Candidata, Salete Campari diz que irá à Assembleia vestida de drag se for eleita

Quando decidiu ingressar na vida política?

Olha, já vai fazer exatamente 12 anos que me deu vontade de ingressar na política. Essa já é a terceira tentativa minha né?

E essa sua vontade foi em razão do posicionamento do vereador Carlos Apolinário em relação ao movimento LGBT?

Sim, principalmente por isso. Porque, na grande realidade, o Carlos Apolinário era tudo o que eu achava de atrasado para o movimento LGBT. Tudo o que ele fazia era contra o que eu acreditava. As bandeiras dele eram diferentes, porque ele só criticava a comunidade LGBT. Então eu fui lá, me filiei ao partido e depois tive aprovada minha candidatura. Para mim, foi muito interessante o Carlos Apolinário ter de conviver comigo. Era um jeito de ele poder ver o trabalho da drag queen, do travesti... Eu gostaria que ele visse o que um travesti sofre, o que uma drag queen sofre, os tipos de preconceito, as dificuldades que têm. Como uma pessoa que fala que é de Deus, que é evangélico, critica tanto... Então, essa convivência, eu queria que ele mantivesse todos os dias e visse o meu rosto toda hora em que ele subisse ao palanque. Toda hora que chegasse no Comitê.

O que motivou sua saída do PDT?

O que motivou minha saída foi o fato de o Carlos Apolinário não estar mais lá. O Carlos Apolinário saiu e foi pro DEM (Democratas).

Salete Campari e Isabelita dos Patins conversam com o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, na Parada Gay em 2007 . Foto: Reinaldo Marques/Terra

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