PUBLICIDADE

RS: índios protestam em frente à sede do governo por demarcação de terras

30 ago 2013 - 11h47
(atualizado às 11h47)
Compartilhar
Exibir comentários
<p>&Iacute;ndios dan&ccedil;am e cantam em protesto na pra&ccedil;a da Matriz, em Porto Alegre, pedindo demarca&ccedil;&atilde;o de terras</p>
Índios dançam e cantam em protesto na praça da Matriz, em Porto Alegre, pedindo demarcação de terras
Foto: Daniel Favero / Terra

Um grupo de índios fez um protesto em frente ao Palácio Piratini, sede do governo do Rio Grande do Sul, na manhã desta sexta-feira, no centro de Porto Alegre. Eles reclamam que, há 90 dias, foi prometida a demarcação de terras no Estado, mas afirmam que, até agora, nada foi feito.

Os indígenas, que estão acampados na praça da Matriz desde quinta-feira, enviaram um documento ao governador do Estado, Tarso Genro. Eles afirmam que só deixarão a praça após receberem uma sinalização concreta do governo.

"O governo do Estado prometeu a demarcação das terras indígenas e quilombolas, mas nada foi feito até agora. Por isso, as lideranças decidiram por essa mobilização", disse o cacique Luis Salvador, da aldeia Rio dos Índios.

Os manifestantes fizeram uma pequena fogueira em frente ao Palácio Piratini, cantando e dançando durante a mobilização. Inicialmente, o trânsito da rua Duque de Caxias havia sido bloqueado, mas já foi liberado após negociação com agentes da Empresa Pública de Transportes e Circulação (EPTC).

Protestos contra tarifas mobilizam população e desafiam governos de todo o País

Mobilizados contra o aumento das tarifas de transporte público nas grandes cidades brasileiras, grupos de ativistas organizaram protestos para pedir a redução dos preços e maior qualidade dos serviços públicos prestados à população. Estes atos ganharam corpo e expressão nacional, dilatando-se gradualmente em uma onda de protestos e levando dezenas de milhares de pessoas às ruas com uma agenda de reivindicações ampla e com um significado ainda não plenamente compreendido.

A mobilização começou em Porto Alegre, quando, entre março e abril, milhares de manifestantes agruparam-se em frente à Prefeitura para protestar contra o recente aumento do preço das passagens de ônibus; a mobilização surtiu efeito, e o aumento foi temporariamente revogado. Poucos meses depois, o mesmo movimento se gestou em São Paulo, onde sucessivas mobilizações atraíram milhares às ruas; o maior episódio ocorreu no dia 13 de junho, quando um imenso ato público acabou em violentos confrontos com a polícia.

A grandeza do protesto e a violência dos confrontos expandiu a pauta para todo o País. Foi assim que, no dia 17 de junho, o Brasil viveu o que foi visto como uma das maiores jornadas populares dos últimos 20 anos. Motivados contra os aumentos do preço dos transportes, mas também já inflamados por diversas outras bandeiras, tais como a realização da Copa do Mundo de 2014, a nação viveu uma noite de mobilização e confrontos em São PauloRio de JaneiroCuritibaSalvadorFortalezaPorto Alegre e Brasília.

A onda de protestos mobiliza o debate do País e levanta um amálgama de questionamentos sobre objetivos, rumos, pautas e significados de um movimento popular singular na história brasileira desde a restauração do regime democrático em 1985. A revogação dos aumentos das passagens já é um dos resultados obtidos em São Paulo e outras cidades, mas o movimento não deve parar por aí. “Essas vozes precisam ser ouvidas”, disse a presidente Dilma Rousseff, ela própria e seu governo alvos de críticas.

Fonte: Terra
Compartilhar
Publicidade
Publicidade