Gerdau nega denúncias e Greenpeace responde com ações de protesto

Sexta-feira, 05 de janeiro de 2001

Paulo Gleich/Repórter Terra


Representantes da Gerdau (esquerda) discutem com os ativistas do Greenpeace
Conforme haviam anunciado na quinta-feira, integrantes do Greenpeace se reuniram às 10h de hoje em frente à siderúrgica Gerdau Riograndense, em Sapucaia do Sul (RS), para exigir respostas à carta com denúncias de poluição tóxica enviada à empresa (leia a reportagem). Representada pelo diretor executivo da Gerdau Riograndense, Sirleu José Protti, e pelo gerente de comunicação social, José Paulo Soares Martins, a empresa negou as denúncias da ONG, reiterando que operam de acordo com as leis ambientais municipais e estaduais.


Manifestantes impedem a entrada de veículos pelo portão principal
Assim que terminou sem acordo a discussão entre os empresários e o Greenpeace, ativistas chegaram ao local e formaram uma corrente humana, bloqueando a entrada principal da siderúrgica. Os policiais e seguranças presentes no local não interferiram na manifestação e orientaram motoristas e pedestres para que entrassem por outro portão.


Ativistas bloqueiam um cano que despeja água no Rio do Sinos
Ao mesmo tempo, ativistas chegavam em botes ao outro lado da empresa, por onde corre o Rio dos Sinos, um dos maiores da região metropolitana de Porto Alegre. Vestidos com roupas protetoras e máscaras de gás, três manifestantes bloquearam uma saída de água que, segundo o Greenpeace, estaria contaminando o rio.

Em carta entregue ao Greenpeace e à imprensa, a Gerdau questionou os métodos usados pela ONG para analisar a amostra, a partir da qual foi feita a denúncia de poluição. Ainda segundo a carta, os ativistas "trabalharam delongadamente sobre o tema, sem nada ter informado, até agora, aos órgãos de controle e à empresa". Também foi criticado o prazo de resposta de 24h concedido pelo Greenpeace, que não seria suficiente para analisar e estudar as denúncias.

No início da tarde, o Greenpeace teve uma reunião com o Ministério Público em Sapucaia do Sul, que acatou a denúncia da ONG. Segundo a promotora Marinês Assmann, o Ministério Público vai instaurar inquérito para averiguar as acusações contra a Gerdau e, cajo sejam procedentes, tomará as medidas legais necessárias para obrigar a empresa a parar com a emissão dos poluentes. Com a decisão da promotoria, os ativistas decidiram encerrar os protestos, que duraram mais de seis horas.

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Reportagem sobre a ação
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