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Vazamento de foto do Enem não causou dano, diz ministro

Fotos do caderno de questões começaram a circular em grupos de Whatsapp minutos depois do início do exame

10 nov 2019 - 21h01
(atualizado em 5/10/2022 às 15h40)
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Pela segunda vez na mesma edição, o Exame Nacional do Ensino do Médio (Enem) registrou casos de vazamento após o início da prova. Na tarde deste domingo, 10, após o começo das provas de Matemática e Ciências da Natureza, passaram a circular em grupos de Whatsapp fotos das questões. Em entrevista coletiva no começo da noite, o ministro da Educação, Abraham Weintraub, minimizou o vazamento e afirmou que a divulgação da prova em redes sociais antes do término da aplicação não causou danos. Os responsáveis, declarou, serão punidos.

O ministro da Educação, Abraham Weintraub
O ministro da Educação, Abraham Weintraub
Foto: Wilson Dias/Agência Brasil / Estadão Conteúdo

De acordo com o ministro, os responsáveis pela divulgação neste segundo dia foram candidatos. Pelas regras, os alunos não podem usar celular na prova. Os aparelhos são guardados em envelopes lacrados e têm que ficar desligados. Segundo Weintraub, houve registro de boletins de ocorrências para notificar o vazamento. "O dano disso foi zero", afirmou. "Isso é um trouxa. É um babaca", classificou o ministro, em referência a quem vazou a prova. "Tem que punir essas pessoas de forma exemplar para saber que uma ação danosa para prejudicar o coletivo não sai impune."

O ministro ainda afirmou que os responsáveis vão ter que explicar o caso "pelo resto da vida" e negou que tenha sido um "vazamento" porque ele não teria acontecido dentro da estrutura do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), organizador do exame. "Vai ser preso? Não. A gente não consegue nem prender ladrão contumaz, manter preso um ladrão contumaz. Não vou polemizar", comentou o ministro, sem citar nenhum nome específico.

No primeiro dia do Enem, domingo, 3, minutos após o início da prova, circulava nas redes sociais a imagem da página com a proposta da Redação, que abordou a democratização do acesso ao cinema. Logo após o vazamento, Weintraub afirmou que o vazamento teria partido de um aplicador e que iria "escangalhar ao máximo a vida dele". Após o vazamento, o Inep proibiu os aplicadores das provas do Enem de entrar com celulares nas salas onde seria realizada a prova.

No sábado, a Polícia Federal fez uma operação em Fortaleza e apreendeu celulares nas casas de duas aplicadoras suspeitas de fraude durante a aplicação da primeira fase. Ao comentar o vazamento da prova no domingo anterior, dia 3, o ministro classificou como "terrorismo" de "militantes" o comportamento das duas aplicadoras acusadas de vazarem o conteúdo. Weintraub comentou que uma delas "talvez seja inocente" e que outra é "culpada". "O que ela tentou fazer foi terrorismo. Isso se chama terrorismo, colocar terror na sociedade civil", comentou.

Weintraub apontou para uma estrutura maior que teria planejado o vazamento. "Pessoas adultas recebendo para fazer a prova planejaram essa ação. Não foi piada, gracinha, foi sabotagem, foi para causar mal-estar da sociedade", comentou, respondendo mais tarde que cabe à polícia esclarecer as informações.

Números do exame

O Inep divulgou que dos 5.095.388 inscritos, 3.709.809 fizeram a prova no segundo dia de aplicação, ou seja, um índice de 72,81% de presença e de 27,1% de ausência. Na semana passada, primeiro dia do teste, o porcentual de ausentes foi de 23,1%.

De acordo com o ministro da Educação e o presidente do Inep, Alexandre Lopes, essa foi a menor abstenção para o segundo dia de prova da história do Enem. "Tivemos o melhor Enem de todos os tempos", disse Weintraub, que ainda destacou que não houve "ideologia" na prova.

Entre os candidatos, 371 foram eliminados. De acordo com o Inep, os principais motivos foram por portar equipamento eletrônico, ausentar-se antes do horário permitido, utilizar materiais impressos, não atender às orientações dos fiscais, entre outras.

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