2Resíduos de Angra

Uma das grandes críticas à utilização da energia nuclear é o lixo produzido. Tudo o que fica exposto à radiação vira rejeito e deve permanecer isolado por tempo indeterminado, até que a radiação deixe de ser nociva. Os rejeitos são separados em baixa, alta e média atividade. Os de baixa, na maior parte luvas e equipamentos contaminados, são guardados em tonéis e contêineres e alojados em galpões de concreto construídos em um prédio anexo ao das usinas nucleares de Angra dos Reis.

Os de média atividade também ficam em galpões, mas recebem tratamento especial. "Garras" de metal empilham os tonéis que armazenam os líquidos do circuito fechado que passa pelos reatores em galpões envoltos por concreto. O operador das "garras" fica em uma antessala protegida por vidros reforçados por chumbo para não ter contato com a radiação.

Ainda não se sabe o destino final do lixo nuclear brasileiro. As usinas são obrigadas a armazenar o material provisoriamente. Em 2019, termina o espaço nos depósitos intermediários de Angra 1 e 2. Estudos para um depósito definitivo, onde os rejeitos de baixa e média atividade descansarão até que se tornem não nocivos, estão em andamento, mas por enquanto nada foi decidido. O início do funcionamento de Angra 3, previsto para dezembro de 2015, está condicionado à construção de um depósito definitivo.

Já os rejeitos de alta atividade, constituídos pelo combustível nuclear após sua utilização, são armazenados em uma "piscina" junto aos reatores. Alguns países reutilizam os rejeitos. O Brasil ainda não planeja reciclar. O certo é que esse tipo de material deve permanecer com a usina permanentemente sob cuidado, mesmo depois de ela ser desativada. Além de depósitos e piscinas, Angra 1 e 2 contam com mausoléus reforçados que abrigam o maquinário utilizado nas usinas.

foto: Felipe de Souza/Futura Press