluntários já foram selecionados entre pacientes que não tinham condições de receber transplantes, nem dispunham de alternativas terapêuticas. O trabalho será realizado no Hospital Santa Isabel, em Salvador, e na Universidade Federal de Minas Gerais.

Ribeiro lembrou que o procedimento não trata a doença de Chagas em si, mas melhora as condições de vida do paciente e permite o combate ao parasita. Além disso, dispensa os medicamentos para imunossupressão, pois as células são retiradas do próprio paciente.

A doença de Chagas, causada pelo "Trypanosoma cruzi", é transmitida pelas fezes do inseto conhecido como barbeiro. A contaminação também pode ocorrer por transfusões de sangue, pela placenta ou por via digestiva.

Segundo dados divulgados pela Fiocruz, a Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que 16 a 18 milhões de pessoas estejam infectadas desde o México até a Argentina. No Brasil, este índice chegaria a 3 milhões de pessoas.

A pesquisa envolve cerca de 200 especialistas de 25 instituições e faz parte do Instituto do Milênio de Bioengenharia Tecidual (https://www.imbt.org.br), que visa ao desenvolvimento de estudos sobre terapias celulares para doenças crônicas e degenerativas. As atividades do instituto também incluem experiências como o implante de células-tronco em pacientes com doença coronariana grave, coordenadas por Radovan Borojevic, da Universidade Federal do Rio de Janeiro.

Reuters Health

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